Usos De Com Certeza Entre Os Séculos XV E XX

Autores

  • Ester Moraes Gonçalves UFRJ
  • Deise Cristina de Moraes Pinto UFRJ

DOI:

https://doi.org/10.47456/pl.v12i30.38080

Resumo

Este artigo é resultado da dissertação de Mestrado intitulada “Com certeza” na diacronia: uma análise centrada no uso, em que discutimos caminhos que podem ter levado à formação de com certeza modalizador, que posteriormente desenvolveu diferentes especializações pragmático-discursivas nessa função. A hipótese inicial é de que com certeza, que atualmente possui uso mais discursivo-pragmático (modalizador epistêmico), tinha, em sua origem, uso mais qualitativo, mas posteriormente passou a ter também valor modalizador e se tornou cada vez mais frequente com esse sentido. Como ponto de vista teórico-metodológico, lançamos mão da Linguística Funcional Centrada no Uso. Através dessa perspectiva, na qual define-se construção como um pareamento de forma e sentido/função, analisa-se a língua em seu real contexto de uso e concebe-se sua gramática como uma rede de construções que se interligam. Supomos, então, que outras construções além da adverbial qualitativa podem ter contribuído com a formação do uso modalizador. Consideramos, para análise, dados do Corpus do Português dos séculos XV a XX e, neste artigo, nos ativemos, principalmente, às frequências type e token das construções, mas também em uma análise de cunho qualitativo. Os resultados demonstraram que, dos séculos XV ao XVIII, o valor qualitativo de com certeza é predominante, mas usos como predicativo do sujeito e adjunto adnominal também foram encontrados. Já nos séculos XIX e XX, o valor modalizador é o mais frequente e apresenta usos distintos. Propusemos, então, uma classificação de com certeza modalizador em diferentes subtipos a partir desses usos.

Downloads

Não há dados estatísticos.

Downloads

Publicado

26-06-2022

Como Citar

MORAES GONÇALVES, Ester; DE MORAES PINTO, Deise Cristina. Usos De Com Certeza Entre Os Séculos XV E XX. PERcursos Linguísticos, [S. l.], v. 12, n. 30, p. 172–191, 2022. DOI: 10.47456/pl.v12i30.38080. Disponível em: https://periodicos.ufes.br/percursos/article/view/38080. Acesso em: 23 abr. 2024.