Reescrita E Línguas Indígenas:

Rumo A Uma Redefinição Dos Processos Tradutórios

Autores

DOI:

https://doi.org/10.47456/pl.v13i33.41739

Palavras-chave:

Tradução. Reescritas. Narrativas Indígenas.

Resumo

Este trabalho busca discutir e problematizar como a tradução foi empregada de forma a esconder, marginalizar, subalternizar e domesticar as línguas, as histórias, as narrativas e as epistemologias indígenas, influenciando os modos com os quais concebemos o narrar da história. Intenta-se, com isso, refletir sobre a possibilidade de se reposicionar a tradução, a fim de enxergar no ato tradutório uma transformação regulada e sobredeterminada por diversos fatores, a qual expõe as diferenças e implica necessariamente lidar com relações assimétricas de poder. A partir do conceito de reescrita (LEFEVERE, 1992), os processos tradutórios são debatidos pela apresentação de produções indígenas contemporâneas, enquanto formas de se recontar e recuperar narrativas que foram silenciadas ao longo do tempo. Como resultado, o conjunto de obras apresentadas indica a abertura de brechas que desafiam as narrativas hegemônicas e permitem o surgimento de novas formas de se conceber a história, ao se reposicionar a tradução.

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Biografia do Autor

Patrick Rezende, UFES

Doutor em Estudos da Linguagem pela Pontifícia Universidade Católica do Rio de Janeiro. Mestre em Linguística pela Universidade Federal do Espírito Santo. Licenciado em Letras- Inglês pela Universidade Federal do Espírito Santo.

Possui interesse nos seguintes tópicos: tradução, reescritas,povos indígenas, ensino de línguas estrangeiras modernas, identidade e pragmática

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Publicado

10-07-2023

Como Citar

REZENDE, Patrick. Reescrita E Línguas Indígenas:: Rumo A Uma Redefinição Dos Processos Tradutórios. PERcursos Linguísticos, [S. l.], v. 13, n. 33, p. 135–162, 2023. DOI: 10.47456/pl.v13i33.41739. Disponível em: https://periodicos.ufes.br/percursos/article/view/41739. Acesso em: 17 jul. 2024.