“Fora do mapa”: mapeamento dos serviços e do acesso de pessoas com deficiência em situação de vulnerabilidade social no município de Santos/SP, Brasil
DOI:
https://doi.org/10.47456/rbps.v22i2.17594Palavras-chave:
Pessoa com deficiência, Distribuição Territorial da População, Vulnerabilidade Social, Relações Comunidade-InstituiçãoResumo
Introdução: O texto aborda os direitos de mobilidade e assistência das pessoas com deficiência, no município de Santos/SP. Objetivos: O objetivo central da pesquisa foi discutir as demandas e as ofertas de serviços voltados à pessoa com deficiência, favorecendo a reflexão mais ampla sobre a relação entre deficiência, vulnerabilidade social e território. Métodos: Os dados foram gerados a partir de três etapas: a primeira se caracterizou por levantamento documental de serviços de saúde e assistência social para pessoas com deficiência no município de Santos-SP; a segunda, por seis entrevistas com pessoas com deficiência, moradoras das diferentes regiões do município; a terceira, pela localização dos serviços e dos entrevistados no mapa da cidade. Resultados: A distribuição dos resultados no mapa permitiu a visualização espacial de serviços para pessoa com deficiência e constatar sua concentração nas regiões Centro e Orla. A comparação do mapa de serviços com o mapa da vulnerabilidade social do município permite identificar as distâncias e a baixa oferta nas áreas de maior vulnerabilidade social. Em seguida, a análise das entrevistas apontou para conflitos, dificuldades e desistências de uso de serviços, com especial destaque para os entrevistados que vivem nas áreas de maior vulnerabilidade social. Conclusão: A análise cruzada dos dados fornecidos pelas diferentes fontes permite identificar um processo de ampliação da vulnerabilidade tendo o Estado como protagonista, uma vez que direitos de assistência social, saúde e de uso da cidade são cotidianamente negados, e políticas de acesso e territorialização são ignoradas. Discute-se a necessidade de ampliar tanto a oferta de serviços territorializados para pessoas com deficiência, quanto a sua garantia de acesso e uso das outras regiões da cidade.
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