Análise clínica e epidemiológica dos Transplantes Hepáticos por hepatite C no Espírito Santo - Brasil
DOI:
https://doi.org/10.47456/rbps.v24i1.37780Palavras-chave:
Hepatite C, Cirrose, Câncer Hepatocelular, Transplante hepáticoResumo
Introdução: A hepatite C crônica (VHC) é uma doença de alta prevalência que pode evoluir para cirrose e carcinoma hepatocelular (CHC), sendo importante causa de transplantes hepáticos. Objetivos: conhecer o perfil clínico-epidemiológico dos pacientes com cirrose por VHC submetidos a transplante hepático. Métodos: foram analisados, retrospectivamente, prontuários de pacientes submetidos a transplante hepático por VHC realizados em um hospital da Grande Vitória no Espírito Santo (Brasil), entre os anos de 2008 e 2020. As variáveis pesquisadas foram: número de transplantes, sexo, idade, presença de comorbidades, associação com hepatite B e CHC. Resultados: De um total de 359 transplantes realizados nesse período, 61 (17%) foram de pacientes com VHC. Desses, 62% também apresentavam outra causa para cirrose, como hepatite alcoólica, esteato-hepatite não alcoólica e hepatite pelo vírus da Hepatite B. A média de idade foi de 55 anos, com predominância do sexo masculino (77%). Vinte e um pacientes (34,34%) evoluíram com CHC. O número de óbitos foi de 21 (34,42%). A média do número de transplantes por VHC ao longo dos anos foi 4,69 transplantes/ano. 35 pacientes apresentavam alguma comorbidade, sendo as mais comuns diabetes mellitus, hipertensão arterial sistêmica e tabagismo. Houve uma discreta redução progressiva no número de transplantes por VHC. Conclusão: o transplante hepático foi mais prevalente em homens, com idade média de 55 anos, e a maioria dos pacientes possuíam outra doença associada. Houve redução no número de transplantes explicada pelo início do uso da nova terapia antiviral no tratamento do VHC.
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