Perfil de intervenções farmacêuticas relacionadas à conciliação medicamentosa realizadas em um hospital público terciário e fatores associados
DOI:
https://doi.org/10.47456/rbps.v26i1.40429Palavras-chave:
Reconciliação medicamentosa, Serviço de farmácia hospitalar, Segurança do paciente, Cuidado transicionalResumo
Introdução: A conciliação medicamentosa (CM) se baseia na obtenção do melhor histórico medicamentoso para garantir a transferência de informações durante a transição do cuidado e corrigir discrepâncias, promovendo a segurança do paciente. Objetivos: Analisar o perfil das discrepâncias e intervenções farmacêuticas realizadas em um serviço de CM e fatores associados a não conciliação no momento de admissão hospitalar. Métodos: Estudo descritivo de um serviço de CM realizada na admissão de pacientes a um hospital público de referência para Covid-19 durante a pandemia. A frequência da ausência de discrepâncias na CM foi descrita; avaliou-se fatores associados a essa variável com análises uni e multivariada. Resultados: Avaliou-se 1.276 pacientes no serviço. Identificou-se maioria feminina (55,4%), de idade ≥ 60 anos (64,6%) e polifarmácia (59,2%). Idade ≥ 60 anos e polifarmácia mostraram-se associados negativamente à ausência de discrepância na prescrição. Foram realizadas 925 intervenções farmacêuticas frente às discrepâncias, sendo uma minoria aceita (27%). As principais justificativas para recusa das intervenções foram: substituição por medicamento padronizado (51,9%) e condição clínica do paciente (34,2%). A classe com maior percentual de intervenções aceitas foi a de agentes tireoidianos (52,6%). Conclusão: A realização de CM durante a pandemia em um hospital de referência se mostrou desafiadora, com baixa aceitabilidade de intervenções, mas significativas alterações na farmacoterapia para algumas importantes condições de saúde. Tais resultados, incluindo os fatores associados identificados, podem ser utilizados para aprimorar o serviço.
Downloads
Referências
World Health Organization. Medication safety in transitions of care. 2019. https://www.who.int/publications/i/item/WHO-UHC-SDS-2019.9 Acesso em: 9 jul. 2023
Abdulghani KH, Aseeri MA, Mahmoud A, Abulezz R. The impact of pharmacist-led medication reconciliation during admission at tertiary care hospital. Int J Clin Pharm, 2018;40(1):196-201. doi: 10.1007/s11096-017-0568-6.
Stolldorf DP, Schnipper JL, Mixon AS, Dietrich M, Kripalani S. Organizational context of hospitals that participated in a multi-site mentored medication reconciliation quality improvement project (MARQUIS2): a cross-sectional observational study. BMJ Open, 2019;9(11):e030834. doi: 10.1136/bmjopen-2019-030834.
Santos CO, Lazaretto FZ, Lima LH, Azambuja MS, Millão LF. Conciliação de medicamentos: processo de implantação em um complexo hospitalar com a utilização de sistema eletrônico. Saúde Debate, 2019;43(121):368-377. doi: 10.1590/0103-1104201912106.
Karaoui LR, Chamoun N, Fakhir J, Abi Ghanem W, Droubi S, Diab Marzouk AR et al. Impact of pharmacy-led medication reconciliation on admission to internal medicine service: experience in two tertiary care teaching hospitals. BMC Health Serv Res, 2019;19(1):493. doi: 10.1186/s12913-019-4323-7.
Fernandes BD, Almeida PHRF, Foppa AA, Sousa CT, Ayres LR, Chemello C. Pharmacist-led medication reconciliation at patient discharge: a scoping review. Res Social Adm Pharm, 2020;16(5):605-613. doi: 10.1016/j.sapharm.2019.08.001.
Conselho Federal de Farmácia (CFF). Serviços farmacêuticos diretamente destinados ao paciente, à família e à comunidade: contextualização e arcabouço conceitual. 2016. https://www.cff.org.br/userfiles/Profar_Arcabouco_TELA_FINAL.pdf
Lehnbom EC, Stewart MJ, Manias E, Westbrook JI. Impact of medication reconciliation and review on clinical outcomes. Ann Pharmacother, 2014; 48(10):1298-1312. doi: 10.1177/1060028014543485.
Instituto para Práticas Seguras no Uso de Medicamentos (ISMP). Prevenção de erros na pandemia. Boletim ISMP, 2021;10(4). https://www.ismp-brasil.org/site/wp-content/uploads/2021/07/boletim_julho_2021_prevencao_de_-erros_na_pandemia_.pdf Acesso em: 13 set. 2023
Pedersen CA, Schneider PJ, Ganio MC, Scheckelhoff DJ. ASHP national survey of pharmacy practice in hospital settings: impact of Covid-19 pandemic on pharmacy operations-2020. Am J Health Syst Pharm, 2021;78(18):1701-1712. doi: 10.1093/ajhp/zxab212.
Van Der Luit CD, De Jong IR, Ebbens MM, Euser S, Verweij SL, Van Den Bemt PM et al. Frequency of occurrence of medication discrepancies and associated risk factors in cases of acute hospital admission. Pharm Pract (Granada), 2018;16(4):1301. doi: 10.18549/PharmPract.2018.04.1301.
Hias J, Van der Linden L, Spriet I, Vanbrabant P, Willems L, Tournoy J et al. Predictors for unintentional medication reconciliation discrepancies in preadmission medication: a systematic review. Eur J Clin Pharmacol, 2017;73(11):1355-1377. doi: 10.1007/s00228-017-2308-1.
World Health Organization (WHO) Medication Safety in Polypharmacy. 2019. https://www.who.int/publications/i/item/WHO-UHC-SDS-2019.11 Acesso em: 9 jul. 2021
Barrett NA, Jones A, Whiteley C, Yassin S, McKenzie CA. Management of long-term hypothyroidism: a potential marker of quality of medicines reconciliation in the intensive care unit. Int J Pharm Pract, 2012;20(5):303-306. doi: 10.1111/j.2042-7174.2012.00205.x.
Bell CM, Brener SS, Gunraj N, Huo C, Bierman AS, Scales DC et al. Association of ICU or hospital admission with unintentional discontinuation of medications for chronic diseases. JAMA, 2011;306(8):840-847. doi: 10.1001/jama.2011.1206.
Ferreira PBP, Porto IS, Santo FHDE, Figueiredo NMA, Enders BC, Cameron LE et al. Health education for hospitalized patient in nursing care: a conceptual analysis. Rev Bras Enferm, 2021;75(2):e20200459. doi: 10.1590/0034-7167-2020-0459.
Albert NM. A systematic review of transitional-care strategies to reduce rehospitalization in patients with heart failure. Heart Lung, 2016;45(2):100-113. doi: 10.1016/j.hrtlng.2015.12.001.
Usmani OS, Lavorini F, Marshall J, Dunlop WCN, Heron L, Farrington E et al. Critical inhaler errors in asthma and COPD: a systematic review of impact on health outcomes. Respir Res, 2018;19(1):10. doi: 10.1186/s12931-017-0710-y.
Gershon AS, McGihon RE, Thiruchelvam D, To T, Wu R, Bell CM et al; Canadian Respiratory Research Network. Medication discontinuation in adults with COPD discharged from the hospital: a population-based cohort study. chest, 2021;159(3):975-984. doi: 10.1016/j.chest.2020.09.254.
Pottie K, Thompson W, Davies S, Grenier J, Sadowski CA, Welch V et al. Deprescribing benzodiazepine receptor agonists: evidence-based clinical practice guideline. Can Fam Physician, 2018:64(5):339-351.
Mark TL, Parish W. Opioid medication discontinuation and risk of adverse opioid-related health care events. J Subst Abuse Treat, 2019;103:58-63. doi: 10.1016/j.jsat.2019.05.001.
Hanlon JT, Tjia J. Avoiding adverse drug withdrawal events when stopping unnecessary medications according to the STOPPFrail Criteria. Sr Care Pharm, 2021;36(3):136-141. doi: 10.4140/TCP.n.2021.136.
Laue-Gizzi H. Discontinuation of antiepileptic drugs in adults with epilepsy. Aust Prescr, 2021;44(2):53-56. doi: 10.18773/austprescr.2021.005.
Publicado
Como Citar
Edição
Seção
Licença
Copyright (c) 2024 Revista Brasileira de Pesquisa em Saúde/Brazilian Journal of Health Research

Este trabalho está licenciado sob uma licença Creative Commons Attribution-NonCommercial-NoDerivatives 4.0 International License.
A Revista Brasileira de Pesquisa em Saúde (RBPS) adota a licença CC-BY-NC 4.0, o que significa que os autores mantêm os direitos autorais de seus trabalhos submetidos à revista. Os autores são responsáveis por declarar que sua contribuição é um manuscrito original, que não foi publicado anteriormente e que não está em processo de submissão em outra revista científica simultaneamente. Ao submeter o manuscrito, os autores concedem à RBPS o direito exclusivo de primeira publicação, que passará por revisão por pares.
Os autores têm autorização para firmar contratos adicionais para distribuição não exclusiva da versão publicada pela RBPS (por exemplo, em repositórios institucionais ou como capítulo de livro), desde que seja feito o devido reconhecimento de autoria e de publicação inicial pela RBPS. Além disso, os autores são incentivados a disponibilizar seu trabalho online (por exemplo, em repositórios institucionais ou em suas páginas pessoais) após a publicação inicial na revista, com a devida citação de autoria e da publicação original pela RBPS.
Assim, de acordo com a licença CC-BY-NC 4.0, os leitores têm o direito de:
- Compartilhar — copiar e redistribuir o material em qualquer suporte ou formato;
- Adaptar — remixar, transformar, e criar a partir do material.
O licenciante não pode revogar estes direitos desde que você respeite os termos da licença. De acordo com os termos seguintes:
- Atribuição — Você deve dar o crédito apropriado, prover um link para a licença e indicar se mudanças foram feitas. Você deve fazê-lo em qualquer circunstância razoável, mas de maneira alguma que sugira ao licenciante a apoiar você ou o seu uso.
- Não Comercial — Você não pode usar o material para fins comerciais.
- Sem restrições adicionais — Você não pode aplicar termos jurídicos ou medidas de caráter tecnológico que restrinjam legalmente outros de fazerem algo que a licença permita.