Prevalência de doenças crônicas na população indígena residente nas aldeias de Aracruz, Espírito Santo, Brasil
DOI:
https://doi.org/10.47456/rbps.v26i1.44838Palavras-chave:
Saúde Indígena, Doenças Crônicas, Diabetes Mellitus, HipertensãoResumo
Introdução: As aldeias indígenas situadas próximas aos centros urbanos passam por processo acelerado de transição epidemiológica, com aumento da incidência de doenças crônicas não transmissíveis (DCNT). Objetivos: Determinar a prevalência de DCNT em indígenas aldeados em Aracruz, no litoral norte do Espírito Santo, e comparar os dados atuais com aqueles obtidos no mesmo aldeamento em 2003-2004. Métodos: Participaram do estudo 1.084 adultos (≥20 anos, 111 não indígenas e 973 indígenas, sendo 90 da etnia guarani e 883 tupiniquins) de uma população elegível de 2.982 moradores das aldeias (participação de 36,4%). Toda a coleta de dados foi feita no Hospital Universitário (HUCAM) da Ufes, incluindo coleta de sangue e urina (jejum) e exames de antropometria, bioimpedância, pressão arterial, eletrocardiograma. Os dados são fornecidos com média ± desvio padrão ou número e porcentagem. A comparação entre proporções foi feita por Chi-quadrado e a significância estatística para p<0,05. Resultados: A média de idade foi de 41,6 ± 14,8 anos, com predomínio de mulheres (57,6%) e adultos jovens (20-39 anos, 49,9%). A prevalência de obesidade foi de 38,6% (maior em mulheres 47,8 vs 25,7%; p<0,05), hipertensão arterial de 39,5% (38% controlada com medicação) e diabetes mellitus de 13,7% (sendo a metade de diagnóstico novo). Comparado ao inquérito de 2003-4, a prevalência de obesidade aumentou 2,5 vezes e a de diabetes 3 vezes. Conclusão: A prevalência das principais DCNT é alta na população estudada sinalizando a necessidade de intervenções de prevenção e de diagnóstico mais precoces.
Downloads
Referências
Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Censo Demográfico 2010 [Internet]. IBGE; 2010 [cited 2023 jul 01]. Available from: www.cidades.ibge.gov.br/brasil/es/pesquisa/23/47500.
Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Censo Demográfico 2022 [Internet]. IBGE; 2022 [cited 2023 out 07]. Available from: https://censo2022.ibge.gov.br/panorama.
Coimbra Jr CC, Santos RV, Welch JR, Cardoso AM, de Souza MC, Garnelo L, et al. The first national survey of indigenous people’s health and nutrition in Brazil: rationale, methodology, and overview of results. BMC Public Health. 2013,13:52.
Silva MAC, Nunes K, Lemes RB, Mas-Sandoval A, Amorim CEG, Krieger JE, et al. Genomic insight into the origins and dispersal of the Brazilian coastal natives. Proc Natl Acad Sci USA. 2020, 177(5):2372-2377.
Meyerfreund D, Gonçalves C, Cunha R, Pereira AC, Krieger JE, Mill JG. Age-dependent increase in blood pressure in two different Native American communities in Brazil. J Hypertens. 2009, 27(9):1753-1760.
Ferreira MEV, Matsuo T, de-Souza RKT. Aspectos demográficos e mortalidade de populações indígenas do Estado do Mato Grosso do Sul, Brasil. Cad. Saúde Pública. 2011,27(12):2327-2339.
Mill JG, Pinto K, Griep RH, Goulart A, Foppa M, Lotufo P, et al. Medical assessments and measurements in ELSA-Brasil. Rev de Saude Pública. 2013, 47(suppl 2):54-62.
Espírito Santo. Portaria n° 63/2020, de 24 de julho de 2020. Recomendações de medidas de prevenção da transmissão de covid-19 para realização de atendimentos em consultórios ambulatoriais. Vitória, ES. 24 jul 2020.
Lovatti TMC, Boldrini NAP, Miranda AEB, Mill JG, Lara IC, Bohier IN, et al. Prevalência de alterações citológicas cervicais em indígena do município de Aracruz, ES: um estudo preliminar. Rev Bras Pesq Saúde. 2021,23(supl 1): 6-12.
Slade GD. Derivation and validation of short-form oral health impact profile. Community Dent.Oral Epidemiol. 1997, 25(4):284-290.
Sartorelli DS, Franco LJ. Tendências do diabetes mellitus no Brasil: o papel da transição nutricional. Cad. Saúde Pública. 2003, 19(Supl 1):S29-S36.
Borges GM. Health transition in Brazil: regional variations and divergence/convergence in mortality. Cad. Saúde Pública. 2017, 33(8):e00080316.
Brasil. Ministério da Saúde. VIGITEL: Vigilância de Fatores de Risco e Proteção para Doenças Crônicas por Inquérito Telefônico [Internet]. Brasília: Ministério da Saúde; 2007. 297 p. [cited 2023 dez 20]. Available from: https://bvsms.saude.gov.br/bvs/publicacoes/vigitel_brasil_2006.pdf.
Downloads
Publicado
Como Citar
Edição
Seção
Licença
Copyright (c) 2024 Revista Brasileira de Pesquisa em Saúde / Brazilian Journal of Health Research
Este trabalho está licenciado sob uma licença Creative Commons Attribution-NonCommercial-NoDerivatives 4.0 International License.
A Revista Brasileira de Pesquisa em Saúde (RBPS) adota a licença CC-BY-NC 4.0, o que significa que os autores mantêm os direitos autorais de seus trabalhos submetidos à revista. Os autores são responsáveis por declarar que sua contribuição é um manuscrito original, que não foi publicado anteriormente e que não está em processo de submissão em outra revista científica simultaneamente. Ao submeter o manuscrito, os autores concedem à RBPS o direito exclusivo de primeira publicação, que passará por revisão por pares.
Os autores têm autorização para firmar contratos adicionais para distribuição não exclusiva da versão publicada pela RBPS (por exemplo, em repositórios institucionais ou como capítulo de livro), desde que seja feito o devido reconhecimento de autoria e de publicação inicial pela RBPS. Além disso, os autores são incentivados a disponibilizar seu trabalho online (por exemplo, em repositórios institucionais ou em suas páginas pessoais) após a publicação inicial na revista, com a devida citação de autoria e da publicação original pela RBPS.
Assim, de acordo com a licença CC-BY-NC 4.0, os leitores têm o direito de:
- Compartilhar — copiar e redistribuir o material em qualquer suporte ou formato;
- Adaptar — remixar, transformar, e criar a partir do material.
O licenciante não pode revogar estes direitos desde que você respeite os termos da licença. De acordo com os termos seguintes:
- Atribuição — Você deve dar o crédito apropriado, prover um link para a licença e indicar se mudanças foram feitas. Você deve fazê-lo em qualquer circunstância razoável, mas de maneira alguma que sugira ao licenciante a apoiar você ou o seu uso.
- Não Comercial — Você não pode usar o material para fins comerciais.
- Sem restrições adicionais — Você não pode aplicar termos jurídicos ou medidas de caráter tecnológico que restrinjam legalmente outros de fazerem algo que a licença permita.