Perfil clínico-epidemiológico dos pacientes idosos com HIV atendidos em um centro de atendimento especializado de Vitória, ES na era pós-HAART
DOI:
https://doi.org/10.47456/rbps.v26isupl_3.01Palavras-chave:
HIV, Envelhecimento, MultimorbidadeResumo
Introdução: A infecção pelo vírus da imunodeficiência humana (HIV) ainda é um relevante problema de saúde pública. Embora a maioria dos casos esteja concentrada na população mais jovem, a faixa etária acima de 50 anos está em ascensão. Objetivo: Descrever o perfil clínico e epidemiológico de pacientes idosos infectados por HIV/aids na era pós-HAART acompanhados em um centro de referência. Métodos: Este é um estudo epidemiológico, retrospectivo, qualiquantitativo realizado no ambulatório HIV/aids do Serviço de Infectologia do Hospital Universitário Cassiano Antônio Moraes (Hucam). Resultados: Dos 60 pacientes, 60% eram do sexo masculino e 40% do sexo feminino. Pessoas autodeclaradas parda, com 8-12 anos de estudo e preferência heterossexual predominaram. A maioria (60%) possuía comorbidades, principalmente doenças cardiovasculares (37,3%) e endocrinológicas (18%), com destaque para hipertensão arterial sistêmica, diabetes mellitus e dislipidemia. Quanto a procedência, 65% procediam de enfermaria. Em relação ao período de diagnóstico, 78,3% apresentavam diagnóstico recente de HIV/aids e 43,3% apresentavam infecções oportunistas ao diagnóstico. O valor mediano de linfócitos T CD4 no início do acompanhamento era de 211,5 células/µl, sendo 131 para pacientes provenientes da enfermaria e 393 naqueles do ambulatório. O linfócito T CD4 atual era maior que 500 em 36,6% dos indivíduos (71,4% e 17,9% quando analisado os subgrupos ambulatório e enfermaria, respectivamente). Conclusão: O envelhecimento da população HIV/aids com o advento da HAART é uma tendência global que traz novos desafios aos serviços de saúde, sendo necessária avaliação geriátrica ampla e intervenções individualizadas que considerem as especificidades da população idosa.
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