Concordância interobservador do escore visual de atrofia do córtex entorrinal (ERICA)

Autores

  • Isabela Melo Dutra Universidade Federal do Espírito Santo
  • Marcos Rosa Júnior Universidade Federal do Espírito Santo

DOI:

https://doi.org/10.47456/rbps.v26isupl_3.02

Palavras-chave:

Doença de Alzheimer, Ressonância Magnética, Biomarcador

Resumo

Introdução: O escore ERICA tem sido utilizado como uma ferramenta de avaliação da atrofia do córtex entorrinal em imagens de RM do crânio em pacientes com suspeita de Doença de Alzheimer. Objetivos: Avaliar o grau de concordância interobservador e a reprodutibilidade na aplicação do escore ERICA para verificar o grau de atrofia do córtex entorrinal. Métodos: As análises foram realizadas por dois avaliadores a partir de exames de RM com cortes de 1,3 mm, na sequência T1 SPGR sem contraste, na região hipocampal no nível dos corpos mamilares. A amostra constituiu-se de 51 pacientes atendidos no serviço de radiologia e diagnóstico por imagem do Hospital Universitário Cassiano Antônio Moraes. Para medir a concordância interobservador, foi utilizado o teste de Kappa ponderado (peso linear). Resultados: Na classificação, os escores 0 e 1 foram os mais encontrados na amostra para os dois hemisférios cerebrais. Para avaliação de concordância de classificação da atrofia do córtex entorrinal, o teste do Kappa ponderado indicou que há uma confiabilidade moderada entre os dois observadores tanto para o lado direito (k= 0,4785; p=7,333e-05), quanto para o lado esquerdo (k= 0,5526; p=8,199e-07). Conclusão: A interpretação do Kappa deve levar em consideração o contexto específico em que é aplicado, portanto, a interpretação de imagens de RM para o escore ERICA parece constituir-se em instrumento viável no que se refere à classificação de atrofia do córtex entorrinal, contribuindo, enquanto biomarcador de imagem, para o diagnóstico precoce da DA.

Downloads

Referências

1. Enkirch SJ, Traschütz A, Müller A, Widmann CN, Gielen GH, Heneka MT et al. The ERICA Score: An MR Imaging–based Visual Scoring System for the Assessment of Entorhinal Cortex Atrophy in Alzheimer Disease. Radiology. 2018; 288(1):226-233.

2. Schilling LP, Figueredo MLF, Radanovic M, Forlenza OV, Sigali ML, Smid J et al. Diagnóstico da doença de Alzheimer: recomendações do Departamento Científico de Neurologia Cognitiva e do Envelhecimento da Academia Brasileira de Neurologia. Dement Neuropsychol. 2022; 16(3 Suppl 1):25-39.

3. García-Morales V, González-Acedo A, Melguizo-Rodríguez L, Pardo-Moreno T, Costela-Ruiz VJ, Montiel-Troya M et al. Current understanding of the physiopathology, diagnosis and therapeutic approach to Alzheimer’s disease. Biomedicines. 2021; 9(12):1910-1926.

4. Miramontes S, Serras CP, Woldemariam SR, Khan U, Li Y, Tang AS et al. Alzheimer’s disease as a women’s health challenge: a call for action on integrative precision medicine approaches. npj Women's Health. 2024; 2(1):1-5.

5. Thomas B, Sheelakumari R, Kannath S, Sarma S, Menon RN. Regional Cerebral Blood Flow in the Posterior Cingulate and Precuneus and the Entorhinal Cortical Atrophy Score Differentiate Mild Cognitive Impairment and Dementia Due to Alzheimer Disease. AJNR Am J Neuroradiol. 2019; 40(10):1658-1664.

6. Osborn AG. Encéfalo de Osborn. Porto Alegre: Artmed; 2014.

7. Rocha AJ, Gama HP, Pacheco FT. Doenças neurodegenerativas e síndromes demenciais. In: Rocha AJ, Vedolin L, Mendonça RA, editors. Encéfalo. Rio de Janeiro: Elsevier; 2012. p. 729-780

8. Scheltens P, Blennow K, Breteler MMB, Strooper B, Frisoni GB, Salloway, S et al. Alzheimer's disease. Lancet. 2021; 397(10284):1577-1590.

9. Serrano-Pozo A, Frosch MP, Masliah E, Hyman BT. Neuropathological alterations in Alzheimer disease. Cold Spring Harb Perspect Med. 2011; 1(1):1-23.

10. Lloret A, Esteve D, Lloret MA, Cervera-Ferri A, Lopez B, Nepomuceno M et al. When does Alzheimer’s disease really start? The role of biomarkers. Int J Mol Sci. 2019; 20(22):1-15.

11. Isaacson RS, Ganzer CA, Hristov H, Hackett K, Caesar E, Cohen R et al. The clinical practice of risk reduction for Alzheimer's disease: a precision medicine approach. Alzheimers Dement. 2018; 14(12):1663-1673.

12. Jack Jr CR, Andrews JS, Beach TG, Buracchio T, Dunn B, Graf A et al. Revised criteria for diagnosis and staging of Alzheimer's disease: Alzheimer's Association Workgroup. Alzheimers Dement. 2024; 1-27.

13. Long X, Chen L, Jiang C, Zhang L. Prediction and classification of Alzheimer disease based on quantification of MRI deformation. PLoS ONE. 2017; 12(3):1-19.

14. American College of Radiology [homepage na internet]. Appropriateness Criteria® Dementia [acesso em 06 jul 2024]. Disponível em: https://acsearch.acr.org/docs/3111292/Narrative/.

15. Scheltens P, Launer LJ, Barkhof F, Weinstein HC. Visual assessment of medial temporal lobe atrophy on magnetic resonance imaging: interobserver reliability. J Neurol. 1995; 242(9):557-560.

16. Rau A, Urbach H. The MTA score—simple and reliable the best for now? Eur Radiol. 2021; 31:9057-9059.

17. Traschütz A, Enkirch SJ, Polomac N, Widmann CN, Schild HH, Heneka MT et al. The Entorhinal Cortex Atrophy Score Is Diagnostic and Prognostic in Mild Cognitive Impairment. J Alzheimers Dis. 2020; 74(1):99-108.

18. Park HY, Park CR, Suh CH, Shim WH, Kim SJ et al. Diagnostic performance of the medial temporal lobe atrophy scale in patients with Alzheimer’s disease: a systematic review and meta-analysis. Eur Radiol. 2021; 31:9060-9072.

19. Socher KLR, Lopes D, Nunes DM, Busatto G, Nitrini R, Brucki SMD. Visual atrophy scales are not a useful tool to help the clinician in diagnosing clinical or preclinical AD. Neuroimaging. The Journal of the Alzheimer’s Dement. 2020; 16(Suppl 5).

20. Ahmed MR, Zhang Y, Feng Z, Lo B, Inan OT, Liao H. Neuroimaging and machine learning for dementia diagnosis: recent advancements and future prospects. IEEE Rev Biomed Eng. 2019; 12:19-33.

21. Landis JR, Koch GG. The measurement of observer agreement for categorical data. Biometrics. 1977; 33(1):159-174.

Downloads

Publicado

11.02.2025

Como Citar

1.
Dutra IM, Rosa Júnior M. Concordância interobservador do escore visual de atrofia do córtex entorrinal (ERICA). RBPS [Internet]. 11º de fevereiro de 2025 [citado 2º de abril de 2025];26(supl_3):17-22. Disponível em: https://periodicos.ufes.br/rbps/article/view/47620

Edição

Seção

Artigos Originais