Perfil clínico e epidemiológico de pacientes portadoras de endometriose de um serviço ginecológico do Espírito Santo

um estudo preliminar

Autores

  • Neide Aparecida Tosato Boldrini Universidade Federal do Espírito Santo
  • Mara Rejane Barroso Barcelos Universidade Federal do Espírito Santo
  • Carlos Alberto Faria Leite Hospital Universitário Cassiano Antônio de Moraes

DOI:

https://doi.org/10.47456/rbps.v26isupl_3.03

Palavras-chave:

Endometriose, Dor Pélvica, Epidemiologia Clínica, Infertilidade

Resumo

Introdução: A endometriose é uma condição patológica clínica crônica e inflamatória, caracterizada pela presença de tecido endometrial funcional fora do útero. Objetivos: O artigo a seguir busca a identificar perfil clínico e epidemiológico das pacientes portadoras de endometriose em um serviço de ginecologia de referência no Espírito Santo, com a finalidade de sensibilizar os profissionais quanto à suspeição da presença de doença a partir desses. Métodos: Trata-se de um estudo prospectivo transversal englobando 130 pacientes com dor pélvica, apresentando idade entre 18 e 55 anos, que foram submetidas a um formulário para coleta de dados epidemiológicos e clínicos, e em seguida submetidos ao exame físico e ressonância nuclear magnética (RNM) para o diagnóstico da endometriose. Resultados: Das 130 pacientes entrevistadas, 63 apresentaram diagnóstico de endometriose confirmada pela ressonância magnética. Os sintomas mais frequentes foram dismenorreia (92%) e dispareunia (77,7%). Já os sintomas mais específicos foram disúria (65,6%) e disquesia (64,1%). Na análise epidemiológica, 42,9% possuíam idade entre 40 e 49 anos, 68,2% eram casadas e 49,2% possuíam ensino médio completo. Conclusão: Foi possível identificar que a maior parte das pacientes apresentavam idade entre 40 e 49 anos (42,9%), mostrando um diagnóstico tardio se comparado à outras populações. Dentre os sintomas mais comuns estudados, a dismenorreia (92%) e dispareunia (77,7%) foram os sintomas com maior sensibilidade. Já a dor ao urinar (65,6%) e ao evacuar (64,1%) foram os mais específicos. Assim, esses sintomas associados podem ser extremamente valiosos para suspeição clínica e condução diagnóstica dos casos.

Downloads

Referências

1. Bendifallah S, Suisse S, Puchar A, Delbos L, Poilblanc M, Descamps P, et al. Salivary MicroRNA Signature for Diagnosis of Endometriosis. Journal of Clinical Medicine. 2022; 11(3):612.

2. Bellelis P, Dias JA, Podgaec S, Gonzales M, Baracat EC, Abrão MS. Aspectos epidemiológicos e clínicos da endometriose pélvica: uma série de casos. Revista Da Associação Médica Brasileira. 2010; 56(4):467–71.

3. Allaire C, Bedaiwy MA, Yong PJ. Diagnostic et gestion thérapeutique de l’endométriose. CMAJ. Canadian Medical Association Journal. 2023; 18;195(24).

4. Vercellini P, Fedele L, Aimi G, Pietropaolo G, Consonni D, Crosignani PG. Association between endometriosis stage, lesion type, patient characteristics and severity of pelvic pain symptoms: a multivariate analysis of over 1000 patients. Human Reproduction. 2006; 22(1):266–71.

5. Brawn J, Morotti M, Zondervan KT, Becker CM, Vincent K. Central changes associated with chronic pelvic pain and endometriosis. Human Reproduction Update. 2014; 20(5):737–47.

6. Barra F, Zorzi C, Albanese M, De Mitri P, Stepniewska A, Roviglione G, et al. Ultrasonographic characterization of parametrial endometriosis: a prospective study. Fertility and Sterility. 2024.

7. Zhang X, He T, Shen W. Comparison of physical examination, ultrasound techniques and magnetic resonance imaging for the diagnosis of deep infiltrating endometriosis: A systematic review and meta analysis of diagnostic accuracy studies. Experimental and Therapeutic Medicine. 2020; 20:3208.

8. Agarwal SK, Chapron C, Giudice LC, Laufer MR, Leyland N, Missmer SA, et al. Clinical diagnosis of endometriosis: a call to action. American Journal of Obstetrics and Gynecology. 2019; 220(4):354.e1-354.e12.

9. Young SL. Nonsurgical approaches to the diagnosis and evaluation of endometriosis. Fertility and Sterility. 2024; 121(2):140–4.

10. Hansen KE, Kesmodel US, Baldursson EB, Kold M, Forman A. Visceral syndrome in endometriosis patients. European Journal of Obstetrics, Gynecology, and Reproductive Biology/European Journal of Obstetrics & Gynecology and Reproductive Biology. 2014; 1;179:198–203.

11. Nnoaham KE, Hummelshoj L, Webster P, D’Hooghe T, De Cicco Nardone F, De Cicco Nardone C, et al. Impact of endometriosis on quality of life and work productivity: a multicenter study across ten countries. Fertility and Sterility. 2011; 96(2):366-373.e8.

12. Ballard K, Lowton K, Wright J. What’s the delay? A qualitative study of women’s experiences of reaching a diagnosis of endometriosis. Fertility and Sterility [Internet]. 2006; 86(5):1296–301.

13. Simoens S, Dunselman G, Dirksen C, Hummelshoj L, Bokor A, Brandes I, et al. The burden of endometriosis: costs and quality of life of women with endometriosis and treated in referral centres. Human Reproduction. 2012; 27(5):1292–9.

14. Montgomery GW, Nyholt DR, Zhao ZZ, Treloar SA, Painter JN, Missmer SA, et al. The search for genes contributing to endometriosis risk. Human Reproduction Update. 2008; 14(5):447–57.

15. Rahmioglu N, Mortlock S, Ghiasi M, Møller PL, Stefansdottir L, Galarneau G, et al. The genetic basis of endometriosis and comorbidity with other pain and inflammatory conditions. Nature Genetics [Internet]. 2023; 55(3):423–36.

16. Bonocher CM, Montenegro ML, Silva JCRE, Ferriani RA, Meola J. Endometriosis and physical exercises: a systematic review. Reproductive Biology and Endocrinology. 2014 ;12(1):4.

17. Prescott J, Farland LV, Tobias DK, Gaskins AJ, Spiegelman D, Chavarro JE, et al. A prospective cohort study of endometriosis and subsequent risk of infertility. Human Reproduction. 2016; 31(7):1475–82.

18. Peter AW, Adamson GD, Al-Jefout M, Becker CM, D’Hooghe TM, Dunselman G a. J, et al. Research Priorities for Endometriosis: Recommendations from a Global Consortium of Investigators in Endometriosis. Reproductive Sciences. 2017; 24(2):202–26.

19. Hudelist G, Oberwinkler KH, Singer CF, Tuttlies F, Rauter G, Ritter O, et al. Combination of transvaginal sonography and clinical examination for preoperative diagnosis of pelvic endometriosis. Human Reproduction. 2009; 24(5):1018–24.

20. Hudelist G, Ballard K, English J, Wright J, Banerjee S, Mastoroudes H, et al. Transvaginal sonography vs. clinical examination in the preoperative diagnosis of deep infiltrating endometriosis. Ultrasound in Obstetrics & Gynecology. 2011; 37(4):480–7.

21. Ballard K, Lane H, Hudelist G, Banerjee S, Wright J. Can specific pain symptoms help in the diagnosis of endometriosis? A cohort study of women with chronic pelvic pain. Fertility and Sterility. 2010; 94(1):20–7.

22. Gete DG, Doust J, Mortlock S, Montgomery G, Mishra GD. Associations between endometriosis and common symptoms: findings from the Australian Longitudinal Study on Women’s Health. American Journal of Obstetrics and Gynecology. 2023; 229(5):536.e1-536.e20.

23. Missmer SA, Hankinson SE, Spiegelman D, Barbieri RL, Marshall LM, Hunter DJ. Incidence of Laparoscopically Confirmed Endometriosis by Demographic, Anthropometric, and Lifestyle Factors. American Journal of Epidemiology. 2004; 160(8):784–96.

Downloads

Publicado

11.02.2025

Como Citar

1.
Boldrini NAT, Barcelos MRB, Leite CAF. Perfil clínico e epidemiológico de pacientes portadoras de endometriose de um serviço ginecológico do Espírito Santo: um estudo preliminar. RBPS [Internet]. 11º de fevereiro de 2025 [citado 2º de abril de 2025];26(supl_3):23-8. Disponível em: https://periodicos.ufes.br/rbps/article/view/47621

Edição

Seção

Artigos Originais