Perfil clínico e epidemiológico de pacientes portadoras de endometriose de um serviço ginecológico do Espírito Santo
um estudo preliminar
DOI:
https://doi.org/10.47456/rbps.v26isupl_3.03Palavras-chave:
Endometriose, Dor Pélvica, Epidemiologia Clínica, InfertilidadeResumo
Introdução: A endometriose é uma condição patológica clínica crônica e inflamatória, caracterizada pela presença de tecido endometrial funcional fora do útero. Objetivos: O artigo a seguir busca a identificar perfil clínico e epidemiológico das pacientes portadoras de endometriose em um serviço de ginecologia de referência no Espírito Santo, com a finalidade de sensibilizar os profissionais quanto à suspeição da presença de doença a partir desses. Métodos: Trata-se de um estudo prospectivo transversal englobando 130 pacientes com dor pélvica, apresentando idade entre 18 e 55 anos, que foram submetidas a um formulário para coleta de dados epidemiológicos e clínicos, e em seguida submetidos ao exame físico e ressonância nuclear magnética (RNM) para o diagnóstico da endometriose. Resultados: Das 130 pacientes entrevistadas, 63 apresentaram diagnóstico de endometriose confirmada pela ressonância magnética. Os sintomas mais frequentes foram dismenorreia (92%) e dispareunia (77,7%). Já os sintomas mais específicos foram disúria (65,6%) e disquesia (64,1%). Na análise epidemiológica, 42,9% possuíam idade entre 40 e 49 anos, 68,2% eram casadas e 49,2% possuíam ensino médio completo. Conclusão: Foi possível identificar que a maior parte das pacientes apresentavam idade entre 40 e 49 anos (42,9%), mostrando um diagnóstico tardio se comparado à outras populações. Dentre os sintomas mais comuns estudados, a dismenorreia (92%) e dispareunia (77,7%) foram os sintomas com maior sensibilidade. Já a dor ao urinar (65,6%) e ao evacuar (64,1%) foram os mais específicos. Assim, esses sintomas associados podem ser extremamente valiosos para suspeição clínica e condução diagnóstica dos casos.
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