Censo das deficiências físicas causadas pela hanseníase durante e após alta medicamentosa no estado de São Paulo
DOI:
https://doi.org/10.47456/rbps.v25i3.42013Palavras-chave:
Prevalência, Deficiências, Hanseníase, Avaliação da Deficiência, Pessoa com DeficiênciaResumo
Introdução: A prevenção, o monitoramento e o tratamento das deficiências físicas ocasionadas pela hanseníase são um desafio para os países endêmicos. Objetivos: Verificar a prevalência e descrever as deficiências físicas causadas pela hanseníase nos olhos, no nariz, nas mãos e nos pés por meio do Censo de Incapacidades do Estado de São Paulo (CIESP) de 67 municípios nos anos 2012 e 2015. Métodos: Foram elegíveis pacientes em tratamento e aqueles com alta quimioterápica. Os formulários foram auditados e posteriormente analisados pelo EPI INFO 7.2. Resultados: Dos 724 formulários avaliados, 456 (63%) apresentaram uma a quatro deficiências físicas já instaladas em locais como olhos, nariz, mãos e pés. Os segmentos mais acometidos foram pés (265 [36,6%]), seguidos das mãos (163 [22,5%]), olhos (110 [15,2%]) e nariz (45 [6,2%]). A ocorrência de deficiências foi encontrada em 91,1% (51/56) municípios, e a média foi de quatro casos por município (mínimo 1 e máximo 7). Conclusão: Apesar de ser uma região de baixa endemicidade, seis em cada dez indivíduos apresentam deficiências físicas em diferentes segmentos do corpo com diversidade de acometimentos. Conclui-se que um sério problema deve ser abordado pelos gestores, por profissionais de saúde e pela população.
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