Globalização e e-Sports
a construção de um esporte espetáculo digital
DOI:
https://doi.org/10.47456/simbitica.v12i2.47226Palavras-chave:
globalização, esporte, espetacularização, e-sportsResumo
Os esportes eletrônicos emergem como um fenômeno espetacularizado, resultado da convergência entre tecnologia e mídia. Esse novo esporte, fruto da contemporaneidade, combina elementos tecnológicos, culturais e econômicos e, assim como os esportes tradicionais, se transformam em megaeventos de alcance internacional. Processos como a profissionalização e mercantilização, assim como a própria espetacularização, aproximam os e-Sports do fenômeno dos esportes tradicionais, embora sua essência eletrônica lhe dê uma identidade única. Assim como a televisão deu aos esportes o caminho para se tornarem globais, as plataformas de streaming desempenham papel central na criação de comunidades globais nos esportes eletrônicos, pois além do acesso em tempo real, permite que os e-Sports sejam impulsionados globalmente. Portanto, com características herdadas dos esportes tradicionais, os e-Sports são produtos culturais e econômicos da sociedade contemporânea e representam uma evolução do esporte e do entretenimento na era digital e globalizada.
Referências
BETTI, Mauro. (1998). A janela de vidro: esporte, televisão e educação física. Campinas, Papirus.
BOROWY, Michael; JIN, Dal Yong. (2013). “Pioneering eSport: the experience economy and the marketing of early 1980s arcade gaming contests”. International Journal of Communication, v. 7, pp. 2254-2274.
BOURDIEU, Pierre. (1983). Questões de sociologia. Rio de Janeiro, Marco Zero.
BRAUER, Jordan T.; WAMBEKE-LONG, Julien H. V. (2014). “Approaching growth in esports”. Worcester Polyutechnic Institute. [Consult. 25-12-2024]. Disponível em https://digital.wpi.edu/concern/student_works/k06987806?locale=en
CASTELLS, Manuel. (2010). A sociedade em rede. São Paulo, Paz & Terra.
COELHO, Cláudio N. P. (2018). “Guy Debord e a crítica da sociedade do espetáculo” in D. Cioccari, G. da da Silva e M. Rovida (orgs.). A sociedade do espetáculo: Debord, 50 anos depois. Curitiba, Appris, pp. 33-44.
COMITÊ OLÍMPICO INTERNACIONAL. (2024). Cerca de 5 bilhões de pessoas (84% do público global potencial) acompanharam os Jogos Olímpicos Paris 2024. [Consult. 25-12-2024]. Disponível em https://olympics.com/ioc/news/around-5-billion-people-84-per-cent-of-the-potential-global-audience-followed-the-olympic-games-paris-2024
CYBERATHLETE PROFESSIONAL LEAGUE. (sem data). The CyberAthlete Professional League. [Consult. 14-10-2024]. Disponível em: http://http//www.thecpl.com/index.php?page_id=1090
DE SOUZA, Victor Hugo G. (2023). “Jogos eletrônicos como esporte genuíno e não mero entretenimento”. Revista Ibero-Americana de Humanidades, Ciências e Educação, v. 9, n. 11, pp. 717-733. [Consult. 14-10-2024]. Disponível em https://doi.org/10.51891/rease.v9i11.12264
DENANI, Gustavo Henrique S. (2017). “StarCraft2 e eSports: o caso sul-coreano”. Metamorfose, v. 2., n. 2, pp. 296-316. [Consult. 14-10-2024]. Disponível em https://revbaianaenferm.ufba.br/index.php/metamorfose/article/view/21065
EGLISTON, Ben. (2018). “E-sport, phenomenality and affect”. Transformations, v. 31, pp. 156-176. [Consult. 14-10-2024]. Disponível em https://www.transformationsjournal.org/wp-content/uploads/2018/06/Trans31_09_egliston.pdf
ELIAS, Norbert; DUNNING, Eric. (1986). A busca da excitação: desporto e lazer no processo civilizacional. Portugal, Edições 70.
ESPORTS. NET. (2024). Conheça os 6 maiores campeonatos de eSports do planeta. [Consult. 25-12-2024]. Disponível em: https://www.esports.net/br/noticias/conheca-os-6-maiores-campeonatos-de-esports-do-planeta/#google_vignette
FERREIRA, Jéssica B. (2021). “Os ‘E’s’ dos e-Sports: uma análise polissêmica do esporte eletrônico”. The Journal of the Latin American Socio-cultural Studies of Sport, v. 13, n. 2, pp. 51-64. [Consult. 14-10-2024]. Disponível em https://doi.org/10.5380/jlasss.v13i2.81705
FERREIRA, Jéssica B. (2022). Dominando o Rift: uma leitura sociocultural da influência da Coreia do Sul no League of Legends Profissional. Dissertação (Mestrado em Educação Física). SCB, UFPR, Curitiba.
FERREIRA, Jéssica B; MORAES, Letícia C. L.; MARCHI JÚNIOR, Wanderley. “Do lazer à performance: uma revisão sócio-histórica sobre o desenvolvimento dos jogos eletrônicos”. Licere, v. 24, n. 2, pp. 603-623. [Consult. 14-10-2024]. Disponível em https://doi.org/10.35699/2447-6218.2021.34942
FOLHA DE SÃO PAULO. (2024). Olimpíadas: Globo alcança 140 milhões de pessoas; futebol feminino é recordista. [Consult. 25-12-2024]. Disponível em: https://f5.folha.uol.com.br/televisao/2024/08/olimpiadas-globo-alcanca-140-milhoes-de-pessoas-futebol-feminino-e-recordista.shtml
GIDDENS, Anthony. (1991). As consequências da modernidade. São Paulo, UNESP Fundação.
GLOBO ESPORTE. (2021). COI anuncia Olympic Virtual Series com cinco modalidades. [Consult. 25-12-2024]. Disponível em https://ge.globo.com/esports/noticia/coi-anuncia-olympic-virtual-series-com-cinco-modalidades.ghtml
GLOBO ESPORTE. (2022). COI descarta jogos eletrônicos tradicionais em Olimpíadas. [Consult. 25-12-2024]. Disponível em https://ge.globo.com/esports/noticia/2022/03/31/coi-descarta-jogos-eletronicos-tradicionais-em-olimpiadas.ghtml
GLOBO ESPORTE. (2024). COI aprova criação dos Jogos Olímpicos de Esports. [Consult. 25-12-2024]. Disponível em https://ge.globo.com/olimpiadas/noticia/2024/07/23/coi-aprova-criacao-dos-jogos-olimpicos-de-esports.ghtml
GODTSFRIEDT, Jonas; CARDOSO, Fernando Luiz. (2021). “E-Sports: uma prática esportiva atual”. Motrivivência, v. 33., n. 64, pp. 01-14. [Consult. 25-12-2024]. Disponível em https://doi.org/10.5007/2175-8042.2021.e80001
GUINNESS WORLD RECORDS. (2024). First person to be a professional video gamer. [Consult. 25-12-2024]. Disponível em https://www.guinnessworldrecords.com/world-records/first-person-to-be-a-professional-video-gamer
HARDENSTEIN, Taylor S. (2017). “’Skins’ in the game: Counter-strike, Esports and the shady world of online gambling. UNLV Gaming Law Journal, v. 7, n. 2, pp. 117-137. [Consult. 25-12-2024]. Disponível em https://scholars.law.unlv.edu/glj/vol7/iss2/5/
HUTCHINS, Brett. (2008). “Signs of meta-change in second modernity: the growth of e-sport and the World Cyber Games”. New media and Society, v. 10, n. 6, pp. 851-869. [Consult. 25-12-2024]. Disponível em https://doi.org/10.1177/1461444808096248
IANNI, Octavio. (1993). A sociedade global. Rio de Janeiro, Civilização brasileira.
JENKINS, Henry. (2006). Cultura da convergência. São Paulo, Aleph.
JENSEN, Larissa. (2017). E-sports: profissionalização e espetacularização em competições eletrônicas. Dissertação (Mestrado em Educação Física). SCB, UFPR, Curitiba.
JIN, Dal Yong. (2010). Korea’s online gaming empire. Massachusetts, Massachusetts Institute of Technology.
JIN, Dal Yong. (2021). “Historiography of Korean Esports: Perspectives on Spectatorship”, in D. Y. Jin (org), Global Esports: Tranformation of Cultural Perceptions of Competitive Gaming. New York, Bloomsbury Academic, pp. 77-95.
KIM, Hyung-min; KIM, Seongcheol. (2022). “The show must go on: why Korea lost its first-mover advantage in Esports and how it can become a major player again”. Technological Forecasting & Social Change, v. 179, pp. 1-10. [Consult. 25-12-2024]. Disponível em https://doi.org/10.1016/j.techfore.2022.121649
LOÇASSO, Victor V. S.; VENÂNCIO, Ludmila S. (2019). “Jogos eletrônicos: uma nova modalidade esportiva?”. Revista interdisciplinar SULEAR, ano 2, n. 3, pp. 68-80.
LOURENÇO, Nelson. (2014). “Globalização e glocalização. O difícil diálogo entre o global e o local”. Mulemba, v. 4, n. 8, pp. 17-31. [Consult. 25-12-2024]. Disponível em https://doi.org/10.4000/mulemba.203
LU, Zhouxiang. (2017). “From E-heroing to e-Sports: the development of competitive gaming in China”. International Journal of the History of Sport, v. 33, n. 18, pp. 1-21. [Consult. 25-12-2024]. Disponível em https://revista.uemg.br/index.php/sulear/article/view/4339
MARCHI JÚNIOR, Wanderley. (2015). “O esporte ‘em cena’: perspectivas históricas e interpretações conceituais para a construção de um modelo analítico”. The Journal of the Latin American Socio-cultural Studies of Sport, v. 5, n. 1, pp. 46-67. [Consult. 25-12-2024]. Disponível em https://doi.org/10.5380/jlasss.v5i1.43890
MARCHI JÚNIOR, Wanderley.; DE ALMEIDA, Bárbara S.; DE SOUZA, Juliano. (2019). Introdução à sociologia do esporte. Curitiba, Intersaberes.
MEIO & MENSAGEM. (2024). Audiência olímpica: os recordes de Globo e CazéTV. [Consult. 25-12-2024]. Disponível em https://www.meioemensagem.com.br/olimpiadas/audiencia-olimpica-os-recordes-de-globo-e-cazetv
ORTIZ, Renato. (1994). Mundialização e Cultura. São Paulo, Brasiliense s.a.
REA, Stephen C. (2019). “Chronotopes and social types in South Korean difital gaming”. Signs and society, v. 7, p. 115-136. [Consult. 25-12-2024]. Disponível em https://doi.org/10.1086/700704
RICHTEL, Matt. (1998). Nail-Biting Time In the Game Arena. [Consult. 25-12-2024]. Disponível emhttps://go.gale.com/ps/i.do?id=GALE%7CA150118300&sid=googleScholar&v=2.1&it=r&linkaccess=abs&issn=03624331&p=AONE&sw=w&userGroupName=anon~120108ef&aty=open-web-entry
SAMALA, Agariadne D.; BOJIC, Ljubisa; VERGARA-RODRÍGUEZ, Diego; KLIMOVA, Blanka; RANUHARJA, Fadhli. (2023). “Exploring the Impact of Gamification on 21st-Century Skills: Insights from DOTA 2”. International Journal of Interactive Mobile Technologies, v. 17, n. 18, pp. 33-54. [Consult. 25-12-2024]. Disponível em https://doi.org/10.3991/ijim.v17i18.42161
SOLOTY, Edmund; WORANG, F.; TUMEWU, Ferdinand. (2024). “Crowdfunding analysis: exploring the factors in DOTA 2 international battle pass purchases”. Jurnal EMBA, v.12, n. 3, pp. 528-540.
SUGASHITA, Kenny. (2013). Campus Knowledge of eSports. Dissertação (Mestrado em Gestão de Esporte). University of South Carolina Upstate, South Carolina.
TAYLOR, T. L. (2012). Raising the stakes: e-Sports and the professionalization of computer gaming. Massachusetts, Cambridge.
TAYLOR, T. L. (2018). Watch me play: twitch and the rise of game live streaming. Princeton, Princeton University Press.
WAGNER, Michael G. (2006). “On the scientific revelance of eSports” in Proceedings of the 2006 International Conference on Internet computing & conference on computer games development, Las Vegas, pp. 1-4.
Downloads
Publicado
Edição
Seção
Licença
Copyright (c) 2025 Jéssica Barbosa Ferreira, Wanderley Marchi Júnior

Este trabalho está licenciado sob uma licença Creative Commons Attribution-NonCommercial 4.0 International License.
Autores que publicam nesta revista concordam com os seguintes termos:
a. Autores mantém os direitos autorais e concedem à revista o direito de primeira publicação, com o trabalho simultaneamente licenciado sob a Creative Commons - Atribuição-NãoComercial 4.0 Internacional.
b. Compartilhar - copiar e distribuir o material em qualquer meio ou formato.
Adaptar - remix, transformar e construir sobre o material para qualquer finalidade, inclusive comercial.
c. Autores têm autorização para assumir contratos adicionais separadamente, para distribuição não-exclusiva da versão do trabalho publicada nesta revista (ex.: publicar em repositório institucional ou como capítulo de livro), com reconhecimento de autoria e publicação inicial nesta revista.
d. Autores têm permissão e são estimulados a publicar e distribuir seu trabalho online (ex.: em repositórios institucionais ou na sua página pessoal) a qualquer ponto antes ou durante o processo editorial, já que isso pode gerar alterações produtivas, bem como aumentar o impacto e a citação do trabalho publicado (Veja O Efeito do Acesso Livre).
Authors who publish in this journal agree to the following terms:
a. Authors retain the copyright and grant the magazine the right of first publication, with work simultaneously licensed under the CCreative Commons - Atribuição-NãoComercial 4.0 Internacional.
b. Share - copy and distribute the material in any medium or format.
Adapt - remix, transform and build on the material for any purpose, including commercial.
c. Authors are authorized to take additional contracts separately, for non-exclusive distribution of the version of the work published in this journal (eg, publish in institutional repository or as a book chapter), with acknowledgment of authorship and initial publication in this journal.
d. Authors are allowed and encouraged to publish and distribute their work online (eg.: in institutional repositories or on their personal page) at any point before or during the editorial process, as this can generate productive changes as well as increase the impact and the citation of the published work (See The Effect of Free Access).








