Identidade deteriorada e estigma em Erving Goffman e o direito da antidiscriminação

diálogos necessários

Autores

  • André Luiz Valim Vieira Universidade Federal do Rio Grande

DOI:

https://doi.org/10.47456/simbitica.v12i3.47299

Palavras-chave:

Estigma, Identidade, Reconhecimento, Antidiscriminação

Resumo

O presente trabalho tem por objetivo geral o estudo dos conceitos e ideias desenvolvidos por Erving Goffman (1922-1982) sobre identidade deteriorada e estigma. Como objetivo específico pretendemos analisar e estudar de que forma o autor — e seus conceitos e teorias — dialogam com o estado da arte do Direito da Antidiscriminação. A partir desses paradigmas, pretendemos identificar como o afastamento do estigma e suas formas de estigmatização promovem as identidades pessoais e sociais dos indivíduos e dos coletivos, seu reconhecimento e sua resistência. Dessa forma, a ciência da antidiscriminação — inclusive no direito — pressupõe múltiplas ações que visem garantir que as minorias discriminadas e grupos estigmatizados estejam protegidos tenham suas identidades próprias a partir de processos de identificação pessoais, comunitários e coletivos

Biografia do Autor

  • André Luiz Valim Vieira, Universidade Federal do Rio Grande

    Bacharel e Mestre em Direito pela Universidade Estadual Paulista (Brasil). Doutor em Ciências Sociais pela Universidade Estadual Paulista (Brasil). Doutorando em Direito pela Universidade do Vale do Rio dos Sinos. Bolsista CAPES/PROEX. Professor da Universidade Federal do Rio Grande (Brasil)

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Publicado

29-12-2025

Edição

Seção

Artigos livres

Como Citar

Identidade deteriorada e estigma em Erving Goffman e o direito da antidiscriminação: diálogos necessários. (2025). Simbiótica. Revista Eletrônica, 12(3), 179-195. https://doi.org/10.47456/simbitica.v12i3.47299