O SERVIÇO SOCIAL E A CRÍTICA DA ASSISTÊNCIA ESTUDANTIL CONSENTIDA: TAREFAS TEÓRICAS
DOI:
https://doi.org/10.22422/temporalis.2018v18n36p365-378Resumo
Este ensaio elucida caminhos analíticos, a serem incorporados nos programas de investigação do Serviço Social, capazes de desvelar mediações históricas concretas que fundamentem a crítica ao projeto de assistência estudantil consentida. Parte de hipóteses de trabalho que abordam a expansão da assistência estudantil na contrarreforma universitária dos anos 2000 sob o viés da refuncionalização de seu conteúdo e formato (na direção do fortalecimento de tendências produtivistas e da bolsificação de suas ações). Neste movimento, percebe o Serviço Social enquanto um dos principais sujeitos políticos responsáveis pela formulação e operacionalização destas ações nas Universidades, repensando sua contribuição para a estruturação de um projeto de assistência estudantil ampliado. Avança com a hipótese de que o aumento da participação destes profissionais nesta área não significou, na mesma proporção, um aprofundamento teórico metodológico capaz de desvelar o seu movimento real e, portanto, fazer a crítica ao projeto dominante – sintetizado aqui, a partir da categoria da assistência estudantil consentida. Por fim, indica sugestões de programáticas de estudos que devem ocupar centralidade nas investigações do Serviço Social na assistência estudantil – ao conceberem a gênese e desenvolvimento destas ações considerando as determinações engendradas pela particularidade do “padrão brasileiro de escola superior”.
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