FAMÍLIA, MULHER E POLÍTICA DE ASSISTÊNCIA SOCIAL: REFLEXÕES NECESSÁRIAS

Autores

DOI:

https://doi.org/10.22422/temporalis.2020v20n39p86-101

Resumo

O referido artigo oportuniza um debate acerca da matricialidade sociofamiliar da assistência social a partir de uma perspectiva crítica. Perpassa por uma análise de como a política de assistência social tem debatido a categoria família na contemporaneidade e que, muito embora abranja teoricamente os arranjos familiares existentes, possui suas contradições. Também traz a crítica de como a centralidade na família tem contribuído para a reprodução das desigualdades nas relações sociais de sexo, já que as mulheres predominam no que refere à participação e acesso nos programas, projetos, serviços e benefícios ofertados pela política socioassistencial. Há uma responsabilização e culpabilização das mulheres no cumprimento das condições de permanência nas ações assistenciais, fazendo com que corrobore a identidade da mulher-mãe, alimentando o sistema patriarcal e alocando-a ao privado e passivo, essencialmente na proteção da família. Nessa perspectiva, é possível, ainda, realizar reflexões de como a política de assistência social tem reproduzido a falsa ideia de autonomia e empoderamento das mulheres, contribuindo para a conservação do padrão de subordinação, neste caso, no mercado de trabalho e na esfera doméstica. Considerando que essas ações defendem a emancipação dos benefícios, com oferta de capacitações e formações profissionais, isso não possibilita a real inclusão das mulheres no mercado. A exploração da força de trabalho feminina, que se estende entre o público e o privado, tem tido a política socioassistencial como ferramenta auxiliar de reprodução de ações machistas, patriarcais e de dominação no âmbito das relações sociais de sexo. Desnaturalizar essas concepções e práticas compõe os argumentos do debate aqui apresentado.

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Biografia do Autor

Tatiana Raulino de Sousa, Universidade Federal de Campina Grande

Graduada em Serviço Social e Mestra em Serviço Social, Trabalho e Questão Social pela Universidade Estadual do Ceará (UECE). Professora Assistente do Curso de Serviço Social da Universidade Federal de Campina Grande (UFCG).

André Menezes Gonçalves, Universidade Federal de Campina Grande

Graduado em Serviço Social e Mestre em Planejamento e Políticas Públicas pela Universidade Estadual do Ceará (UECE). Professor Asssitente do Curso de Serviço Social da Universidade Federal de Campina Grande (UFCG).

Ana Beatriz Bandeira dos Santos, Universidade Federal de Campina Grande

Graduanda em Serviço Social pela Universidade Federal de Campina Grande (UFCG).

Barbara da Silva Vieira, Universidade Federal de Campina Grande

Graduanda de Serviço Social pela Universidade Federal de Campina Grande (UFCG).

Laisa dos Santos Dantas, Universidade Federal de Campina Grande

Graduanda de Serviço Social pela Universidade Federal de Campina Grande (UFCG).

Milene Barbosa Alves, Universidade Federal de Campina Grande

Graduanda de Serviço Social pela Universidade Federal de Campina Grande (UFCG).

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Publicado

26-06-2020

Como Citar

Tatiana Raulino de Sousa, MENEZES GONÇALVES, A., Bandeira dos Santos , A. B., da Silva Vieira, B. M., dos Santos Dantas, L., & Barbosa Alves, M. (2020). FAMÍLIA, MULHER E POLÍTICA DE ASSISTÊNCIA SOCIAL: REFLEXÕES NECESSÁRIAS. Temporalis, 20(39), 86–101. https://doi.org/10.22422/temporalis.2020v20n39p86-101