TECNOLOGIAS LIMPAS, IMPASSES SOCIOAMBIENTAIS E A LUTA ORGANIZADA DA CATEGORIA DE CATADORES/AS
DOI:
https://doi.org/10.22422/temporalis.2021v21n41p397-414Resumo
O artigo tem por finalidade refletir sobre o trabalho de catadores/as no circuito econômico dos resíduos recicláveis, atividade marcada pela exploração, informalidade, desproteção social e dominação dos que controlam o processo de industrialização, com ênfase nas resistências e suas lutas para garantia de direitos, e, sobretudo, nas denúncias sobre o uso das ‘‘tecnologias limpas’’. Buscamos particularizar, na esteira do trabalho da reciclagem do lixo, exatamente esta nova ofensiva do capital, agora na sua fase de regime de acumulação financeirizado - a apropriação dos resíduos sólidos urbanos por empresas privadas de incineração e aterramento– cujo mote é produzir ‘‘energia limpa’’ mas, que em última instância é geradora de créditos de carbono – o grande negócio do mercado dos resíduos. Através de pesquisas documentais e bibliográficas buscamos decifrar a chamada ‘‘economia verde’’ – indicando ser esta a nova ideologia que vem sustentando este nicho de acumulação que dispensa o trabalho dos catadores/as e ainda usurpa deles a matéria-prima geradora de renda mínima que é meio ou complemento da sua reprodução social.
PALAVRAS-CHAVE: Catadores/as de recicláveis. Resíduos sólidos urbanos. Reciclagem. Tecnologias limpas. Movimento organizativo
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