COLONIZAÇÃO E FORMAS DE RESISTÊNCIA DOS POVOS ORIGINÁRIOS NA ARGÉLIA

Autores

DOI:

https://doi.org/10.22422/temporalis.2023v23n46p328-341

Palavras-chave:

Colonização, Formas de resistência, Povos originários da Argélia

Resumo

Este artigo trata da análise das principais formas de resistência dos povos originários da Argélia diante da colonização francesa e árabe no país. Para tanto, utiliza-se das contribuições, sobretudo, de Frantz Fanon e de outros autores como Gabriel Camps e Ferhat Mehenni sobre os berberes. O estudo da realidade argelina parte da constatação da existência dos povos originários berberes como força progressista atual na Argélia, assim como da verificação de ser esse um tema pouco explorado por Marx e pela tradição marxista. Concluiu-se que os berberes têm resgatado a sua cultura originária como mecanismo de defesa contra a colonização, tanto a francesa quanto a árabe. Esse resgate tem desaguado não apenas na luta pela defesa da preservação da sua língua berbere como língua oficial argelina, mas também tem se articulado com uma luta mais ampla em prol da democracia na Argélia. O resgate da ancestralidade, repassada de geração em geração, está presente, ainda, nas formas de resistência das mulheres argelinas. Personalidades femininas que ocuparam um lugar de destaque no espaço público, nas suas diferentes formas de luta, são incorporadas como símbolos de resistência. Tais personalidades vão desde a rainha berbere Kahina, as escritoras e cantoras kabyles Fadhma e Taos Amrouche, até a revolucionária Hassiba Ben Bouali, que participou da luta de libertação nacional da Argélia.

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Biografia do Autor

Mizzaely Lacerda, Universidade Federal do Rio Grande do Norte (UFRN)

Assistente Social. Doutoranda em Serviço Social pela Universidade Federal do Rio Grande do Norte (UFRN, Natal, Brasil). Bolsista da Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (CAPES, Brasília, Brasil). E-mail: mizzaelys@gmail.com  

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Publicado

27-12-2023

Como Citar

Lacerda, M. (2023). COLONIZAÇÃO E FORMAS DE RESISTÊNCIA DOS POVOS ORIGINÁRIOS NA ARGÉLIA. Temporalis, 23(46), 328–341. https://doi.org/10.22422/temporalis.2023v23n46p328-341