MANIFESTAÇÕES E FASES DO ASSÉDIO LABORAL: CONTRA UMA ANÁLISE IDEOLOGIZANTE

Autores

DOI:

https://doi.org/10.22422/temporalis.2023v23n46p375-391

Palavras-chave:

Assédio laboral, Materialismo histórico-dialético, Sindicatos, Psicologia histórico-cultural

Resumo

Investigam-se as maneiras como o Assédio Laboral, forma de controle central do capital sobre o trabalho, no período da Acumulação Flexível, tem sido enfrentado em Portugal, analisando as teorias que embasam essas práticas. Elegeu-se Portugal, país onde ocorrem as relações assalariadas com todo o seu corolário de precarização. A análise empreendida revela que esses enfrentamentos se utilizam majoritariamente do referencial teórico da psicodinâmica do trabalho. Esta recusa as formulações da economia política dos trabalhadores,a centralidade da categoria “trabalho”, “classe” e “revolução”, isto é, as categorias ligadas à exploração. Ao não conceber as determinações do capital como gênese do sofrimento causado pelo Assédio Laboral, a saída vigente é enfrentar esse sofrimento individualmente, colocando sua origem em cada uma das subjetividades. Na contramão, postula-se que, se a gênese do Assédio Laboral advém do modo de o capital organizar a vida, sendo que a forma de enfrentamento necessariamente é coletiva, organizativa, política.

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Biografia do Autor

Terezinha Martins dos Santos Souza, Universidade Federal do Rio de Janeiro (UNIRIO)

Psicóloga. Pós-doutorado em História Contemporânea pela Universidade Nova de Lisboa (UNL, Lisboa, Portugal); Doutora e mestra em Psicologia Social pela Pontifícia Universidade Católica de São Paulo (PUC, São Paulo, Brasil). Docente no Centro de Ciências Humanas da Universidade Federal do Estado do Rio de Janeiro (UNIRIO, Rio de Janeiro, Brasil). E-mail: terezinha.souza@unirio.br

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Publicado

27-12-2023

Como Citar

Souza, T. M. dos S. (2023). MANIFESTAÇÕES E FASES DO ASSÉDIO LABORAL: CONTRA UMA ANÁLISE IDEOLOGIZANTE. Temporalis, 23(46), 375–391. https://doi.org/10.22422/temporalis.2023v23n46p375-391