Direito à cidade e a dimensão político-pedagógica do serviço social: pensando articulações possíveis
DOI:
https://doi.org/10.22422/temporalis.2024v24n48p454-468Palavras-chave:
Serviço social, trabalho em grupo, identidade de gênero, adolescênciaResumo
O artigo apresenta o debate sobre a potencialidade da discussão do Direito à Cidade atrelada à dimensão político-pedagógica do Serviço Social, dando ênfase à organização e aos sujeitos envolvidos nas atividades coletivas para adolescentes e jovens trans, tendo como contexto de análise a intervenção de um projeto de extensão universitário, denominado Programa Aquarela, que se direciona para promover assistência em saúde integral a adolescentes e jovens LGBTI+, na cidade do Rio de Janeiro. Utilizou-se o método crítico dialético para compreender os aspectos gerais e particulares do cotidiano e das narrativas dos sujeitos envolvidos, adotando-se a técnica de pesquisa qualitativa, mediante o uso de levantamentos bibliográficos, documentais e empíricos, por meio de análise de conteúdo discursivo. Foram apresentadas reflexões críticas da equipe multidisciplinar e dos adolescentes e jovens, inseridos no Programa Aquarela, enfatizando o entrecruzamento do Direito à Cidade a outros direitos fundamentais, com a finalidade de contribuir para a informação e promoção de adolescentes e jovens mais questionadores da realidade social, bem como ser um espaço para socialização e elaboração de projetos de vida. As atividades de grupo, nessa ótica, podem ser um importante instrumento contra-hegemônico da sociedade, se configurando como uma possibilidade de reflexão sobre o real e aprofundamento de concepções cotidianas, com a finalidade de produzir um caminho possível de superação da alienação imposta pelo sistema do capital.
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