(In)visibilidade das demandas das mulheres na Atenção Primária à Saúde a partir do trabalho com grupos

Authors

DOI:

https://doi.org/10.22422/temporalis.2025v25n50p339-354

Keywords:

Atenção Primária à Saúde, Interdisciplinariedade, Grupo de Mulheres

Abstract

O artigo objetiva refletir sobre as demandas apresentadas por mulheres quando atendidas em grupo por equipe interdisciplinar na Atenção Primária à Saúde (APS) num município do Sul do Brasil. O estudo qualitativo foi desenvolvido por meio de pesquisa documental em atas, observação participante e registro em diário de campo dos encontros do Grupo de Mulheres ocorridos nos anos de 2022 e 2023. Os resultados indicaram que as principais necessidades das usuárias são as relações e conflitos familiares e diversas formas de violência. Trata-se de demandas relacionadas às determinações sociais de saúde que exigem uma atuação profissional pautada no conceito ampliado e na interdisciplinaridade, visando a materialização do princípio da integralidade em saúde.

Downloads

Download data is not yet available.

Author Biographies

  • Carolina Carneiro de Melo, Poder Judiciário de Santa Catarina - PJSC

    Assistente Social. Especialista em Saúde da Família pela Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC, Florianópolis, Brasil). Assistente Social do Poder Judiciário de Santa Catarina na Comarca de Presidente Getúlio (PJSC, Presidente Getúlio, Brasil). E-mail: carolinacmel@gmail.com

  • keli Regina Dal Prá, Universidade Federal de Santa Catarina - UFSC

    Assistente Social. Doutora em Serviço Social pela Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul (PUCRS, Porto Alegre, Brasil). Docente do Departamento de Serviço Social da Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC, Florianópolis, Brasil). E-mail: Keliregina@yahoo.com

References

AGUIAR, J. M. et al. Atenção primária à saúde e os serviços especializados de atendimento a mulheres em situação de violência: expectativas e desencontros na voz dos profissionais. Saúde e Sociedade, v. 32, n. 1, 2023, p. e220266pt, 2023. Disponível em: https://www.scielo.br/j/sausoc/a/5nY8t6kLrVW8N6FjQzxgRTL/?lang=pt#. Acesso em: 2 set. 2024.

BARATA, R. B. Relações de gênero e saúde: desigualdade ou discriminação? In: BARATA, R.B. Como e por que as desigualdades sociais fazem mal à saúde. Rio de Janeiro: Editora Fiocruz, 2009, p. 73-94. Disponível em: https://books.scielo.org/id/48z26/pdf/barata-9788575413913-06.pdf. Acesso em: 09 fev. 2024.

BARDIN, L. Análise de Conteúdo. Lisboa, Portugal: Edições 70, 2009.

BIROLI, F. Gênero e Desigualdades: limites da democracia no Brasil. São Paulo: Boitempo, 2018.

BRASIL. Lei nº 8.080, de 19 de setembro de 1990. Dispõe sobre as condições para a promoção, proteção e recuperação da saúde, a organização e o funcionamento dos serviços correspondentes e dá outras providências. Brasília. Disponível em: https://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/l8080.htm. Acesso em: 09 fev. 2024.

Ministério da Saúde. Secretaria de Vigilância em Saúde. Departamento de Vigilância Epidemiológica. Sistema de Informação de Agravos de Notificação – Sinan: normas e rotinas. Brasília: Editora do Ministério da Saúde, 2006. Disponível em: https://bvsms.saude.gov.br/bvs/publicacoes/sistema_informacao_agravos_notificacao_sinan.pdf. Acesso em: 28 fev. 2024.

CAETANO, P. S. O serviço de emergência sob o prisma da integralidade: um olhar para além das demandas biomédicas. 2012. Trabalho de Conclusão de Curso (Especialização Modalidade Residência Integrada Multiprofissional em Saúde – Área Urgência e Emergência) – Universidade Federal de Santa Catarina – UFSC, Florianópolis, 2012.

CAMPOS, G. W. de S.; DOMITTI, A. C. Apoio matricial e equipe de referência: uma metodologia para gestão do trabalho interdisciplinar em saúde. Cad. Saúde Pública, v. 23, n. 2, 2007, p. 399–407. DOI: http://dx.doi.org/10.1590/s0102-311x2007000200016. Disponível em: https://www.scielo.br/j/csp/a/VkBG59Yh4g3t6n8ydjMRCQj/?format=pdf&lang=pt. Acesso em: 07 fev. 2024.

CECILIO, L. C. O. As necessidades de saúde como conceito estruturante na luta pela integralidade e eqüidade na atenção em saúde. In: PINHEIRO, R.; MATTOS, R. A. (org.). Os sentidos da integralidade na atenção e no cuidado à saúde. 8. ed. Rio de Janeiro: Cepesc, IMS/UERJ, Abrasco, 2009. p. 117–130. Disponível em: https://lappis.org.br/site/wp-content/uploads/2017/12/sentidos-da-integralidade8edicao.pdf. Acesso em: 09 fev. 2024.

COBO, B.; CRUZ, C.; DICK, P. Desigualdades de gênero e raciais no acesso e uso dos serviços de atenção primária à saúde no Brasil. Ciênc. Saúde Coletiva, v. 26, n. 9, 2021, p. 4021–4032. Disponível em: https://www.scielo.br/j/csc/a/kKcDWgfGzS58qxCKG7QHDVj/abstract/?lang=pt#. Acesso em: 09 fev. 2024.

D’OLIVEIRA, A. F. P. L. et al. Obstáculos e facilitadores para o cuidado de mulheres em situação de violência doméstica na atenção primária em saúde: uma revisão sistemática. Interface: São Paulo, v. 24, 2020, p. 1–17, 2020. Disponível em: https://www.scielo.br/j/icse/a/ttfjMwYKXCHCxhKHjSVpMYL/#. Acesso em: 09 fev. 2024.

FURLAN, P. G.; CAMPOS, G. W. S. Os grupos na Atenção Básica à Saúde. In: Ministério da Saúde, Secretaria de Atenção à Saúde, Política Nacional de Humanização. Cadernos HumanizaSUS, v. 2, 2010. p. 105-116 (Série B. Textos Básicos de Saúde). Disponível em: https://bvsms.saude.gov.br/bvs/publicacoes/cadernos_humanizasus_atencao_basica.pdf. Acesso em: 27 maio 2025.

GIL, A. C. Métodos e técnicas de pesquisa social. São Paulo: Atlas, 1994.

INSTITUTO DE GEOGRAFIA E ESTATÍSTICA (IBGE). Pesquisa nacional de saúde. Informações sobre domicílios, acesso e utilização dos serviços de saúde: Brasil, grandes regiões e unidades da federação. 2019. Rio de Janeiro: IBGE, 2020. Disponível em: https://biblioteca.ibge.gov.br/visualizacao/livros/liv101748.pdf. Acesso em: 06 jun. 2024.

JORGE, E. M.; PONTES, R. N. A interdisciplinaridade e o Serviço Social: estudo das relações entre profissões. Textos e Contextos, v. 16, n. 1, 2017, p. 175–187. Disponível em: https://revistaseletronicas.pucrs.br/ojs/index.php/fass/article/view/26444/15750. Acesso em: 07 fev. 2024.

LEITE, A. C.; FONTANELLA, B. J. Violência doméstica contra a mulher e os profissionais da APS: predisposição para abordagem e dificuldades com a notificação. Rev Bras Med Fam Comunidade, v. 14, n. 41, 2019, p. 1–12. Disponível em: https://rbmfc.org.br/rbmfc/article/view/2059/1507. Acesso em: 07 jun. 2024.

LIMA, T. C. S. de; MIOTO, R. C. T.; DAL PRÁ, K. R. A documentação no cotidiano da intervenção dos assistentes sociais: algumas considerações acerca do diário de campo. Textos e Contextos, Porto Alegre, n. 6, v. 1, 2007, p. 93–104. Disponível em: https://revistaseletronicas.pucrs.br/ojs/index.php/fass/article/view/1048/3234. Acesso em: 26 jun. 2024.

MARCONSIN, C. Documentação em Serviço Social: debatendo a concepção burocrática e rotineira. In: GUERRA, Y. D.; FORTI, V. L. (org.). Serviço Social: temas, textos e contextos. Rio de Janeiro: Lumen Juris, 2013. p. 65–76.

MIOTO, R. C. T.; NOGUEIRA, V. M. R. Serviço Social e Saúde: desafios intelectuais e operativos. SER Social, v. 11, n. 25, p. 221–243, 2009. Disponível em: https://periodicos.unb.br/index.php/SER_Social/article/view/12733. Acesso em: 07 fev. 2024.

MAGALHÃES, S. M. Avaliação e linguagem: relatório, laudos e pareceres. 2. ed. São Paulo: Veras Editora, 2006.

MOREIRA, C. F. N. O trabalho com grupos em serviço social: a dinâmica de grupo como estratégia para a reflexão crítica. 5. ed. São Paulo: Cortez, 2019.

NOGUEIRA, V. M. R; MIOTO, R. C. T. Sistematização, planejamento e avaliação das ações dos assistentes sociais no campo da saúde. In: MOTA, A. E. et al. (org.). Serviço Social e Saúde: formação e trabalho profissional. São Paulo, OPAS, 2006. p. 273–303.

OBSERVATÓRIO DA VIOLÊNCIA CONTRA A MULHER (OVM). Mulher e Saúde. 2024. Disponível em: https://ovm.alesc.sc.gov.br/mulher-e-saudae/#:~:text=A%20viol%C3%AAncia%20dom%C3%A9stica%20gera%20riscos,do%20risco%20de%20contamina%C3%A7%C3%A3o%20por. Acesso em: 07 jun. 2024.

SANTOS, A. P.; BEVILACQUA, P. D.; MELO, C. M. Atendimento à mulher em situação de violência: construção participativa de um protocolo de trabalho. Saúde Debate, v. 44, n. 125, p. 569–579, 2020. Disponível em: https://www.scielo.br/j/sdeb/a/dBNjFTxJBvVG83Q53hXS8Pw/?lang=pt#. Acesso em: 26 ago. 2024.

WIESE, M. L. O Processo de trabalho dos profissionais da estratégia saúde da família: um estudo sobre as demandas sociais na saúde. 2010. 302 f. Tese (Doutorado em Serviço Social) – Pontifícia Universidade Católica de São Paulo, São Paulo, 2010. Disponível em: https://repositorio.pucsp.br/jspui/handle/handle/17486. Acesso em: 07 fev. 2024.

Published

18-11-2025

How to Cite

(In)visibilidade das demandas das mulheres na Atenção Primária à Saúde a partir do trabalho com grupos. (2025). Temporalis, 25(50), 339-354. https://doi.org/10.22422/temporalis.2025v25n50p339-354