GTP das Resistências: raça, etnia, gênero e sexualidade no Serviço Social brasileiro
DOI:
https://doi.org/10.22422/temporalis.2025v25n50p254-273Palavras-chave:
Classe, Gênero, Relações étnico-raciais, SexualidadesResumo
Neste artigo, a coordenação do Grupo Temático de Pesquisa (GTP) “Serviço Social, Feminismos, Relações Étnico-Raciais, de Gênero, Sexualidades e Classe Social” apresenta uma análise que articula as discussões desenvolvidas no âmbito do GTP às Diretrizes Curriculares da Associação Brasileira em Pesquisa e Serviço Social, com o objetivo de evidenciar como a profissão tem constituído o debate e as lutas interseccionais no campo da formação e do exercício profissional. O texto realiza um resgate histórico da constituição do GTP, destaca sua contribuição para o fortalecimento dos três núcleos de fundamentação da formação profissional das Diretrizes Curriculares e, por fim, aponta os desafios para a materialização de uma análise capaz de apreender a totalidade social na formação e na prática profissional de assistentes sociais.
Downloads
Referências
ABEPSS. Associação Brasileira de Ensino e Pesquisa em Serviço Social. Diretrizes gerais para o curso de Serviço Social: com base no currículo mínimo aprovado em assembléia geral extraordinária de 8 de novembro de 1996. Rio de Janeiro: ABEPSS, 1996.
ABRASSPI. Articulação Brasileira Serviço Social e Povos Indígena. Manifesto Serviço Social e Povos Indígenas: aproximações e desafios do tempo presente. Disponível em: https://drive.google.com/file/d/133RFi723MFI5MgM-18fZHcKhzc4Qr3l6/view. Acesso em: 08 ago. 2022.
AMARAL, Wagner R.; BILAR, Jenifer A. B. A questão indígena no Serviço Social: um debate necessário na profissão. Em Pauta, n. 46, v. 18, p. 180–195, 2020. Disponível em: https://www.e-publicacoes.uerj.br/index.php/revistaempauta/article/view/52013. Acesso em: 20 out. 2025.
ARRUZZA, Cinzia. Rumo a uma “união queer” de marxismo e feminismo? Lutas Sociais, São Paulo, n. 27, p. 159–170, 2011. Disponível em: https://revistas.pucsp.br/index.php/ls/article/view/18740. Acesso em: 20 out. 2025.
ARRUZZA, Cinzia. Considerações sobre gênero: reabrindo o debate sobre patriarcado e/o capitalismo. Revista Outubro, n. 23, p. 33–58, 2015. Disponível em: https://outubrorevista.com.br/wp-content/uploads/2015/06/2015_1_04_Cinzia-Arruza.pdf. Acesso em: 20 out. 2025.
BAKAN, Abigail. Marxismo e antirracismo: repensando a política da diferença. Revista Outubro, n. 27, p. 45–76, 2016. Disponível em: https://outubrorevista.com.br/wp-content/uploads/2016/11/02_Bakan_2016.pdf. Acesso em: 20 out. 2025.
BANIWA, Gersem J. dos S. L. O índio brasileiro: o que você precisa saber sobre os povos indígenas no Brasil de hoje. Brasília, DF: MEC, 2006.
BERGUER, William (org.). No olho do furacão: populações indígenas, lutas sociais e Serviço Social em tempos de barbárie. Vitória: Milfontes, 2020.
CASTANHA, Marilda. Pindorama: terra das palmeiras. São Paulo: Cosac Naify, 2007.
CASTRO, E.; TEIXEIRA, J. B.; PALHARES, V.; SANTOS, A. M. de S. Povos Indígenas do Alto Rio Negro e dominação colonial: a resistência na contracorrente de missões, missionários e militares. Manaus: Valer, 2024.
CHAKARUNA. Abya Yala Sin Frontera. Disponível em: http://hernehunter.blogspot.com/2009/07/entre-america-e-abya-yala.html. Acesso em: 16 fev. 2023.
COMISSÃO ECONÔMICA PARA A AMÉRICA LATINA E CARIBE (CEPAL). La matriz de la desigualdad social en América Latina. Santiago, Chile: Ed. Cepal, 26 out. 2016.
CONSELHO FEDERAL DE SERVIÇO SOCIAL (CFESS). Perfil de assistentes sociais no Brasil: formação, condições de trabalho e exercício profissional. Brasília (DF): CFESS, 2022.
DUSSEL, Enrique. Europa, modernidad y eurocentrismo. Revista de Cultura Teológica, n. 4, p. 69–81, 1993. Disponível em: https://biblioteca.clacso.edu.ar/clacso/sur-sur/20100624093038/5_Dussel.pdf. Acesso em: 20 out. 2025.
EURICO, Márcia C. et al. Formação em Serviço Social: relações patriarcais de gênero, feminismos, raça/etnia e sexualidades. Temporalis, v. 21, n. 42, p. 293–303, 2021. Disponível em: https://lume.ufrgs.br/bitstream/handle/10183/274299/001194822.pdf?sequence=1&isAllowed=y. Acesso em: 20 out. 2025.
ENGELS, Friedrich. Carta a Joseph Bloch, 21 de setembro de 1890. In: MARX, Karl; ENGELS, Friedrich. Sobre o materialismo histórico. 3. ed. São Paulo: Centauro, 2007. p. 79–81.
FANON, Frantz. Os Condenados da Terra. Juiz de Fora: Editora UFJF, 2005 .
FEDERICI, Silvia. Calibã e a Bruxa: Mulheres, corpo e acumulação primitiva. São Paulo: Elefante, 2017.
FERGUSON, S. Feminismos interseccional e da reprodução social: rumo a uma ontologia integrativa. Cadernos Cemarx, Campinas, n. 10, 2017. Disponível em: https://econtents.sbu.unicamp.br/inpec/index.php/cemarx/article/view/10919. Acesso em: 20 out. 2025.
FERNANDES, Rosa M. C.; MACIEL, Mariana; DOMINGUES, Angélica. Políticas Indigenistas: Contribuições para a agenda de Educação Permanente. Sociedade em Debate, Pelotas, v. 28, n. 2, p. 128–144, maio/ago. 2022. Disponível em: https://educa.ibge.gov.br/jovens/conheca-o-brasil/populacao/22005-censo-2022-o-retrato-atualizado-do-brasil.html https://lume.ufrgs.br/handle/10183/255497. Acesso em: 20 out. 2025.
GONÇALVES, Scheilla N. “Mulheres dos Escombros”: a condição das mulheres periféricas em tempos de catástrofes. Rio de Janeiro: Revan, 2019.
GONZALEZ, Lélia. Por um feminismo afro-latino-americano: ensaios, intervenções e diálogos. Rio de Janeiro: Zahar, 2020.
GORENDER, J. O Escravismo Colonial. São Paulo: Editora Ática, 1978.
GUARANI, Geni Núñez. Nhande ayvu é da cor da terra: perspectivas indígenas Guarani sobre etnogenocídio, raça, etnia e branquitude. 2022, 132 p. Tese (Doutorado em Ciências Humanas) – Centro de Filosofia e Ciências Humanas, Universidade Federal de Santa Catarina, Florianópolis, 2022.
INSTITUTO BRASILEIRO DE GEOGRAFIA E ESTATÍSTICA (IBGE). População no Censo 2022. Disponível em: https://educa.ibge.gov.br/jovens/conheca-o-brasil/populacao/22005-censo-2022-o-retrato-atualizado-do-brasil.html. Acesso em: 29 jul. 2022.
KAYAPÓ, Aline N. K. L. Descaravele-se. In: KAYAPÓ, Aline N. K. L.; PAYAYÁ, J. da S. L.; TUPINAMBÁ, Arlete M. P. S. (org.). WAYRAKUNA Polinizando a vida e semeando o Bem Viver. 2. ed. Piauí: Cancioneiro, 2025.
KAINGANG, Angélica D.; FERNANDES, Rosa Maria C. (org.). Políticas Indigenistas: contribuições para afirmação e defesa dos direitos indígenas. Porto Alegre: Editora da UFRGS/CEGOV, 2020.
KOSIK, Karel. Dialética do Concreto. 7. ed. Rio de Janeiro: Paz e Terra, 2007.
KRENAK, Ailton. A vida não é útil. São Paulo: Companhia das Letras, 2020.
LEACOCK, Eleanor B. Posfácio: Introdução à edição estadunidense. In: A origem da família, da propriedade privada e do Estado: São Paulo: Expressão Popular, 2012. p. 227–302.
LEACOCK, Eleanor B. Mitos da dominação masculina: uma coletânea de artigos sobre as mulheres numa perspectiva transcultural. São Paulo: Instituto Lukács, 2019.
LUGONES, María. Colonialidad y género. Tabula rasa, n. 9, p. 73–102, 2008. Disponível em: https://www.revistatabularasa.org/numero-9/05lugones.pdf. Acesso em: 20 out. 2025.
MARX, Karl. Formações econômicas pré-capitalistas. 4. ed. São Paulo: Paz e Terra, 1965.
MARX, Karl. O capital: crítica da economia política. Livro I: O processo de produção do capital. 34. ed. Rio de Janeiro: Civilização Brasileira, 2013.
MOURA, Clóvis. O racismo como arma ideológica de dominação. Revista Princípios, n. 34, p. 28–38, ago./out. 1994. Disponível em: https://www.marxists.org/portugues/moura/1994/10/racismo.htm. Acesso em: 20 out. 2025.
MIÑOSO, Yuderkys E.; CORREAL, Diana G.; MUÑOZ, Karina O. Introduccion. In: MIÑOSO, Yuderkys E.; CORREAL, Diana G.; MUÑOZ, Karina O. (org.). Tejiendo de otro modo: Feminismo, epistemología y apuestas descoloniales en Abya Yala. Popaván: Editorial Universidad del Cauca, 2014.
MONTEIRO, John Manuel. Negros da terra: índios e bandeirantes nas origens de São Paulo, São Paulo, Companhia das Letras, 1994.
OLIVEIRA, Rayane N. Serviço Social, classe, gênero e raça: tendências teórico-metodológicas e as possíveis contribuições da Teoria Unitária. 2021. 227 f. Tese (Doutorado em Serviço Social) — Centro de Ciências Sociais Aplicadas, Universidade Federal do Rio Grande do Norte, Natal, 2021.
PACHECO NETO, Manuel. A escravização indígena e o bandeirante no Brasil colonial: conflitos, apresamentos e mitos. Dourados, MS: Ed. UFGD, 2015.
PANKARARU, Amanda B. dos S. A retomada das indígenas: reflorestando o lugar de mulher. 2023, 93 f. Dissertação (Mestrado em Humanidades, Direitos e Outras Legitimidades) – Faculdade de Filosofia, Letras e Ciências Humanas, Universidade de São Paulo, São Paulo, 2023.
PANKARARU, Elizângela C. de A. S. Povos indígenas e o direito à terra na realidade brasileira. Serviço Social e Sociedade, São Paulo, n. 133, p. 480–500, set./dez. 2018. DOI: https://doi.org/10.1590/0101-6628.155. Disponível em: https://www.scielo.br/j/sssoc/a/rX5FhPH8hjdLS5P3536xgxf/abstract/?lang=pt. Acesso em: 20 out. 2025.
PATAXÓ, Raquel M. M. O canto do Antropoceno: a questão ambiental como emergência do espaço-tempo presente. 2024. 322 f. Tese (Doutorado em Serviço Social) – Escola de Serviço Social, Universidade Federal do Rio de Janeiro, Rio de Janeiro, 2024.
PATAXÓ, Raquel M. M. KIJEME APAKÁ: Escuta-Escrita se uma Pataxó Indígena mulher na Universidade. In: KAYAPÓ, Aline N. K. L.; PAYAYÁ, Jamille da S. L.; TUPINAMBÁ, Arlete M. P. S. (org.). WAYRAKUNA Polinizando a vida e semeando o Bem Viver. 2 ed. Piauí: Cancioneiro, 2025.
PAYAYÁ, Jamille da S. L. Indígenas mulheres em movimento: ventos que polinizam. In: KAYAPÓ, Aline N. K. L.; PAYAYÁ, Jamille da S. L.; TUPINAMBÁ, Arlete M. P. S. (org.). WAYRAKUNA Polinizando a vida e semeando o Bem Viver. 2. ed. Piauí: Cancioneiro, 2025.
PRÉZIA, Benedito. História da resistência indígena: 500 anos de luta. 2. ed. São Paulo: Expressão popular, 2023.
PONTES, Reinaldo. A categoria de mediação em face do processo de intervenção do Serviço Social. Cadernos Técnicos do Sesi Cni, v. 23, p. 60–68, 1999.
QUEIROZ, Fernanda M. de. et al. Grupo temático de pesquisa Serviço Social, Relações de Exploração/Opressão de Gênero, Raça/Etnia, Geração, Sexualidades: breve histórico e desafios. Temporalis, Brasília, n. 27, p. 233–241, 2014. Disponível em: https://dialnet.unirioja.es/descarga/articulo/5017162.pdf. Acesso em: 20 out. 2025.
QUIJANO, Aníbal. Colonialidade do poder, eurocentrismo e América Latina. A Colonialidade do Saber: etnocentrismo e ciências sociais. In: Perspectivas Latino-americanas. Buenos Aires: Clacso, 2005. p. 107–126.
RIBEIRO, Patrício A.; NASCIMENTO, Maria Antônia C. Movimento indígena e quilombola: lutas sociais e políticas públicas no rural amazônico. Argumentum, v.16, n. 3, p. 187–194, set./dez. 2024. Disponível em: https://dialnet.unirioja.es/descarga/articulo/9963496.pdf. Acesso em: 20 out. 2025.
ROCHA, Camila C.; BELTRÃO, Mariana F. A.; OLIVEIRA, Rayane N. Cinco notas a propósito da Teoria da Reprodução Social e suas contribuições ao Serviço Social. Serviço Social & Sociedade, v. 148, n. 3, p. e-6628441, 2025. Disponível em: https://www.scielo.br/j/sssoc/a/XfvnY4GdHp7YtTWSC6P7Vbm/?format=pdf&lang=pt. Acesso em: 20 out. 2025.
SALVADOR, Evilasio. Fundo público e políticas sociais na crise do capitalismo. Serviço Social & Sociedade, v. 104, p. 605–631, 2010. DOI: https://doi.org/10.1590/S0101-66282010000400002. Disponível em: https://www.scielo.br/j/sssoc/a/JjjhnQzh9FGx9q3t7WsT35g/abstract/?lang=pt. Acesso em: 20 out. 2025.
SILVA, Ana Paula P. da. O contrário de casa-grande não é senzala: É quilombo! A categoria práxis negra no pensamento social de Clóvis Moura. 2017. 293 f. Tese (Doutorado em Serviço Social) – Escola de Serviço Social, Universidade Federal do Rio de Janeiro, Rio de Janeiro, 2017.
VOGEL, L. Marxismo e a opressão às mulheres: rumo a uma teoria unitária. São Paulo: Expressão Popular, 2022.
Downloads
Publicado
Edição
Seção
Licença
Copyright (c) 2025 Temporalis
Este trabalho está licenciado sob uma licença Creative Commons Attribution 4.0 International License.
