A SUPEREXPLORAÇÃO, OS TRABALHADORES DA ENFERMAGEM E O SISTEMA ÚNICO DE SAÚDE
DOI:
https://doi.org/10.22422/temporalis.2023v23n45p217-233Abstract
A Teoria Marxista da Dependência (TMD) apresenta a categoria da superexploração como fundamento da economia dos países dependentes. A compreensão e análise das políticas sociais, incluindo a saúde, deve levar em consideração a divisão internacional do trabalho existente no sistema capitalista. A América Latina está inserida no grupo de países da periferia do capitalismo, que transferem valor para o centro. O objetivo é correlacionar e discutir os efeitos da superexploração dos trabalhadores, através do olhar para a enfermagem, que é a maior categoria profissional da saúde no país. Para tal, construiu-se o uma análise crítico-dialética, contando com o aporte metodológico do pensamento de Ruy Mauro Marini, entre outros, sendo orientado pelo método do materialismo histórico e dialético de Marx, relacionado a dados descritivos que tratam das condições de trabalho da enfermagem. É uma pesquisa qualitativa de caráter dedutivo, partindo da TMD para compreender a dinâmica da maior categoria profissional dentro do Sistema Único de Saúde (SUS). Estrutura-se em três partes, descrevendo como o capitalismo brasileiro foi desenvolvido sob as condições de dependência, discorrendo sobre a categoria da superexploração de acordo com os referenciais e tratando da associação da superexploração com os efeitos práticos na vida dos trabalhadores do SUS. A literatura científica apresenta dados sobre os trabalhadores brasileiros que demonstram sinais fáticos de superexploração. Dentre os trabalhadores do SUS, a enfermagem permite uma observação atenta sobre as condições de superexploração na saúde.