Serviço social, assistência estudantil e “contrarreforma” do Estado
DOI:
https://doi.org/10.22422/2238-1856.2017v17n34p411-435Resumen
Este artigo apresenta uma análise da atuação profissional do Serviço Social na área da educação, especificamente no âmbito da assistência estudantil, a partir de um estudo com assistentes sociais do Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia do Ceará (IFCE). Tem por objetivo apontar os principais desafios e perspectivas desses profissionais num cenário marcado pela contrarreforma do Estado, pelo desmonte das políticas sociais públicas e pela negação dos direitos sociais. Este cenário impõe limites ao exercício profissional da categoria e dificulta a efetivação da política de assistência estudantil na referida instituição, comprometendo, assim, o acesso à educação como um direito. Trata-se de uma pesquisa de natureza qualitativa, cuja perspectiva teórica está fundamentada no método dialético marxista. Foram realizados estudos bibliográfico, documental e empírico, utilizando-se as técnicas de observação participante, entrevista e questionário. Os dados revelam que o enfrentamento de tais desafios se dá pela ação coletiva dos assistentes sociais, pautada no compromisso ético-político com a defesa dos direitos sociais e com a qualidade dos serviços prestados aos usuários.
Palavras-chave: Serviço Social. Educação superior. Assistência estudantil.
Este artigo apresenta uma análise da atuação profissional do Serviço Social na área da educação, especificamente no âmbito da assistência estudantil, a partir de um estudo com assistentes sociais do Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia do Ceará (IFCE). Tem por objetivo apontar os principais desafios e perspectivas desses profissionais num cenário marcado pela contrarreforma do Estado, pelo desmonte das políticas sociais públicas e pela negação dos direitos sociais. Este cenário impõe limites ao exercício profissional da categoria e dificulta a efetivação da política de assistência estudantil na referida instituição, comprometendo, assim, o acesso à educação como um direito. Trata-se de uma pesquisa de natureza qualitativa, cuja perspectiva teórica está fundamentada no método dialético marxista. Foram realizados estudos bibliográfico, documental e empírico, utilizando-se as técnicas de observação participante, entrevista e questionário. Os dados revelam que o enfrentamento de tais desafios se dá pela ação coletiva dos assistentes sociais, pautada no compromisso ético-político com a defesa dos direitos sociais e com a qualidade dos serviços prestados aos usuários.
Descargas
Citas
BARBOSA, Mayra de Queiroz. A demanda social pela educação e a inserção do serviço social na educação brasileira. Campinas, SP: Papel Social, 2015.
BEHRING, Elaine Rossetti; BOSCHETTI, Ivanete. Política social: fundamentos e história. 9. ed. São Paulo: Cortez, 2011.
______. Brasil em contrarreforma: desestruturação do Estado e perda de direitos. 2. ed. São Paulo: Cortez, 2008.
BOSCHETTI, Ivanete. América Latina, política social e pobreza: “novo” modelo de desenvolvimento? In: SALVADOR, Evisálio; BEHRING, Elaine; BOSCHETTI, Ivanete; GRANEMANN, Sara (Orgs.). Financeirização, fundo público e política social. São Paulo: Cortez, 2012. p. 31-58.
BRASIL. Decreto 7.234, de 19 de julho de 2010. Dispõe sobre o Programa Nacional de Assistência Estudantil.
CISLAGHI, Juliana Fiuza. Financiamento do ensino superior no Brasil: novos e antigos mecanismos de privatização do fundo público. In: SALVADOR, Evisálio; BEHRING, Elaine; BOSCHETTI, Ivanete; GRANEMANN, Sara (Orgs.). Financeirização, fundo público e política social. São Paulo: Cortez, 2012. p. 261-284.
COSTA, Renata Maria Paiva da. O serviço social no contexto da educação: reflexões acerca dos desafios do trabalho do assistente social no Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia do Ceará (IFCE). 2017. 187f. Dissertação (Mestrado Acadêmico em Serviço Social, Trabalho e Questão Social) - Centro de Estudos Sociais Aplicados, Universidade Estadual do Ceará, Fortaleza, 2017.
GONÇALVES, Reinaldo. Novo desenvolvimentismo e liberalismo enraizado. Serviço Social e Sociedade, São Paulo, n. 112, p. 637-671, Dez. 2012. Disponível em <http://www.scielo.php?script=sci_arttext&pid=s0101-66282012000400003&Ing=en&nrm=iso>. Acesso em: 11 ago. 2017.
GONÇALVES, Taciane Couto. Trabalho, serviço social e o papel educativo da profissão. Temporalis, Brasília, n. 32, p. 53-72, Jul/dez. 2016. Disponível em <http://www.periodicos.ufes.br/temporalis>. Acesso em: 5 set. 2017.
IAMAMOTO, Marilda Villela. Estado, classes trabalhadoras e política social no Brasil. In: BOSCHETTI, Ivanete; BEHRING, Elaine; SANTOS, Silvana Maria de Morais dos; MIOTO, Regina Célia Tamaso (Orgs.). Política social no capitalismo: tendências contemporâneas. 2. ed. São Paulo: Cortez, 2009. p. 13-43.
______. O serviço social na cena contemporânea. In: Serviço Social: direitos sociais e competências profissionais. Brasília: CFFESS/ABEPSS, 2009. p. 15-50.
______. O serviço social na contemporaneidade: trabalho e formação profissional. 5.ed. São Paulo: Cortez, 2001.
IAMAMOTO, M. V.; CARVALHO, R. de. Relações sociais e serviço social no Brasil: esboço de uma interpretação histórico-metodológica. 11.ed. São Paulo: Cortez, 1996.
LIMA, Kátia. Expansão da educação superior brasileira na primeira década do novo século. In: PEREIRA, Larissa Dahmer; ALMEIDA, Ney Luiz Teixeira (Org.). Serviço Social e educação. 3.ed. Rio de Janeiro: Lumen Juris, 2012. p. 1-26.
MINAYO, M. C. S. Pesquisa social: teoria, método e criatividade. Petrópolis: Vozes, 1994.
MONTAÑO, Carlos. Terceiro setor e questão social: crítica ao padrão emergente de intervenção social. 6.ed. São Paulo: Cortez, 2010.
SILVA, Maria das Graças Martins da; VELOSO, Tereza Christina Mertens Aguiar. Acesso nas políticas da educação superior: dimensões e indicadores em questão. Avaliação, Campinas, SP, v.18, n.3, p. 727-747, nov. 2013.