ASSISTENTE SOCIAL MARIA DE LOURDES NASCIMENTO: ANTIRRACISMO E DEFESA DA INFÂNCIA EM 1940-1950
DOI:
https://doi.org/10.22422/temporalis.2022v22n44p269-284Resumen
Maria de Lourdes Vale Nascimento foi uma assistente social que, entre os anos de 1940 e 1950, estava em intensas atividades políticas, artísticas, educativas e antirracistas voltadas à denúncia e à construção de resoluções para os problemas impostos pelo racismo no Brasil. Foi uma das fundadoras do Teatro Experimental do Negro (TEN) e referência do movimento negro brasileiro, porém invisibilizada pelo racismo estrutural. Por isso, refletimos sobre as nuances do mito da democracia racial, a branquitude e a invisibilidade impostas a essa protagonista na história do Serviço Social. A metodologia específica para esse recorte investigativo abrange a revisão bibliográfica sobre a temática e a pesquisa documental em fontes primárias. As informações iniciais estão no livro “O Negro Revoltado”, organizado por Abdias Nascimento em 1968, que agrega trabalhos apresentados no I Congresso do Negro Brasileiro realizado em 1950. No entanto, as principais fontes documentais apresentadas neste artigo se referem a coluna “Fala Mulher”, do Jornal “O Quilombo”, 1949-1950, que foi um dos principais instrumentos políticos de Maria de Lourdes. Enfatizamos suas lições em defesa das crianças e adolescentes negras(os). Ao analisarmos esses documentos em uma perspectiva histórica torna-se evidente o quanto essa Assistente Social apresentava uma leitura que vinculava dialeticamente a questão racial, de classe e de gênero. Suas análises eram imensamente críticas, principalmente se tratando das particularidades teórico metodológicas do Serviço Social anos 1940 – 1950. Pretendemos, ao final, ressaltar seu protagonismo na luta antirracista e femenagea-la!