A gravidade do neoliberalismo radical pós 2008 e nossas estratégias de resistência

Autores

  • Eduardo Mourao Vasconcelos UFRJ

DOI:

https://doi.org/10.18315/argumentum.v12i2.30483

Resumo

Este ensaio foi escrito para servir de texto provocador de debates no presente número do periódico Argumento, tendo como tema central “as políticas de saúde mental no Brasil e no plano internacional: tendências e desafios”. No entanto, o texto recoloca esse tema no contexto das atuais profundas transformações na conjuntura política mundial e brasileira, com seu atual projeto histórico neoliberal em uma versão ainda mais radical, capaz de nos levar a uma crise civilizatória e barbárie. O texto parte da caracterização mais reconhecida das políticas neoliberais, para se aprofundar nas estratégias de desmonte das bases históricas que conformaram o sentido de sociedade, solidariedade, justiça social, Estado social e da própria democracia, estratégias já delineadas por seus autores clássicos, como Friedman e Hayek, mas que ainda encontrava alguma resistência nos partidos liberais, que conservavam algum senso de direitos humanos. Após a crise econômica de 2008, as forças políticas de ultradireita deixaram o grande guarda chuva dessas lideranças liberais, e traçaram caminhos próprios, conquistando governos ou aumentando sua presença nos parlamentos. O texto ainda aborda a radicalização das mudanças na esfera do trabalho; as novas tecnologias digitais e suas profundas implicações epistemológicas, políticas e subjetivas, e sua apropriação atual pelas forças de ultradireita; e as novas ‘velhas’ formas violentas e radicais de gestão de ‘populações indesejáveis’, expressas pela noção de necropolítica. Finalmente, o texto convida o leitor para desenvolver sua análise da conjuntura histórica mais ampla, para prever tanto os desafios, como também as possíveis contradições, que apontam para brechas e espaços políticos de atuação e resistência.

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Publicado

29-08-2020

Como Citar

Vasconcelos, E. M. (2020). A gravidade do neoliberalismo radical pós 2008 e nossas estratégias de resistência. Argumentum, 12(2), 8–26. https://doi.org/10.18315/argumentum.v12i2.30483