v. 12 n. 2 (2020): As políticas de saúde mental no Brasil e no plano internacional: tendências e desafios
Ao longo dessas duas décadas do século XXI, no plano global, observa-se o aumento das taxas de transtornos mentais quando se correlacionam os períodos de políticas de austeridade econômica com as alterações na prevalência dos transtornos de humor, como a depressão, e os relacionados ao stress, como a ansiedade.
Trata-se de um período de aprofundamento da ofensiva do capital sobre o trabalho, expressa nas mudanças dos processos de trabalho, na flexibilização dos direitos trabalhistas e no declínio dos padrões de proteção social. O impacto da austeridade sobre a saúde mental vem sendo pesquisada por diferentes autores ao redor do mundo. A saúde mental nos parece se tornar um analisador relevante desta quadra histórica, bem como requer revisitar os seus desafios particulares atuais.
Ademais, no Brasil, o fortalecimento de forças conservadoras e reacionárias e, de forma concomitante, na saúde mental, a presença de diversas resistências e de lutas antimanicomiais, antiproibicionistas, antirracistas e feministas trazem mudanças importantes na orientação das políticas de saúde mental e drogas que merecem atenção.
Nesse sentido, a Argumentum objetiva oferecer um balanço das tendências hegemônicas e contra hegemônicas e dos desafios atuais em curso nas políticas sociais de saúde mental no plano internacional e nacional.