Uma “poética das intermitências” na literatura de Patrick Modiano
DOI:
https://doi.org/10.47456/contexto.v%25vi%25i.23024Resumo
A partir de Didi-Huberman (2011), traçam-se relações entre o brilho do poder que cega pelo excesso de luz e alguns “lampejos de contrapoder” que a literatura contemporânea permite entrever nas frestas do cenário inominável que irrompeu violentamente no passado recente e se propaga de modo contínuo no presente em múltiplos espaços. Assim, neste momento agudo de convocação à resistência ao estado permanente de exceção (AGAMBEN, 2004), propõe-se a leitura da relação entre memória e política tal como plasmadas por uma literatura que não se recusa a enfrentar a questão da responsabilidade moral e da ética frente às ameaças contra a vida e contra a liberdade. Essa ideia é relacionada à produção literária do escritor francês Patrick Modiano, sob a hipótese de que suas (contra)narrativas performativas se insurgem – pela alusão, emprego de elipses e criação de personagens como seres evanescentes – como afrontas à absurda aparência de normalidade instaurada por práticas e discursos que emperram a elaboração de um projeto coletivo de futuro e se esforçam para elidir o passado, relegando-o ao silêncio e ao apagamento.
PALAVRAS-CHAVE: Ficção contemporânea. Resistência. Responsabilidade moral. Memória. Política.
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