Resistência e utopia: cartografias da diáspora em Finhani, de Emílio Lima
DOI:
https://doi.org/10.47456/contexto.v%25vi%25i.23032Resumo
Analisa-se a narrativa literária Finhani, de Emílio Lima, autor bissau-guineense, sob o enfoque da resistência, com base na teoria pós-colonial. Para isso, empreende-se um olhar cartográfico sobre a obra, olhar esse conformado pelas múltiplas espacializações que nela se constroem, destacando a trajetória diaspórica do (anti)herói, Finhani Pansau Kam-mecé. O recorte se dá, portanto, no sentido de tornar pronunciada a centralidade do espaço na construção de narrativas de fundo diaspórico, em especial na obra em comento. Para isso, tornou-se oportuno desenvolver a reflexão sob a proposta de Deleuze e Guattari, autores que reconhecem ao espaço um caráter muito mais metafórico do que geográfico, embora não desprezem esse último aspecto. Demarcou-se, assim, o percurso diaspórico do (anti)herói em quatro momentos de identificação: 1. O herói espectador; 2. O herói abrigado/trabalhador/ sonhador; 3. O vagabundo apaixonado, e 4. O doutor/empresário, observando-se os movimentos simbólicos e materiais de desterritorialização-reterritorialização em jogo na construção identitária da personagem. A obra apresenta elementos de resistência e encaminha inscrições de utopia, constituindo-se importante contributo à literatura bissau-guineense, bem como instrumento de relevo para des-re-leitura histórica, política e epistêmica desse país.
PALAVRAS-CHAVE: Emílio Lima. Diásporas. Territorialidades. Identificações. Pós-colonialismo.
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