"Milagres do Brasil são": a sátira ao amor freirático nas letras seiscentistas
DOI:
https://doi.org/10.47456/contexto.v%25vi%25i.32732Resumo
RESUMO: Frequente nas letras medievais, a tópica dos amores freiráticos é retomada na sátira que circula na Bahia no século XVII, a qual dramatiza, em um registro deformante, os discursos institucionais e as murmurações informais da sociedade da época acerca das visitas masculinas aos conventos e das "amizades ilícitas" das freiras. Ao reiterar metaforicamente os discursos oficiais sobre esse tema ou ao deslocá-los obscenamente, a sátira ao amor freirático mimetiza os preceitos do amor cortês e suas técnicas eróticas, transformando a galanteria em estilo baixo e o encômio, em vitupério. Conforme demonstrarei, essa mudança convoca comumente a paródia da lírica amorosa e dos lugares comuns do petrarquismo. Além disso, destacarei como, na perspectiva misógina da persona satírica, a descrição obscena dos corpos das freiras e de seus amantes bem como a imitação licenciosa das trocas de cartas e de alimentos entre eles funcionam como táticas empregadas para satirizar a "santa sede" das freiras.
PALAVRAS-CHAVE: Poesia brasileira seiscentista – Gregório de Matos. Sátira seiscentista – Gregório de Matos. Gregório de Matos – Amores freiráticos. Amores freiráticos – Tema literário.
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Copyright (c) 2020 Ana Lúcia M. de Oliveira
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