A ganância (e a luxúria) do ricomen afonsino que pisa “as azeitonas que foran de Don Xacafe”: uma leitura desconfiada da cantiga “Tanto sei de vós, ricomen: pois fordes na alcaria”

Autores

  • Thiago Costa Verissimo Secretaria de Educação do Espírito Santo (Sedu)/ Faculdade Europeia de Vitória (Faev)

DOI:

https://doi.org/10.47456/contexto.v%25vi%25i.32746

Resumo

RESUMO: A cantiga de escárnio e maldizer “Tanto sei de vós, ricomen: pois fordes na alcaria”, de Afonso X – rei-trovador que, como documenta seu cancioneiro satírico, divertia (e criticava) sua corte, docere et delectare, no tocante ao conflituoso (e, por vezes, prazeroso) envolvimento com os mouros –, contextualiza, segundo consenso da crítica, eventos imediatamente posteriores à conquista de Sevilha aos mouros pelo rei Fernando III, de Castela. Em resumo, a cantiga afonsina protagonizada pelo anônimo e ganancioso nobre (ricomen) joga, em sentido literal, com a ganância do personagem – impressionado pela posse de uma abundante alcaria e sua produção de olivas, localizada no Exarafe, ou seja, nas cercanias da cidade conquistada – e, em sentido equívoco, próprio do escárnio galego-português, com o deleite, por parte do ricomen, do sexo daquelas que ali habitavam (ou que para ali se dirigiam). O humor (e a crítica), como se observará, alvejaria, portanto, as atitudes desse nobre que, a despeito de sua estirpe, se envolve com trabalhos físicos a ele inapropriados: pisar olivas e se deitar com servas (quiçá mouras?).

PALAVRAS-CHAVE: Literatura medieval – Sátira. Sátira galego-portuguesa – Afonso X. Afonso X – Cantigas de escárnio e maldizer. Mouros – Tema literário.

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Publicado

09-11-2020

Edição

Seção

Artigos (Dossiê)