Sátira romana: discutindo o gênero
DOI:
https://doi.org/10.47456/contexto.v1i42.35108Resumo
RESUMO: Este artigo discute uma possível delimitação das fronteiras genéricas da sátira romana. Tendo em vista a impossibilidade de uma definição rígida da sátira, partimos da compreensão da atitude satírica como um modo de expressão humana que extrapola o gênero. Discutimos, ainda, a origem etimológica do termo satura, que acaba reforçando uma característica fundamental da sátira: a variedade. Buscamos uma definição do gênero na Antiguidade flexível o suficiente para englobar as variações observadas nos autores que o praticaram a partir de Lucílio. Em consonância com Knight (2004), que defende a boa repercussão de discussões sobre a sátira pautadas em definições metafóricas, aproveitamos as teorias desenvolvidas por Hansen (2011), Rudd (1986) e Kernan (1959). Compreendemos a sátira como um gênero em movimento, que não se encontra em um ponto fixo e tampouco é de tal modo variado que não caiba discutir seus padrões: ao contrário, oscila entre limites que podem ser observados.
PALAVRAS-CHAVE: Sátira romana hexamétrica. Sátira Menipeia. Caio Lucílio. Quinto Horácio Flaco.
REFERÊNCIAS
ANDERSON, William. Essays on Roman satire. Princeton: Princeton University, 1982.
ARISTÓTELES. Poética. Tradução, introdução e notas de Paulo Pinheiro. São Paulo: Editora 34, 2015.
AULO GÉLIO. Noites Áticas. Tradução e notas de José R. Seabra F. Introdução de Bruno Fregni Basseto. Londrina: EDUEL, 2010.
CARMO, Rafael Cavalcanti do. As manifestações do cômico nas Saturae de Juvenal. 2014. 142 f. Dissertação (Mestrado em Estudos Literários) – Programa de Pós-Graduação em Letras. Universidade Federal do Espírito Santo, Vitória, 2014.
CICERO. De finibus bonorum et malorum. With an English translation by H. Rackham. London: Harvard University, 1983 (The Loeb Classical Library).
CICERÓN. Sobre el orador (introducción, traducción y notas de José Javier Iso). Madrid, Editorial Gredos, 2002.
DIOMEDES. Diomedis ars. In: KEIL, H. (ed.). Grammatici Latini I, 1885. p. 299-529.
D'ONOFRIO, Salvatore. Os motivos da sátira romana. 1968. 151 f. Tese (Doutorado em Letras) – Cadeira de Língua e Literatura Latina da Faculdade de Filosofia e Letras, Universidade de São Paulo. Marília, 1968.
FREUDENBURG, Kirk (ed.). The Cambridge companion to Roman satire. Cambridge: Cambridge University, 2005.
FREUDENBURG, Kirk. Satires of Rome. Cambridge: Cambridge University, 2001.
GLARE, P. G. W. Oxford Latin Dictionary. London: Oxford University, 1968.
GOLDBERG, Sander M. Constructing literature in the Roman Republic: poetry and its reception. Cambridge: Cambridge University, 2005.
HANSEN, João Adolfo. Anatomia da Sátira. In: VIEIRA, Brunno V.G. THAMOS, Márcio (org.). Permanência clássica: visões contemporâneas da Antiguidade greco-romana. São Paulo: Escrituras, 2011. p. 145-170.
HENDRICKSON, G. L. Satura: "The Genesis of a Literary Form". Classical Philology, The University of Chicago, v. 6, n. 2, p. 129-143, 1911.
HOOLEY, Daniel M. Roman satire. Oxford: Blackwell, 2007.
HORACE. Satires, Epistles and Ars Poetica. Edited by Jeffrey Henderson and translated by H. Rushton Fairclough. Londres: Harvard University, 1929 (The Loeb Classical Library).
HORÁCIO. Sátiras. Tradução e notas de Guilherme Gontijo Flores. No prelo.
HORÁCIO; OVÍDIO. Sátiras. Os fastos. Traduções de António Luís Seabra e António Feliciano de Castilho; prefácio de João Batista Melo e Sousa. Rio de Janeiro: W. M. Jackson, 1970. v. 4 (Clássicos Jackson).
JUVENAL, PERSIUS. Juvenal and Persius. Edited and translated by Susanna Morton Braund. Cambridge: Harvard University, 2004.
KERNAN, Alvin P. The Cankered Muse. New Haven: Yale University, 1959.
KNIGHT, Charles. The literature of satire. New York: Cambridge University, 2004.
LIVY. History of Rome. Translated by B.O. Foster. Cambridge: Harvard University, 1970 (The Loeb Classical Library).
OLIVA NETO, João Ângelo. “Riso invectivo vs. Riso anódino e as espécies de iambo, comédia e sátira”. Letras clássicas, n. 7. São Paulo: 2003, p. 77-98.
PEREIRA, Maria Helena da Rocha. Antologia da cultura latina. Coimbra: Instituto de Estudos Clássicos, 1986.
PERSIUS ET IVVENALIS. Satvrae. Edidit brevique adnotatione critica denvo instrvxit W.V. Clausen. New York: Oxford University, 1992 [1ª edição: 1959].
POLÁKOVÁ, Mariana. Enniu’s collection satura(e). Greco-Latina Brunensia, Brno, n. 17, p. 171-179, 2012.
QUINTILIAN. Instituto oratoria. Edited by H. E. Butler. Londres: Harvard University, 1921. 4 v. (The Loeb Classical Library).
RASCHKE, Wendy J. “Arma pro amico”: lucilian satire at the crisis of the Roman Republic. Hermes, Franz Steiner Verlag, n. 115, p. 229-318, 1987.
ROSEN, Ralph. “Satire in the Republic: from Lucilius to Horace”. In: PLAZA, Maria (ed.). Oxford readings in classical studies: Persius and Juvenal. New York: Oxford University, 2009. p. 19-40.
RUDD, Niall. The satires of Horace and Persius. New York: The Penguin Books, 1973.
RUDD, Niall. Themes in Roman satire. London: Duckworth, 1986.
VAN ROOY, C. A. Studies in classical satire and related literary theory. Leiden: E. J. Brill, 1966.
WARMINGTON, E. H. Remains of old Latin: Ennius and Caecilius. Londres: Harvard University, 1988. v. 1 (The Loeb Classical Library).
WARMINGTON, E. H. Remains of old Latin: Lucilius. The Twelve Tables. Londres: Harvard University, 1938. v. 3 (The Loeb Classical Library).
WITKE, C.H. Persius and the neronian institution of literature. Latomus, Fondation Universitaire de Belgique, n. 43, p. 802-812, 1984.
Downloads
Downloads
Publicado
Versões
- 31-12-2022 (2)
- 22-12-2022 (1)
Edição
Seção
Licença
Copyright (c) 2022 Marihá Barbosa e Castro
Este trabalho está licenciado sob uma licença Creative Commons Attribution-NonCommercial 4.0 International License.
Este obra está licenciado com uma Licença Creative Commons Atribuição-NãoComercial 4.0 Internacional.