Sátira romana: discutindo o gênero

Autores

  • Marihá Barbosa e Castro Instituto Federal do Espírito Santo
  • Leni Ribeiro Leite Universidade Federal do Espírito Santo

DOI:

https://doi.org/10.47456/contexto.v1i42.35108

Resumo

RESUMO: Este artigo discute uma possível delimitação das fronteiras genéricas da sátira romana. Tendo em vista a impossibilidade de uma definição rígida da sátira, partimos da compreensão da atitude satírica como um modo de expressão humana que extrapola o gênero. Discutimos, ainda, a origem etimológica do termo satura, que acaba reforçando uma característica fundamental da sátira: a variedade. Buscamos uma definição do gênero na Antiguidade flexível o suficiente para englobar as variações observadas nos autores que o praticaram a partir de Lucílio. Em consonância com Knight (2004), que defende a boa repercussão de discussões sobre a sátira pautadas em definições metafóricas, aproveitamos as teorias desenvolvidas por Hansen (2011), Rudd (1986) e Kernan (1959). Compreendemos a sátira como um gênero em movimento, que não se encontra em um ponto fixo e tampouco é de tal modo variado que não caiba discutir seus padrões: ao contrário, oscila entre limites que podem ser observados.

PALAVRAS-CHAVE: Sátira romana hexamétrica. Sátira Menipeia. Caio Lucílio. Quinto Horácio Flaco.

 

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Publicado

22-12-2022 — Atualizado em 31-12-2022

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