Sobre a inferência de valores morais na leitura de ficção (numa análise de Vidas secas)
Resumo
RESUMO: Na interface entre a linguística, a psicologia e a narratologia, esse artigo propõe investigar como valores morais são sugeridos ao leitor pela prosa de ficção, sem serem ostensivamente enunciados na narração. Buscando contribuições na psicologia moral de Jonathan Haidt (2012), na pragmática de Dan Sperber e Deirdre Wilson (2012), e na narratologia de Lubomír Doležel (1998), propomos um modelo descritivo para esse estudo, exemplificado na análise de Vidas Secas, de Graciliano Ramos. O modelo agrega: 1) a pragmática (para discernir processos inferenciais na leitura da ficção); 2) uma narratologia fundamentada na teoria dos mundos possíveis (para descrever modos de moralização implicados na construção do mundo ficcional); 3) a psicologia evolutiva (para identificar o apelo do texto a vieses morais universais); 4) a inscrição do texto em seu contexto de publicação. Tomamos Vidas secas como estudo de caso para identificar como esses elementos substanciam a inferência de conteúdos morais pelo leitor.
PALAVRAS-CHAVE: Leitura de ficção. Psicologia moral. Pragmática linguística. Narratologia analítica. Vidas secas.
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Copyright (c) 2021 Miriany Litka Guimarães, Pedro Dolabela Chagas
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