Arte Indígena Contemporânea Decolonialidade e ReAntropofagia

Contemporary Indian Art Decoloniality and Reanthropogagy

Autores

DOI:

https://doi.org/10.47456/rf.v1i25.35982

Resumo

O artigo reflete sobre a dimensão decolonial da arte indígena contemporânea pela tática da (re)antropofagia e da insurgência, pela abordagem da produção de artistas indígenas, que mesclam referências cosmológicas e visualidades indígenas com apropriações de cânones artísticos, linguagens e tecnologias do Ocidente. Artistas que ocupam os espaços institucionalizados e se inserem no mercado de arte contemporâneo, promovendo fissuras nas narrativas hegemônicas sobre os povos originários do Brasil. Esse fenômeno, que aparece na cena da arte contemporânea brasileira, será percebido em diálogo com o pensamento, as ações e as poéticas de dois artistas indígenas, reconhecidos no Brasil e no exterior. Jaider Esbell, que traz os fundamentos do que se configura como Arte Indígena Contemporânea, e Denilson Baniwa, que concebe a Arte Puçanga e seu poder de insurgir, enfeitiçar e curar feridas coloniais.

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Biografia do Autor

Gloria Alejandra Guarnizo Luna, UFSC

Doutora em História pelo Programa de Pós-graduação   em   História   da   Universidade   Federal de  Santa  Catarina  -  UFSC  (2018, com a tese: O (Não) Lixo na Era  do  Consumo:  Cidade,  Museu,  Arte. Autora dos livros: Museus do Lixo no Brasil (2021) e Irene de Souza Boemer: Dama do Rádio - Cronista da Cidade (2008). Graduada em História e Museologia. Museóloga registrada no Conselho Regional de Museologia -  COREM -  5 Região PR/SC. Desenvolve pesquisas na área de História, Teoria e Crítica de Arte com ênfase nas Imagens, Arte, Museus, Acervos, Coleções, Exposições, Patrimônio, Cidade, Consumo, Discursos, Subjetividades e Contemporaneidade.

Maria Bernardete Ramos Flores, UFSC

Professora Titular Aposentada do Departamento de História da UFSC. Graduada em História pela Universidade do Vale do Itajaí (1973), Mestre em História - UFSC (19790), Doutora em História - PUC/SP (1991), Pós-Doutorado - Universidade Nova de Lisboa/University of Maryland (1999-2000), Pós-Doutorado - IDAES - Universidad de San Martín (2009-2010). Professora visitante na Universidade de Salamanca (2003). Ano Sabático na University of California - Campus Davis (1994). Prêmio Destaque de Pesquisa - Centro de Filosofia e Ciência Humanas (2010). Dedica-se à pesquisa de História e Arte, Modernidade e Estética, Teoria da Imagem e Teoria da História. Atua na Linha de Pesquisa História da Historiografia, Arte, Memória e Patrimônio, do Programa de Pós-Graduação em História da UFSC. Entre diversos artigos e livros publicados, destacam-se as obras Tecnologia e Estética do Racismo. Ciência e Arte na Política da Beleza (2007), pela Argos Editora, e Xul Solar e Ismael Nery entre outros Místicos Modernos. Sobre o revival espiritual, 2017, pela editora Mercado de Letras.

Sabrina Fernandes Melo, UFPB

Professora Adjunta no Departamento de Artes Visuais da Universidade Federal da Paraíba e professora permanente no Programa Associado de Pós-graduação em Artes Visuais - PPGAV/UFPB/UFPE.Museóloga e Doutora em História pela Universidade Federal de Santa Catarina ( 2018) com pesquisa realizada na Fundação Calouste Gulbenkian em Lisboa, Portugal ( 2017). Desenvolve pesquisas nas áreas de História, Teoria e Crítica de Arte.

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Publicado

20-06-2022

Como Citar

Luna, G. A. G. ., Flores, M. B. R. ., & Melo, S. F. (2022). Arte Indígena Contemporânea Decolonialidade e ReAntropofagia: Contemporary Indian Art Decoloniality and Reanthropogagy. Revista Farol, 17(25). https://doi.org/10.47456/rf.v1i25.35982

Edição

Seção

Artigos