Objetos mestiços

Fome de Mistura

Autores

  • Coletivo Kókir

DOI:

https://doi.org/10.47456/rf.v1i25.37162

Resumo

Neste ensaio visual são apresentados nove trabalhos: uma criação individual com o título “Retrocesso” (2021) e as demais imagens que fazem parte de duas diferentes séries e de um vídeo.  As séries são: “Lugar inespecífico” (2018) e Autodelaração” (2021) e o vídeo Claviculário, uma exposição desconfinada” (2020). “Retrocesso” (2021) é uma colagem digital feita a partir de uma escultura em metal, realizada pela fundadora da Associação Indigenista – ASSINDI – Maringá, Darcy Dias de Souza. A escultura apresenta a imagem do mapa do Brasil preso por correntes fixadas em um círculo. A partir de uma fotografia do mapa a imagem foi invertida digitalmente com o acréscimo de elementos na cor vermelha, que remetem ao foco de uma arma. “Retrocesso” tem uma estreita ligação com dois trabalhos apresentados neste ensaio: os dois frames do vídeo “Claviculário, uma exposição desconfinada”, onde se vê um coração de argila, também acorrentado, assim como a imagem de um prato vazio com uma colher e um cadeado, entre outros objetos. O vídeo foi feito com filmagens da exposição Claviculário, de autoria de Tadeu dos Santos Kaingang. A exposição foi contemplada no prêmio Convite às Artes Visuais, promovida pela Secretaria Municipal de Maringá. Ocorreu que, na ocasião da abertura da exposição, em 17 de março de 2020 a prefeitura de Maringá decretou medidas de isolamento social, sendo a exposição fechada portanto, no mesmo dia em que seria aberta ao público. Por este motivo o coletivo produziu o vídeo com a parceria do músico Petrônio Lorena e da família do músico Walter Smetak, que cedeu os direitos de uso de uma música que compõe a trilha sonora do vídeo. Correntes e cadeados, juntamente com a inversão do mapa sinalizam o posicionamento crítico manifesto no movimento Levante pela Terra, no qual indígenas de todo Brasil buscam defender-se das políticas governamentais que visam a implantação de um projeto de Lei (PL 490), conhecido como Marco Temporal. Nesse sentido a fotografia da performance “Autodeclaração I” também dialoga com as imagens anteriores ao apresentar um corpo unido a um cesto Kaingang por meio de um cordão. A reflexão sobre questões ligadas aos territórios e identidades indígenas no Brasil também permeia os trabalhos da Série “Lugar inespecífico” criada entre o coletivo e o povo Tupinambá de Olivença (BA) durante a realização da residência artística promovida pela ONG Thdewá “Arte Eletrônica Indígena - (AEI) em 2018. Parte das obras produzidas na residência podem ser vistas na exposição virtual “Sonho dos Encantados” produzida pelo coletivo, com curadoria de Jussara Oliveira, disponível na plataforma Kunstmatrix. As colagens digitais que compõem a série “Lugar inespecífico” são cocriações realizadas com crianças, jovens e adultos da comunidade Tupinambá de Olivença a partir da escuta de seus sonhos, que foram transformados coletivamente nas imagens da série.

 

Coletivo Kókir - Minibio

Formado pelos artistas Tadeu dos Santos Kaingang e Sheilla Souza, o Coletivo Kókir apresenta em suas criações questões relacionadas às culturas indígenas na contemporaneidade. Kókir significa fome na língua Kaingang. Tadeu e Sheilla são também professores no curso de Artes Visuais na Universidade Estadual de Maringá (UEM) e membros da Associação Indigenista – ASSINDI – Maringá (PR). O diálogo entre arte, cidade e povos indígenas configura-se de diferentes maneiras, como instalações, pinturas, fotografias, vídeos, performances, ações, oficinas, residências e publicações. Os trabalhos realizados pelo coletivo buscam a reflexão sobre a importância dos saberes indígenas na interação com grupos, comunidades e artistas indígenas e não indígenas.

http://www.assindi.org.br/

http://www.olharcomum.com.br/sustento-coletivo-kokir-farol-galeria-de-arte-e-acao/

https://www.select.art.br/tag/coletivo-kokir/

https://www.facebook.com/institutoculturalinga/posts/1269690769750600/

https://aei.art.br/fome-ancestral-conheca-mais-sobre-a-ponte-que-vai-unir-e-nutrir-os-tupinamba-de-olivenca-na-bahia-e-o-kaingang-do-ivai-no-parana/

https://aei.art.br/reconectar-a-imensidao/

 

 

Exposições coletivas

2021 – (Exposição Virtual) Arte com Indígenas em Residências Eletrônicas. https://aei.art.br/aire/co-criacoes/

2021 – (Virtual) Sonho dos Encantados

https://artspaces.kunstmatrix.com/en/exhibition/5405149/sonho-dos-encantados-dream-of-the-enchanted-coletivo-k%C3%B3kir-artistas-convidados

2021- (Exposição Virtual) Pioneiros Indígenas em Mariguã

https://artspaces.kunstmatrix.com/en/exhibition/6132212/ind%C3%ADgenas-pioneiros-em-marigu%C3%A3-pioneer-indians-in-marigu%C3%A3

2020/21 – Reconectar a Imensidão. Exposição virtual – www.aei/art

2018 – Arte eletrônica Indígena (AEI). Museu de Arte Moderna de Salvador - BA

2016 Coletivo Kókir. Sustento/Voracidade. Galeria Farol e Museu Paranaense. Curitiba-PR

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Biografia do Autor

Coletivo Kókir

Formado pelos artistas Tadeu dos Santos Kaingang e Sheilla Souza, o Coletivo Kókir apresenta em suas criações questões relacionadas às culturas indígenas na contemporaneidade. Kókir significa fome na língua Kaingang. Tadeu e Sheilla são também professores no curso de Artes Visuais na Universidade Estadual de Maringá, Paraná (UEM), no Sul do Brasil e membros da Associação Indigenista – ASSINDI – Maringá. O diálogo entre arte, cidade e povos indígenas configura-se em diferentes meios, como instalações, pinturas, vídeos, performances e publicações, entre outros. Muitos dos trabalhos realizados pelo coletivo buscam a reflexão sobre a importância dos saberes indígenas em interações com grupos, comunidades e artistas indígenas e não indígenas.

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Publicado

20-06-2022

Como Citar

Kókir, C. . (2022). Objetos mestiços: Fome de Mistura. Farol, 17(25). https://doi.org/10.47456/rf.v1i25.37162

Edição

Seção

Seção Temática