Estética e política no Capitaloceno

considerações em busca de um pluralismo estético

Autores

DOI:

https://doi.org/10.47456/rf.v18i27.41906

Palavras-chave:

arte e antropoceno, estética e política, capitaloceno, comunidade estética, pluralismo estético

Resumo

Partindo da emergência de criação de nomes e conceitos para compreensão da nova época geológica, e seguindo pesquisas recentes em história da arte, este ensaio irá analisar o Capitaloceno, isto é, a intrusão do capitalismo enquanto força geológica como um fenômeno estético. Consideramos que além da crise climática, instaurou-se uma crise cultural e estética, todas elas intimamente ligadas. Para compreender esse novo estatuto da Terra, é necessário analisar como o capitalismo cultural despolitiza o campo estético e como a arte e a estética corroboraram com a instauração das crises atuais, utilizamos como parâmetro de análise as missões coloniais como demonstrativa do problema. Dessa maneira, enquanto contraproposta, vislumbramos saídas estéticas ao Capitaloceno, estas pautadas em bases comunitárias, políticas e pluralistas.

Downloads

Não há dados estatísticos.

Biografia do Autor

Mateus Raynner André de Souza, UnB

Mestre em Filosofia pelo Programa de Pós-Graduação em Metafísica da Universidade de Brasília. Graduado em Teoria, Crítica e História da Arte e Licenciado em Artes Visuais pela mesma instituição. Interessa-se pelas filosofias das artes, pela ontologia da arte e da imagem e pelo pensamento ambiental.

Referências

BOURRIAUD, Nicolas. Inclusions: Esthétique du capitalocène. Paris: PUF, 2021.

BONDAZ, Julien. Entrer en collection. Pour une ethnographie et techniques de collecte. Les Cahiers de l’Ècole du Louvre, 4, 01 abr. 2014. 2014. Disponível em: <http://journals.openedition.org/cel/481 >. Acesso em 19 mai. 2021.

CASTRO, Tereza. Contre le paysage. Cinéma, anthropologie de la nature et raison écologique, La Furia Umana, n.39, 2020. Disponível em: http://www.lafuriaumana.it/index.php/73-lfu-39/940-teresa-castro-contre-le-paysage-cinema-anthropologie-de-la-nature-et-raison-ecologique. Acesso em 2 jan. 2023.

COCCIA, Emanuele. A vida das plantas: uma metafísfica da mistura. Florianópolis: Cultura e Barbárie, 2018.

COSTA Alyne, Penser le Brésil avec Bruno Latour. Où atterrir sous Bolsonaro?. Revue du Crieur, n. 18, p. 102-117, 2021. DOI: 10.3917/crieu.018.0102. Disponível em: https://www.cairn.info/revue-du-crieur-2021-1-page-102.htm. Acesso em 19 jan. 2023.

DANOWSKI, Déborah; VIVEIROS DE CASTRO, Eduardo. Há mundo por vir? Ensaios sobre os medos e os fins. 2. ed. Florianópolis, São Paulo: Cultura e Bárbarie, Instituto Socioambiental, 2017.

DANTO, Arthur. O descredenciamento filosófico da arte. Belo Horizonte: Autêntica, 2014.

DEMOS, T. J. Against the Anthropocene: Visual Culture and Environment Today. Berlim: Sternberg Press, 2017.

DESCOLA, Philippe. Outras naturezas, outras culturas. São Paulo: Editora 34, 2016.

DIAGNE, Souleymane Bachir. Pour un universel vraiment universel. In: MEBMBE, Achille; SARR, Felwine (org.). Écrire l’Afrique-Monde, Les Ateliers de la Penséé. Dakar: Philippe Rey/Jimsaan, 2017. p. 396-377

HARAWAY, Donna, Anthropocene, Capitalocene, Plantationocene, Chthulucene: Making Kin. Environmental Humanities 6, n. 1, p. 159-165, 2015. doi:10.1215/22011919-3615934.

HARAWAY, Donna. Tentacular Thinking: Anthropocene, Capitalocene, Chthulucene. e-flux, n. 75, s/p, 2016. Disponível em: https://www.e-flux.com/journal/75/67125/tentacular-thinking-anthropocene-capitalocene-chthulucene/. Acesso em: 03 mai. 2021.

HUI, Yuk. Art and cosmotechnics. Minnesota: University of Minnesota Press, 2021.

LATOUR, Bruno. Guerre des mondes - offres de paix. In: BENETTO, J. V. (Org.) Volume spécial de l ́Unesco. 2001. Disponível em: http://www.bruno- latour.fr/sites/default/files/81-GUERRE-PAIX-UNESCO-FR.pdf. Acesso em: 21 jan. 2023.

LATOUR, Buno. Onde aterrar? Como se orientar politicamente no antropoceno. Rio de Janeiro: Bazar do Tempo, 2020a.

LATOUR, Bruno. Diante de Gaia: oito conferências sobre a natureza no Antropoceno. São Paulo/ Rio de Janeiro: Ubu Editora/ Ateliê de Humanidades Editorial, 2020b.

MBEMBE, Achille. Sair da Grande Noite: Ensaio sobre a África descolonizada. Petrópolis: Editora Vozes, 2019.

MBEMBE, Achille. Políticas de Inimizade. São Paulo: N-1 edições, 2020.

MIRZOEFF, Nicholas. It’s Not the Anthropocene, It’s the White Supremacy Scene, Or, the Geological Color Line. In: GRUSSIN, Richard (ed.). After Extinction. Minneapolis: University of Minnesota Press, forthcoming, 2016. p. 123-150.

MIRZOEFF, Nicholas. Visualizing the Anthropocene. Public Culture, vol. 26, n. 2, p. 213–232, mai. 2014. Disponível em: https://doi.org/10.1215/08992363-2392039. Acesso em 20 jan. 2023.

MOORE, Jason W. Capitalism in the Web of Life. New York: Verso, 2015.

NODARI, Alexandre. Limitar o limite: modos de subsistência. ILHA, v. 21, n. 1, p. 69-102, 2019. Disponível em: https://doi.org/10.5007/2175-8034.2019v21n1p68&gt. Acesso em: 09 mai. 2022.

NZEGWU, Nkiru. African Art in Deep Time: De-race-ing Aesthetics and De-racilizing Visual Art. Journal of Aesthetics and Art Criticism, (JAAC), Race and Aesthetics 77, 4, 2019. p. 367-378.

NZEGWU, Nkiru. O Africa: Reflections on the Poverty of Theory. In: OYĚWÙMÍ, Oyèrónké (ed.). African Women and Feminism: Reflecting on the politics of sisterhood. Trenton et al.: African World Press, 2003. p. 99-157.

PIGNARRE, Philippe; STENGERS, Isabelle. La sorcellerie capitaliste: pratiques de désenvoûtement. Paris: La Découverte, 2005.

SHINER, Larry. The Invention of Art: a cultural history. Chicago: The University of Chicago Press, 2001.

SOUZA, Mateus Raynner André de. Desracialização a partir da estética e das artes iorubás: contribuições para uma revisão política da ontologia da arte. 2022. 115 f., il. Dissertação (Mestrado em Metafísica) — Universidade de Brasília, Brasília, 2022.

STENGERS, Isabelle. No tempo das catástrofes: resistir à barbárie que se aproxima. São Paulo: Cosac & Naify, 2015.

STIEGLER, Bernard. De la misère symbolique. Paris: Galilée, 2013.

STIEGLER, Bernard. O desejo afixiado. In: Le monde diplomatique Brasil. Ed. 30, 3 de jan. 2010. Disponível em : https://diplomatique.org.br/o-desejo-asfixiado/. Acesso em 19 jan. 2023.

STIEGLER, Bernard. The Proletarianization of Sensibility. Boundary 2, 44(1), p. 05-18, 2017. Disponível em: https://read.dukeupress.edu/boundary-2/articleabstract/44/1/5/97410/The-Proletarianization-of-Sensibility&gt. Acesso em: 06 mai. 2022.

TSING, Anna Lowenhaupt. Viver nas ruínas: paisagens multiespécies no Antropoceno. Brasília, DF: IEB, 2019.

Downloads

Publicado

22-09-2023

Como Citar

Souza, M. R. A. de. (2023). Estética e política no Capitaloceno: considerações em busca de um pluralismo estético. Revista Farol, 18(27), 117–128. https://doi.org/10.47456/rf.v18i27.41906

Edição

Seção

Artigos