Quebrar o silêncio. Reinventar o lugar. As cidades musicais ao som do Brega

Autores

DOI:

https://doi.org/10.47456/rf.v19i28.43453

Palavras-chave:

Sul Global, bregafunk e tecnobrega, cidades musicais, decolonial, criatividade tecno-vernacular

Resumo

A partir de géneros musicais como o bregafunk e o tecnobrega, pretendemos analisar a materialização do conceito de cidades musicais, a par do enlace destes géneros musicais em relação às emergentes perspetivas decoloniais. Concomitantemente, e aliado a esta perspetiva, também introduzimos o conceito de criatividade tecno-vernacular, enquanto uma forma de agência artística-tecnológica (GASKINS, 2019) que pode ser usada para descrever os modos como ferramentas ou dispositivos externos podem auxiliar grupos sociais marginalizados a manifestaremse. Assim, apoiados numa metodologia de caráter qualitativo e de reflexão socio-histórica, temos como principal objetivo analisar a evolução destes dois géneros musicais até à atualidade, ao passo que pretendemos enveredar por uma exploração teórico-concetual aprofundada acerca das manifestações artísticas do Sul Global, mais especificamente em Belém e em Pernambuco.

Downloads

Não há dados estatísticos.

Biografia do Autor

Paula Guerra, Universidade do Porto/Grifith Center for Social snd Cultural Research

Professora de Sociologia na Universidade do Porto e pesquisadora no Instituto de Sociologia na mesma universidade. Professora adjunta no Griffith Centre for Social and Cultural Research, Austrália.

Referências

ADHITYA, Sara. Musical cities. Listening to urban design and planning. London: UCL Press, 2017.

ALBUQUERQUE, GG. Como o bregafunk deixou de ser um ritmo pra virar um movimento cultural. VICE, consult. 28/11/2023. Disponível em: https://www.vice. com/pt/article/evqy3a/historia-bregafunk-parte-2

ALVES, Cristiano Nunes. Mercado da cultura popular e economia urbana: o brega recifense. Confins, (40), 2019. Disponível em: https://journals. openedition.org/confins/19433

ALBUQUERQUE, GG & MARQUES, Igor. O nascimento do bregafunk é a história de sobrevivência dos MCs do Recife. VICE, consult. 28/11/2023. Disponível em: https://www.vice.com/pt/article/vbxkk3/historia- bregafunk-parte-1

BAHIA, Marcio. The Periphery Rises: Technology and Cultural Legitimization in Belém’s Tecnobrega. Journal of Lusophone Studies, 13, 2015, 33-54.

BARROS, Lydia. A validação do Tecnobrega no Contexto dos Novos Processos de Circulação Cultural. Novos Olhares 4(1), 2015, 135-149.

BOLDERMAN, Leonieke & REIJNDERS, Stjin. Sharing songs on Hirakata Square: On playlists and place attachment in contemporary music listening. European Journal of Cultural Studies, 2019, Disponível em: https://doi.org/10.1177/1367549419847110

COOK, Nicholas. Music, Imagination, and Culture. Oxford: Oxford University Press, 1990.

CONNELL, John & GIBSON, Chris. Sound Tracks: Popular Music, Identity and Place. London: Routledge, 2003.

CRESSWELL, Tim. Place: a Short Introduction. Oxford: Blackwell Publishing, 2004.

DUFFY, Gary. Tecnobrega Beat Rocks Brazil. BBC News, 2009. Disponível em: http://news.bbc.co.uk/2/hi/programmes/click_online/7872316.stm FONTANELLA, Fernando Israel. A estética do Brega: cultura de consumo e o corpo nas periferias do Recife. Dissertação (Mestrado). Programa de Pós- Graduação em Comunicação, Universidade Federal de Pernambuco, Recife, 2005.

GASKINS, Nettrice, R. Techno-Vernacular Creativity and Innovation across the African Diaspora and Global South. In BENJAMIN, Ruha (Ed.). Captivating Technology: Race, Carceral Technoscience adn Liberatory Imagination in Everyday Life. Durham: Duke University Press, 2019, pp. 252–274).

GUERRA, Paula. If Live Ain’t Enough for Them: Live Music and an Unexpected Scene in the Last Decade. Ethnomusicology Review, 24, Born to Be Alive: Contemporary Issues in Live Music Research (Special Issue), pp. 59-77, 2023.

GUERRA, Paula. House of Golden Records: Portugal’s independent record stores (1998–2020). Societies, 12(6), 188, DOI https://doi.org/10.3390/soc12060188, 2022.

GUERRA, Paula. Other Scenes, Other Cities and Other Sounds in the Global South: DIY Music Scenes beyond the Creative City. Journal of Arts Management and Cultural Policy. (1): Special Issue Creative Cities off the Beaten Path, pp.55-75, 2020a.

GUERRA, Paula. Paixões sónicas conservadas em disposofonias: o musicar de Gustavo Costa e da Sonoscopia. ArtCultura Uberlândia, 22(41), pp. 7-29, 2020b.

GUERRA, Paula. Sons, corpos e lugares. Para uma metonímia das cidades musicais contemporâneas. CSOnline - Revista Eletrônica de Ciências Sociais, 33, pp.171–197, 2021a.

GUERRA, Paula. Uma Lisboa só dele(s). Processos artivistas de recriação de paisagens sonoras contemporâneas. PerCursos, Florianópolis. Dossiê A vertigem das artes no Sul global, 22(50), pp. 15 – 42, 2021b.

GUERRA, Paula; HOEFEL, Maria da Graça; SEVERO, Denise Osório & SOUSA, Sofia. Tu é machista: música, ativismo estético-político e (re)configuração social e política nos tempos presentes. NAVA: Revista do Programa de Pós-Graduação em Artes, Cultura e Linguagem, 6 (1-2), 2021, pp.267-297.

GUERRA, Paula; Figueredo, Henrique Crimaldi. Prosopografias clubbers em São Paulo e Londres: Moda, estilo, estética e cenas musicais contemporâneas. Revista TOMO, 37: Dossiê: Juventudes, Decolonialidades e Estéticas Insurgentes, pp. 215-252, 2020.

GUERRA, Paula; LAMONTAGNE, Samuel.

Contemporary music ecosystems’ transformations. Ethnomusicology Review, 24, Born to Be Alive: Contemporary Issues in Live Music Research (Special Issue), pp. 1-10, 2023.

LEFEBVRE, Henri. Rhythmanalysis: Space, time and everyday life. London: Continuum, 2004.

LEMOS, Ronaldo & CASTRO, Oona. Tecnobrega. O Pará Reinventando o Negócio da Música. Rio de Janeiro: Aeroplano Editora e Consultoria, 2008.

MALIN, Mauro. Periferia vista do centro. PROJOR, 1265, 2006. Disponível em: https://www. observatoriodaimprensa.com.br/codigo-aberto/ periferia-vista-do-centro/

MARCONDES, Marcos Antônio. Enciclopédia da música brasileira: popular, erudita e folclórica. São Paulo: Art Editora, 1998.

MOREAU, Franckel. O brega funk como estratégia identitária e de resistência dos jovens da periferia recifense. Universidade Federal de Pernambuco, 2022.

OLIVEIRA, Thamires. Lei institui Dia Municipal da Música Brega em 14 de fevereiro no Recife. G1. 2018,

Abril. Disponível em: https://g1.globo.com/pe/ pernambuco/noticia/lei-institui-dia-municipal-da- musica-brega-em-14-de-fevereiro-no-recife.ghtml

SERRA, Débora Rodrigues Oliveira; BARRETO, Elcivânia de Oliveira & LOBATO, Alessandra da Silva. Territorialidades na turistificação e patrimonialização do Círio de Nazaré em Belém-PA-Brasil. Papers do NAEA, 1 (3), 2020, pp. 11-17.

SILVA, José Maria da (2003). Música brega, sociabilidade e identidade na Região Norte. ECO-PÓS, 6(1), 2003, 123-135.

SOARES, Thiago. Incômodos (e políticas) da música brega no Recife. Trabalho apresentado no Grupo de Trabalho Comunicação, Consumo e Cidadania: Políticas de Reconhecimento, Redes e Movimentos Sociais. 6º Encontro de GTs de Pós-Graduação, realizado nos dias 14 e 15 de outubro de 2016. Disponível em: http://anais-comunicon2016.espm.br/ GTs/GTPOS/GT11/GT11-THIAGO_SOARES.pdf

STOKES, Martin. Ethnicity, Identity and Music: The Musical Construction of Place. Oxford: Berg, 1997.

TRAGTENBERG, João; ALBUQUERQUER, Gabriel & CALEGARIO, Filipe. Gambiarra and Techno- Vernacular Creativity in NIME Research. A discussion about the concepts of Gambiarra and Techno- Vernacular Creativity in the context of increasing cultural diversity in NIME Research. NIME. https://doi. org/10.21428/92fbeb44.98354a15.

URRY, John & LARSEN, Jonas. The Tourist Gaze 3.0. Los Angeles: Sage, 2011.

VIAGEM. O brega é chique: como o gênero musical reinventa Recife. Viagem. 2017, 21 dezembro. Disponível em: https://viagemeturismo.abril.com. br/materias/o-brega- e- chique- como- o-genero- musical-reinventa-recife/

YÚDICE, George. Nuevas tecnologías, música y experiencia. Barcelona: Gedisa, 2007.

Downloads

Publicado

10-01-2024

Como Citar

Guerra, P. (2024). Quebrar o silêncio. Reinventar o lugar. As cidades musicais ao som do Brega. Farol, 19(28), 138–152. https://doi.org/10.47456/rf.v19i28.43453

Edição

Seção

Artigos