Moda na poesia

Os usos do fictício e da alteridade

Autores

DOI:

https://doi.org/10.47456/rf.v20i31.45158

Palavras-chave:

moda, poesia, ficção, alteridade, gênero

Resumo

Esse artigo busca refletir sobre a relação entre a moda e a ficção. Dividido em duas partes, o texto analisa as questões da reversibilidade, da subversão, da tradição e da inovação, propondo compreender as possibilidades da moda na afirmação da alteridade do outro, também naquilo que tange ao gênero. A antropologia da ficção e a reflexão sobre a inscrição e a escritura constituem as abordagens teóricas que guiam a interpretação dos textos poéticos de diferentes autores: Jean Cocteau, Anton Tchékhov, Elfriede Jelinek, Terrance Hayes, Ashley Mace Havird e Ewa Lipska. Frequentemente crítica das metáforas da profundidade, também naquilo que tange ao essencialismo subjetivo em seus aspectos pós-românticos, a moda enfatiza a superfície e a convenção. Diferentemente das teorias da moda, que buscam pelas definições, os textos literários enfatizam antes de mais nada sua abertura conceitual, sua indiferença quanto às manifestações subjetivas expressivas, e sua relação com o jogo.

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Biografia do Autor

Olga Kempinska, GCL-UFF

Possui graduação em Filologia Românica - Uniwersytet Jagiellonski (Polônia, 1999), mestrado em Filologia Românica pela mesma universidade, com bolsa em Katholieke Universiteit Leuven (Bélgica), e doutorado em História Social da Cultura pela Pontifícia Universidade Católica do Rio de Janeiro (2008). Professora titular de Teoria da Literatura da Universidade Federal Fluminense (Departamento de Ciências da Linguagem).

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Publicado

28-12-2024

Como Citar

Kempinska, O. (2024). Moda na poesia: Os usos do fictício e da alteridade. Farol, 20(31), 84–96. https://doi.org/10.47456/rf.v20i31.45158

Edição

Seção

Seção Temática