Isso não é sobre mulher: “Oeste outra vez”

Autores

DOI:

https://doi.org/10.47456/rf.rf.2132.49293

Palavras-chave:

Oeste Outra Vez, necropolítica, masculinidade, Mbembe, Preciado

Resumo

Este artigo analisa criticamente as dinâmicas da masculinidade hegemônica no filme “Oeste Outra Vez” (2024), de modo a articulá-las com debates sobre necropolítica (Mbembe), necrobiopoder (Bento) e descolonização de gênero (Preciado). Demonstra-se como a violência masculina opera como ritual autodestrutivo frente à incapacidade de elaboração emocional e  sustenta micro soberanias sobre vida e morte. A culpabilização feminina pelo sofrimento masculino é identificada como eixo estruturante, vinculada a discursos antigênero que idealizam um passado patriarcal. Conclui-se que o filme expõe a crise da masculinidade como fenômeno necropolítico, diante da qual podemos propor a desconstrução de binarismos e a adoção de epistemologias dissidentes para superar hierarquias de gênero.

Biografia do Autor

  • Alana de Oliveira Ferreira, SEDU-ES

    Possui bacharelado em Artes Plásticas pela Universidade Federal do Espírito Santo (2014), mestrado em Artes pela mesma instituição (2018) e licenciatura em Artes Visuais pela Claretiano (2020). Professora pela Secretaria de Estado de Educação do Espírito Santo (SEDU-ES).

  • Fabiana Pedroni, SEDU-ES/IA-UNESP

    Doutora em Artes na Universidade Estadual Paulista "Júlio de Mesquita Filho" (IA-UNESP), mestra em Ciências pelo Programa de Pós-Graduação em História Social da Universidade de São Paulo (FFLCH-USP), licenciada em Artes Visuais pela Universidade Federal do Espírito Santo (UFES). Professora pela Secretaria de Estado de Educação do Espírito Santo (SEDU-ES).

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Publicado

30-06-2025

Edição

Seção

Artigos

Como Citar

Isso não é sobre mulher: “Oeste outra vez”. (2025). Farol, 21(32), 352-368. https://doi.org/10.47456/rf.rf.2132.49293