Os usos de aplicativos de mensagens instantâneas e grupos de redes sociais no cotidiano dos entregadores de plataforma: como jogar as regras do jogo e a produção de identidades coletivas
DOI:
https://doi.org/10.47456/geo.v2i35.39206Palavras-chave:
mercados de trabalho, Solidariedades empreendedoras, trabalho por plataformaResumo
Este artigo, resultado parcial de pesquisa de mestrado em andamento, aborda as dinâmicas e interações estabelecidas entre entregadores de plataformas de trabalho por meio de grupos em aplicativos de mensagens instantâneas e páginas em redes sociais. Primeiro, apresenta-se o descompasso entre as representações feitas pelas empresas-plataforma acerca dos trabalhadores e as formas como eles próprios enxergam-se e entendem o seu trabalho. Em seguida, discute-se os usos dos aplicativos de mensagens instantâneas, atentando para os principais padrões de interação dos trabalhadores em ambientes digitais com o objetivo de mostrar que há racionalidades ambíguas que orientam as formulações deles acerca do seu trabalho. Além disso, que esses espaços têm papel decisivo na formação de identidades coletivas pautadas na valorização do trabalho e do sacrifício ligado a ele. A metodologia utilizada baseou-se na análise de materiais extraídos de páginas de redes sociais e sites institucionais das empresas Rappi e iFood no Brasil de um lado. E, de outro, na realização de pesquisa empírica digital de inspiração etnográfica, junto a grupos de entregadores nos aplicativos WhatsApp e Telegram e páginas de entregadores no Facebook.
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