A RESSIGNIFICAÇÃO DOS FESTIVAIS COM A PASSAGEM DO TEMPO

UM OLHAR SOBRE A CIDADE DE TIRADENTES

Autores/as

  • Flavio Lins Rodrigues Universidade Federal de Juiz de Fora
  • Maria Helena Carmo dos Santos Faculdades Integradas Hélio Alonso
  • Alessandra Porto Instituto Brasileiro de Mercado de Capitais (IBMEC-RJ)

Palabras clave:

Festival, Imagem, Tiradentes

Resumen

Este artigo propõe-se a discutir a ‘febre’ dos festivais em cidades de diversas partes do mundo como uma oportunidade de reinvenção dos lugares, em uma disputa acirrada para atrair turistas e fomentar a economia local. Para isso, faz-se um levantamento sobre o conceito de festivalização, com autores como Collins e Falassi, que retomam as origens desse fenômeno, Durkheim, para quem as festas religiosas primitivas celebravam a comunidade e as pessoas passavam a compartilhar um ideal coletivo, Maffesoli e o conceito de genius loci, ou seja, de uma construção imaginária para o lugar, do qual festivais são estratégicas de promoção de cidades. Interessa-nos, portanto, estudar como esse “investimento” na produção de eventos vem se transformando em uma importante narrativa para a construção da cidade-produto, para a qual precisa ser constantemente atraída um público em busca de experiências e emoções que propiciem que as cidades recuperem o vigor econômico por meio de uma economia ancorada nos festivais. Como manifestação dessa vivência local, muitas vezes potencializada pela história do lugar, temos o exemplo da cidade de Tiradentes, em Minas Gerais, estudo de caso deste artigo.

Descargas

Los datos de descargas todavía no están disponibles.

Biografía del autor/a

Maria Helena Carmo dos Santos, Faculdades Integradas Hélio Alonso

Professora das Faculdades Integradas Hélio Alonso, Doutora em Comunicação (UERJ) e Mestre em Comunicação e Cultura (UFRJ).

Alessandra Porto, Instituto Brasileiro de Mercado de Capitais (IBMEC-RJ)

Professora do Instituto Brasileiro de Mercado de Capitais (IBMEC-RJ), Mestre e Doutoranda em Comunicação (UERJ).

Citas

ARANTES, O.; VAINER, C. MARICATO, E. A cidade do pensamento único: desmanchando consensos. Petrópolis, RJ: Vozes, 2000.

BAUMAN, Z. Comunidade: a busca por segurança no mundo atual. Rio de Janeiro: Jorge Zahar Editor, 2003.

BAUMAN, Z. Identidade: entrevista a Benedetto Vecchi. Rio de Janeiro: Jorge Zahar Editor, 2005.

BENNETT, A.; TAYLOR, J.; WOODWARD, I. The festivalization of culture. Farnham: Ashgate, 2014.

COLLINS, R. I festival come rituali pubblici: successi, fallimenti e mediocrità. Polis, v.1, n º 1, p.13-28, abril, 2013.

DOUGLAS, M.; ISHERWOOD, B. O mundo dos bens. Rio de Janeiro: Ed. UFRJ, 2006.

DURKHEIM, É. As formas elementares da vida religiosa: o sistema totêmico na Austrália. São Paulo: Martins Fontes, 1996.

FALASSI, A. Time Out of Time: Essays on the Festival. Albuquerque: University of New Mexico Press, 1987.

FERNANDES, C. S.; PORTO, A. de F. “Palmas para o pôr do sol do Arpoador!”: o prazer de celebrar as emoções relativas à carioquice. Trabalho apresentado ao Grupo de Trabalho 6 (GT06: Comunicação, Consumo e Subjetividade) do 7º Encontro de GTs de Pós-Graduação - Comunicon, na ESPM/SP - São Paulo, SP, 2018.

FRANCO, P. S. Cartões-postais: fragmentos de lugares, pessoas e percepções. MÉTIS: história & cultura, v. 5, n. 9, p. 25-62, jan./jun. 2006.

FREITAS, R. F.; LINS, F. Rock in Rio: o megaevento como plataforma transmídia. In: NOVELLI, Ana Lúcia et al. (org.) ABRAPCORP 2013: teorias e métodos de pesquisa em Comunicação Organizacional e Relações Públicas - entre a tradição e a inovação [recurso eletrônico]. Porto Alegre: Edipucrs, 2013.

FREITAS, R. F.; LINS, F.; SANTOS, M. H. C. Megaeventos: motores de transformação social. Trabalho apresentado ao Grupo de Trabalho “Comunicação em contextos organizacionais” do XXIII Encontro Anual da Compós, na Universidade Federal do Pará, Belém, em maio de 2014.

GETZ, D. The nature and scope of festival studies. International Journal of Event Management Research, v. 5, nº 1, p.1-47, 2010.

HALL, S. A identidade cultural na pós-modernidade. 9. ed. Rio de Janeiro: DP&A, 2004.

HERSCHMANN, M. Balanço das dificuldades e perspectivas para a construção de uma cena musical independente em Niterói no início do século XXI. Trabalho apresentado ao GP “Comunicação, Música e Entretenimento” do XIII Encontro dos Grupos de Pesquisas em Comunicação, evento componente do XXXVI Congresso Brasileiro de Ciências da Comunicação na UFAM - Manaus, AM, 2013.

HERSCHMANN, M. Indústria da música em transição. São Paulo: Estação das Letras e Cores, 2010.

HERSCHMANN, M. (org.). Nas bordas e fora do mainstream musical. São Paulo: Editora Estação das Letras e das Cores, 2011.

HERSCHMANN, M.; FERNANDES, C. S. Comunicação, Música e Territorialidades: repensando a relevância das Cidades Musicais do Rio de Janeiro. Logos (Rio de Janeiro. Online), v. 23, p. 6-19, 2016.

HERSCHMANN, M.; QUEIROZ, T. Balanço da experiência sonora e lúdica da edição 2011 do Rock in Rio. In: FERNANDES, C. S.;

HERSCHMANN, Micael; MAIA, J. (Orgs.) Comunicações e Territorialidades: Rio de Janeiro em cena. Rio de Janeiro: Anadarco, 2012.

KARPIŃSKA-KRAKOWIAK, M. Festivalisation of the City: Contemporary Examples. Urban People, Praga, [2], p.338-350, 2009.

LEVY, R. Entre palácios e pavilhões: a arquitetura efêmera da exposição nacional de 1908. Rio de Janeiro: EBA/UFRJ, 2008.

MADEIRA, M. G. Economia Criativa: implicações e desafios para a política externa brasileira. Brasília: FUNAG, 2014.

MAFFESOLI, M. A contemplação do mundo. Porto Alegre: Ofícios, 1995.

MAFFESOLI, M. Iconologias. Nuestras Idolatrias Postmodernas. Barcelona: Península, 2009.

MAFFESOLI, M. Notas sobre a pós-modernidade: o lugar faz o elo. Rio de Janeiro: Atlântica Editora, 2004.

MAFFESOLI, M. Saturação. São Paulo: Iluminuras, 2010.

MAUSSIER, B. Festival management e destinazione turistica. Milão: Hoepli, 2014.

MENDES, L. O lazer e o recreio no parque das nações: o consumo, o lúdico e o estético na produção da cidade pós-moderna. Inforgeo (Online). Lisboa: 2005, 16/17, p.81-108.

OWEN, E. We think we found the most beautiful city in Brazil. Departures. Disponível em: <https://www.departures.com/travel/tiradentes-brazil-most-beautiful-town>. Acesso em: 13 abr. 2021.

PESAVENTO, S. Cidades Visíveis, Cidades Sensíveis, Cidades Imaginárias. Revista Brasileira de História, v. 27, n. 53, jun. 2007.

PESAVENTO, S. Exposições Universais: espetáculos da modernidade do século XIX. São Paulo: Hucitec, 1997.

PLUM, W. Exposições Mundiais no Século XIX: Espetáculos da Transformação Sócio-Cultural. Bonn: Friedrich Ebert Stiftung, 1979.

RIBEIRO, W. Tiradentes: do abandono a cidade turística. Leituras da História, São Paulo, ed. 53, fev. 2017. Disponível em: <http://leiturasdahistoria.com.br/tiradentes-do-abandono-a-cidade-turistica/>. Acesso em: 18 mar. 2019.

SCALZO, M. Tiradentes vira cidade cenográfica da Rede Globo. Folha de São Paulo, São Paulo, 23 nov. 1997. Disponível em: <https://www1.folha.uol.com.br/fsp/1997/11/23/tv_folha/14.html>. Acesso em: 13 abr. 2021.

SEGALEN, M. Riti e rituali contemporanei. Bolonha: Il Mulino, 2002.

SODRÉ, M. As estratégias sensíveis: afeto, mídia e política. Petrópolis, RJ: Vozes, 2006.

SOUZA, G. M. R. de; DEFILIPPO, C. M. B. Impactos socioculturais do turismo na comunidade de Tiradentes – MG. Belo Horizonte. Disponível em: <https://saojoaodelreitransparente.com.br/works/view/837>. Acesso em: 13 abr. 2021.

WERNECK, G. Tiradentes comemora 300 anos hoje: veja a programação especial. Estado de Minas, Velo Horizonte, 19 jan. 2018. Disponível em: <https://www.em.com.br/app/noticia/gerais/2018/01/19/interna_gerais,931998/tiradentes-comemora-300-anos-hoje-veja-a-programacao-especial.shtml>. Acesso em: 13 abr. 2021.

Publicado

04-10-2021