Língua, cultura e cognição: um estudo do ato de fala do pedido em italiano, português brasileiro, espanhol argentino e alemão

Autores

DOI:

https://doi.org/10.47456/pl.v10i26.33412

Resumo

Partindo do pressuposto de que a língua é o produto da atividade cognitiva humana que remete a esquemas linguísticos e culturais, buscamos neste estudo verificar como se manifestam linguisticamente essas categorias, analisando o ato de fala do pedido em italiano, português brasileiro, espanhol argentino e alemão no marco da Pragmática cross-cultural. Em especial, concentramos nossa análise na (in)diretividade e na convencionalidade dos atos principais (head acts) e, paralelamente, na perspectiva, visando a entender se os pedidos são orientados pelo falante (eu), pelo interlocutor (tu), pelo nós inclusivo ou ainda por formulações impessoais (BLUM-KULKA et al., 1989). Na linha dos estudos da área, os dados foram coletados com um Discourse Completion Task (DCT), manipulando as variáveis grau de imposição e distância social de oito situações diferentes. Nossa hipótese era que, observando os pedidos desse ponto de vista, poderíamos verificar a presença de convergências e divergências nos traços linguístico-culturais. Embora tenha sido constatada, nas quatro línguas, a predominância de atos principais convencionalmente indiretos e da perspectiva tu, há diferenças na distribuição de (in)diretividade e perspectivas que podem indicar peculiaridades na forma como cada cultura percebe categorias como a “invasão” do espaço do outro e a solidariedade.

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Biografia do Autor

Adriana Mendes Porcellato, Universidade de São Paulo

Possui doutorado pelo Programa de Língua, Literatura e Cultura Italianas da Universidade de São Paulo em convênio com a Università di Roma La Sapienza e a Università degli Studi Roma Tre (Itália) e tem mestrado pela Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG). Em seus estudos, investigou o papel da pragmática e da cultura no ensino de línguas estrangeiras (italiano e inglês), com foco na análise e desenvolvimento de material didático. Desde 2016, é membro do Grupo de Pesquisa em Pragmática (inter)linguística, cross-cultural e intercultural (USP).

Elisabetta Santoro, Universidade de São Paulo

É graduada em Línguas e Literaturas Estrangeiras na Università degli Studi di Bari (alemão/ inglês) e em Tradução na Ruprecht-Karls Universität de Heidelberg (alemão/italiano/português). Mestrado e doutorado foram concluídos na Universidade de São Paulo (USP), na qual desde 2003 é docente da Área de Língua e Literatura Italiana. Seus principais interesses de pesquisa são: aquisição, aprendizagem e ensino do italiano L2, pragmática linguística, semiótica narrativa e discursiva e relações Itália-Brasil, Sobre esses temas publicou artigos e ensaios. É presidenta da Associação Brasileira de Professores de Italiano (ABPI), membro da diretoria da Associação Internacional de Professores de Italiano (AIPI) e sócia de outras associações científicas da área. É líder do Grupo de Pesquisa “Pragmática (inter)linguística, cross-cultural e intercultural” (GPP) e vice-líder do Grupo de Pesquisa “Língua, Identidade e Memória: o italiano dos Italianos do Brasil” (GLIM), além de pesquisadora do LEER (Laboratório de Estudos sobre Etnicidade, Racismo e Discriminação da Universidade de São Paulo).

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Publicado

30-12-2020 — Atualizado em 30-12-2020

Versões

Como Citar

MENDES PORCELLATO, Adriana; SANTORO, Elisabetta. Língua, cultura e cognição: um estudo do ato de fala do pedido em italiano, português brasileiro, espanhol argentino e alemão. PERcursos Linguísticos, [S. l.], v. 10, n. 26, p. 49–71, 2020. DOI: 10.47456/pl.v10i26.33412. Disponível em: https://periodicos.ufes.br/percursos/article/view/33412. Acesso em: 29 mar. 2024.