PRÁTICAS SOCIAIS E DEFICIÊNCIA
GÊNEROS DISCURSIVOS PUBLICADOS NA WEB E A (IN)ACESSIBILIDADE COMUNICATIVA A PESSOAS CEGAS
DOI:
https://doi.org/10.47456/pl.v14i36.44037Palavras-chave:
Linguística Aplicada. Gêneros discursivos. Deficiência. Pessoas cegas.Resumo
RESUMO: Este trabalho tem por objetivo estabelecer um diálogo entre os estudos da Linguística Aplicada — que, pelo seu viés transdisciplinar, debruçam-se sobre questões de poder marcadas na linguagem — e os estudos críticos da deficiência, à luz da perspectiva decolonial. Para tanto, utilizam-se, como materialidades, gêneros discursivos publicados em ambiente web que, mesmo disponíveis em um ciberespaço apresentado como democrático, carecem de adaptações para que, de fato, sejam acessíveis a todas as pessoas, neste caso, especificamente, a pessoas cegas. Discute-se a importância dessas adequações linguísticas segundo uma premissa ontológica e epistemológica, para que pessoas não enxergantes possam também inscrever-se nessas práticas situadas de uso da linguagem e para que tenham assegurado o seu direito à informação e à comunicação. De cunho interpretativista e de natureza qualitativa, este estudo de caso respalda-se nos pressupostos teóricos de Dirth e Adams (2019), Canagarajah (2022), Ferrari (2023), Bakhtin (2011), Lévy (1999) e Costa (2014). Entende-se que observar as propostas de práticas sociais aqui recortadas, que se endereçam a pessoas com deficiência, é uma forma de ver a realidade para além dos paradigmas coloniais.
PALAVRAS-CHAVE: Linguística Aplicada. Gêneros discursivos. Deficiência. Pessoas cegas.
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