APOSTO

DA PERSPECTIVA NORMATIVISTA À PERSPECTIVA FUNCIONALISTA

Autores

  • Tatiana Schwochow Pimpão FURG
  • Laís Renée Costa Farias FURG

DOI:

https://doi.org/10.47456/dmfgre53

Palavras-chave:

Aposto. Iconicidade. Informatividade. Discurso.

Resumo

O aposto, na visão de gramáticas normativas e do ponto de vista sintático, é considerado um termo acessório da oração (CEGALLA, 2005; CUNHA; CINTRA, 2007), perspectiva que encontra eco em livros didáticos (TESOTO; DISCINI, 1994; TERRA; CAVALLETE, 2002; SARMENTO, 2009; OLIVEIRA, 2012). Constitui, portanto, um termo que pode ser removido da oração sem prejuízo da estrutura oracional. Sob um ponto de vista funcional-comunicativo, o aposto desempenha importante papel sintático-pragmático, contribuindo para o grau de informatividade no discurso multiproposicional (GIVÓN, 1984; 1995; 2001). O objetivo deste trabalho consiste em investigar o aposto, restritivo e explicativo nos moldes normativos, sob a perspectiva funcional-comunicativa, associado ao grau de
informatividade. Para tanto, oferece-se uma abordagem qualitativa de quinze títulos de notícia, retiradas de site de jornais on-line, acerca do cachorro Wilson, envolvido no resgate das crianças desaparecidas após queda de avião na Colômbia no dia primeiro do mês de maio do ano de 2023. Resultados indicam que os usos do aposto restritivo atestam a previsão normativa, segundo a qual a restrição objetiva especificar um referente anterior, considerado genérico, abrangente, demandando mais codificação linguística. Por sua vez, o aposto explicativo demanda um maior grau de informatividade e, portanto, uma maior codificação linguística, justamente por precisar recuperar informações na memória do potencial leitor.

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Publicado

02-07-2025

Como Citar

APOSTO: DA PERSPECTIVA NORMATIVISTA À PERSPECTIVA FUNCIONALISTA. PERcursos Linguísticos, [S. l.], v. 15, n. 37, p. 112–131, 2025. DOI: 10.47456/dmfgre53. Disponível em: https://periodicos.ufes.br/percursos/article/view/46797. Acesso em: 5 dez. 2025.