Origens da Liderança Científica e Tecnológica Paulista no Século XX
DOI:
https://doi.org/10.13071/regec.2317-5087.2013.2.2.6137.181-206.Resumo
DOI: http://dx.doi.org/10.13071/regec.2317-5087.2013.2.2.6137.181-206
Trata-se de um estudo sobre as Instituições de Pesquisa do Estado de São Paulo na Primeira República, 1890-1930. Estima-se que os pesquisadores radicados em São Paulo sejam os autores de 75% de tudo o que se pública em ciência e tecnologia no Brasil. Esse nível de concentração da produção científica e tecnológica costuma ser atribuído principalmente às atividades de pesquisa das suas três universidades públicas estaduais, e ao apoio que lhes é dispensado há décadas pela FAPESP (Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo). O desenvolvimento dessas instituições, por sua vez, tem sido vinculado à prosperidade econômica do Estado de São Paulo, e mais particularmente ao estágio alcançado por sua industrialização a partir da década de 1930. Embora sejam corretas, tais interpretações deixam de explicar como e por que elas surgiram e prosperaram em São Paulo, e não alhures como, por exemplo, na cidade do Rio de Janeiro, que também foi bastante próspera durante as primeiras décadas do século XX, tendo sediado a capital do país até os anos cinqüenta e a maior parte de seu setor industrial antes de 1920. Uma resposta a tais indagações talvez possa ser encontrada na política científica e tecnológica do governo paulista na Primeira República, a qual deu origem à criação de centros de pesquisas como o Instituto Butantã, o Instituto Biológico etc., bem como de vários estabelecimentos de ensino superior que mais tarde iriam integrar-se à Universidade de São Paulo (tais como a Escola Politécnica, a escola de Agronomia de Piracicaba e as faculdades de Medicina e de Farmácia). O presente trabalho procura identificar e caracterizar as condições econômicas, sociais e culturais que tomaram possíveis a gênese e a evolução da referida política, tentando, além disso, fazer uma primeira avaliação de seus principais efeitos a médio e longo prazo.
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