Antropoceno: o Campo de Pesquisas e as Controvérsias sobre a Era da Humanidade
DOI:
https://doi.org/10.47456/regec.2317-5087.2020.9.3.31771.11-31Keywords:
Era Geológica, Mudança Climática, Ecologia, Capitaloceno, BibliometriaAbstract
O termo Antropoceno foi proposto incialmente no ano de 2000 e vem sendo objeto de discussões teóricas, investigações empíricas e controvérsias. Considerando isso, o objetivo deste artigo é analisar como se configura o campo dos estudos sobre o Antropoceno. Foi realizada uma análise bibliométrica a partir de 1.352 artigos da base Web of Science. Os resultados indicaram que: as publicações e taxas de citações estão crescendo em tendência exponencial a partir de 2010; o debate hegemônico é realizado nos EUA e Inglaterra; as pesquisas atualmente possuem um caráter inter e multidisciplinar; o texto mais referenciado é Geology of mankind de Crutzen (2002); no campo predominam os textos das Ciências Naturais, porém, vem surgindo autores das ciências sociais, humanas e da filosofia; a narrativa naturalista ainda é a dominante do campo; e existem divergências dentro das disciplinas e entre as diferentes áreas do conhecimento – o Antropoceno é uma controvérsia científica contemporânea.
Downloads
References
Akhavan, P., Ebrahim, N. A., Fetrati, M. A., & Pezeshkan, A. (2016). Major trends in knowledge management research: a bibliometric study. Scientometrics, 107(3), 1249-1264. doi: 10.1007/s11192-016-1938-x.
Allen, C. D., Breshears, D. D., & McDowell, N. G. (2015). On underestimation of global vulnerability to tree mortality and forest die‐off from hotter drought in the Anthropocene. Ecosphere, 6(8). doi: 10.1890/ES15-00203.1.
Beck, U. (1992). Risk Society: Towards a New Modernity. Londres: Sage.
Belli, S. (2017). Mapping a controversy of our time: The Anthropocene. Rivista di filosofia, 22. 33-49.
Bonneuil, C. (2015). The geological turn: narratives of the Anthropocene. In Hamilton, C., Gemenne, F., Bonneuil, C. (Eds.), The Anthropocene and the Global Environmental Crisis (pp. 208). New York: Routledge.
Brondizio, E. S. et al. (2016). Re-conceptualizing the Anthropocene: A call for collaboration. Global Environmental Change, 39, 318-327. doi: 10.1016/j.gloenvcha.2016.02.006.
Chakrabarty, D. (2009). The climate of history: Four theses. Critical inquiry, 35(2), 197-222. doi: 10.1086/596640.
Chateauraynaud, F. & Torny, D. (1999). Les sombres précurseurs: une sociologie pragmatique de l'alerte et du risque. Paris: EHESS.
Chen, C. (2004). Searching for intellectual turning points: Progressive knowledge domain visualization. Proceedings of the National Academy of Sciences, 101(1), 5303-5310.
Chen, C. (2006). CiteSpace II: Detecting and visualizing emerging trends and transient patterns in scientific literature. Journal of the American Society for information Science and Technology, 57(3), 359-377. doi: 10.1002/asi.20317.
Codispoti, L. A., Brandes, J., Christensen, J. P., Devol, A. H., Naqvi, S. W. A., Paerl, H., & Yoshinari, T. (2001). The Oceanic Fixed Nitrogen and Nitrous Oxide Budgets: Moving Targets as We Enter the Anthropocene? Scientia Marina, 65(2). doi: 10.3989/scimar.2001.65s285.
Crutzen, P. J. (2002a). The “anthropocene”. J. Phys. IV France, 12(10), 1-5. doi: 10.1051/jp4:20020447.
Crutzen, P. J. (2002b). The effects of industrial and agricultural practices on atmospheric chemistry and climate during the anthropocene. Journal of Environmental Science and Health. Part A, 4(37), 423-4. doi: 10.1081/ESE-120003224.
Crutzen, P. J., & Stoermer, E. F. (2000). The ‘Anthropocene’. IGBP Newsletter, 41(12).
Danowski, D. & Viveiros de Castro, E. (2014). Há mundo por vir? Ensaio sobre os medos e os fins. Florianópolis: Cultura e Barbárie: Instituto Socioambiental.
Dirzo, R., Young, H. S., Galetti, M., Ceballos, G., Isaac, N. J. B., & Collen, B. (2014). Defaunation in the Anthropocene See all authors and affiliations. Science, 345(6195), 401-406. doi: 10.1126/science.1251817.
Haraway, D. (2015). Anthropocene, capitalocene, plantationocene, chthulucene: Making kin. Environmental humanities, 6(1), 159-165. doi: 10.1215/22011919-3615934.
Hirschfeld, K. (2019). Microbial insurgency: Theorizing global health in the Anthropocene. The Anthropocene Review. 7. doi: 205301961988278. 10.1177/2053019619882781.
Kopenawa, D. & Albert, B. (2015). A queda do céu: Palavras de um xamã yanomami. São Paulo: Companhia das Letras.
Latour, B. (2020). Imaginar gestos que barrem o retorno da produção pré-crise. Recuperado de https://edisciplinas.usp.br.
Lewis, S. L., & Maslin, M. A. (2015). Defining the Anthropocene. Nature, 519(7542), 171–180. doi: 10.1038/nature14258.
Liu, Z., Yin, Y., Liu, W., & Dunford, M. (2015). Visualizing the intellectual structure and evolution of innovation systems research: a bibliometric analysis. Scientometrics, 103(1), 135-158. doi: 10.1007/s11192-014-1517-y.
Löwy, M. (2013). Crise ecológica, crise capitalista, crise de civilização: a alternativa ecossocialista. Caderno CRH, 26(67), 79-86. doi: 10.1590/S0103-49792013000100006.
Malm, A., & Hornborg, A. (2014). The geology of mankind? A critique of the Anthropocene narrative. The Anthropocene Review, 1(1), 62-69. doi: 10.1177/2053019613516291.
Meybeck, M. (2002). Riverine quality at the Anthropocene: Propositions for global space and time analysis, illustrated by the Seine River. Aquatic Science, 64, 376-393. doi: 10.1007/PL00012593.
Moore, J. W. (2017). The Capitalocene, Part I: on the nature and origins of our ecological crisis. The Journal of Peasant Studies, 44, 594-630. doi: 10.1080/03066150.2016.1235036.
Prado, J. W., Alcântara, V. C., Carvalho, F. M., Vieira, K. C., Machado, L. K. C., & Tonelli, D. F. (2016). Multivariate analysis of credit risk and bankruptcy research data: a bibliometric study involving different knowledge fields (1968–2014). Scientometrics, 106(3), 1007-1029. doi: 10.1007/s11192-015-1829-6.
Rockström, J., Steffen, W., Noone, K., Persson, A., Chapin III, F. S., Lambin, E. F., ... Foley, J. A. (2009). A safe operating space for humanity. Nature, 461(7263), 472-475. doi: 10.1038/461472a.
Ruddiman, W. F. (2003). The anthropogenic greenhouse era began thousands of years ago. Climatic change, 61(3), 261-293. doi: 10.1023/B:CLIM.0000004577.17928.fa.
Simangan, D. (2020). Where is the Anthropocene? IR in a new geological epoch. International Affairs, 96(1), 211-224. doi:10.1093/ia/iiz248.
Steffen, W., Broadgate, W., Deutsch, L. M., Gaffney, O., & Ludwig, C. (2015). The Trajectory of the Anthropocene: The Great Acceleration. The Anthropocene Review. doi: 10.1177/2053019614564785.
Steffen, W., Crutzen, P. J., & McNeill, J. R. (2007). The Anthropocene: are humans now overwhelming the great forces of nature. AMBIO: A Journal of the Human Environment, 36(8), 614-621. doi: 10.1579/0044-7447(2007)36[614:TAAHNO]2.0.CO;2.
Steffen, W., Grinevald, J., Crutzen, P. J., & McNeill, J. (2011). The Anthropocene: conceptual and historical perspectives. Philosophical Transactions of the Royal Society A, 369, 842–867. doi:10.1098/rsta.2010.0327.
Van Eck, N. J., & Waltman, L. (2014). CitNetExplorer: A new software tool for analyzing and visualizing citation networks. Journal of Informetrics, 8(4), 802-823.
Waters, C. N., Zalasiewicz, J., Summerhayes, C., Barnosky, A. D., Poirier, C., Gałuszka, A., Wolfe, A. P. (2016). The Anthropocene is functionally and stratigraphically distinct from the Holocene. Science, 351(6269), aad2622. doi: 10.1126/science.aad2622.
Whitmee, S., Haines, A., Beyrer, C., Boltz, F., Capon, A. G., Dias, B. F. S., ... Yach, D. (2015). Safeguarding human health in the Anthropocene epoch: report of The Rockefeller Foundation-Lancet Commission on planetary health. The Lancet, 386(100007), 1973-2028. doi: 10.1016/S0140-6736(15)60901-1.
Downloads
Published
How to Cite
Issue
Section
License
Os direitos autorais dos originais aprovados serão automaticamente transferidos à Revista, como condição para sua publicação, e para encaminhamentos junto às bases de dados de indexação de periódicos científicos.
Esta cessão passará a valer a partir da submissão do manuscrito, em formulário apropriado, disponível no Sistema Eletrônico de Editoração da Revista.
A revista se reservará o direito de efetuar, nos originais, alterações de ordem normativa, ortográfica e gramatical, com vistas a manter o padrão culto da língua e a credibilidade do veículo. Respeitará, no entanto, o estilo de escrever dos(as) autores(as).
Alterações, correções ou sugestões de ordem conceitual serão encaminhadas aos(às) autores(as), quando necessário. Nesses casos, os artigos, depois de adequados, deverão ser submetidos a nova apreciação.
As provas finais serão encaminhadas aos(às) autores(as).
Os trabalhos publicados passarão a ser de propriedade da Revista, ficando sua re-impressão (total ou parcial) sujeita à autorização expressa da Revista. Em todas as citações posteriores, deverá ser consignada a fonte original de publicação: Revista Gestão & Conexões.
A Universidade Federal do Espírito Santo e/ou quaisquer das instâncias editoriais envolvidas com o periódico não se responsabilizarão pelas opiniões, idéias e conceitos emitidos nos textos. As opiniões emitidas pelos(as) autores(as) dos artigos serão de sua exclusiva responsabilidade.
Em todo e qualquer tipo de estudo que envolva situações de relato de caso clínico é fundamental o envio de cópia do Termo de Consentimento Livre e Esclarecido assinado(s) pelo(s) paciente(s).