EDUCAÇÃO E CINEMA: O SUJEITO E AS CONFIGURAÇÕES SUBJETIVAS A PARTIR DO DIÁLOGO POLIFÔNICO MEDIADO PELA SÉTIMA ARTE
Resumo
De natureza qualitativa a investigação formativa com ênfase na colaboração, iniciou o debate sobre o deficiente na educação especial a partir das construções enunciativas, dentro do grupo de professores-alunos, após as visualizações de vários filmes no curso de Pós-Graduação. Um esforço foi capturar essas vozes. Entendia que, embora estes sujeitos – público-alvo da educação especial - tivessem uma deficiência primária, na qual se englobam dois grupos (baixa visão e cegueira) não impediria a socialização e apropriação de conhecimentos e conceitos. Porém a cristalização da mesma é um produto da exclusão social. Pretendeu-se responder de que forma a produção cinematográfica como realização exterior da atividade mental do diretor orientada na procura de interação ético-estética com seus interlocutores concretos para com a obra poderia despertar a problematização, reflexão sobre o público-alvo da educação especial? Para dar resposta sustentou-se a projeção de vários filmes. O trabalho tentou aproximar os estudos da sétima arte com a teoria histórico-cultural, o que já é em si relevante dentro do campo das pesquisas no Brasil. A polifonia dos participantes sobre a temática, fundamentada nos conceitos científicos, partindo da imagem-movimento, permitiu que os professores-alunos encontrassem um referencial teórico como suporte para seu ato responsivo e respondente do cotidiano. Desconstruiu-se a visão do deficiente como incapaz, e passou a ser reconhecido pelos professores como sujeito produtor e mediador de conhecimento. A metodologia utilizada articulou uma formação centrada na investigação colaborativa-crítica, em que o sujeito professor passou a ser autor-criador de seu processo formativo.
Palavras-chaves: Cinema. Educação Especial. Cegueira.