Escolarização brasileira nos Manifestos dos Pioneiros da Educação (1932 e 1959): tensões e interesses
Resumo
O presente artigo apresenta um levantamento histórico sobre a educação brasileira, pautado nas contestações dos Manifestos dos Pioneiros da Educação, tanto o de 1932, quanto o de 1959. Objetivamos tecer um diálogo entre estes documentos, com as disputas de estruturas de poder, apontando os embates, essencialmente, entre grupos que defendiam a escolarização universal laica, gratuita e pública de um lado. Ao passo que outros grupos se situavam no âmbito da defesa de escolas cujo ensino religioso católico seria a obrigatório, estando a instituição católica à frente do sistema de escolarização do Brasil, ao mesmo tempo. Utilizamos os conceitos de “interdependência” e “jogos de poder” em Norbert Elias (2001; 2011), para contribuir na análise das formas com as quais governantes e sujeitos no seu entorno, se utilizaram da máquina pública para estabelecer disputas e manutenção de poder. Longe de tentarmos condenar qualquer sujeito, o texto caminha por um debate que visa a ampliação das condições de reflexão das perdas que a sociedade teve no sentido de aprimoramento das condições de sua escolarização, ao passo que se sujeitou aos ditames de interesses privados sobre a coisa pública.
Palavras-chave: Educação. História. Interdependência. Poder.