"Aviso sobre as experiências na educação infantil": contribuições do conceito de história de Walter Banjamin

Resumo

O presente artigo insere-se como uma tentativa de levantar algumas problematizações no campo da educação, mais especificamente, indagações relacionadas com o conceito de história desenvolvido por Walter Benjamin e suas possíveis articulações com os processos de formação continuada de professores e suas práticas curriculares. Pautado em uma vertente estética e cultural, na qual Benjamin concebe uma nova história da humanidade, problematizando os silenciamentos, as propagações de experiências estéreis e seus desperdícios, o estudo lança-se a questionar o contorno das experiências na Educação Infantil de modo a tentar conhecer como as experiências e as vivências estabelecidas nas redes de conversações e ações compartilhadas nas escolas podem se inscrever como movimentos inconformistas diante a um passado de silenciamentos e de desperdício de experiências na educação infantil? Objetiva pensar em relações, conversações e ações compartilhadas nas escolas, em específico na educação infantil, por meio de um processo no qual arte, história, cultura, política, literatura e teologia estão imbricados, permitindo novos/outros modos de saber e fazer a formação continuada de professores, seus afetos e suas práticas curriculares, tecendo fios coletivos em redes de saberes-fazeres-poderes que possam livrar do esquecimento as diversas formas de produzir conhecimentos e educação. O debate teórico travado neste texto tem como base o livro de Michael Löwy (2005), intitulado: “Walter Benjamin: aviso de incêndio. Uma leitura das teses “sobre o conceito de história””, tomado como referência por realizar uma leitura das teses de Benjamin. Posto isto, as contribuições da leitura das Teses de Benjamin, está em conceber e vislumbrar a história de forma aberta, “escovando a contra pêlo” suas injustiças, apagamentos e os silenciamentos, almejando concepções de educação que sejam sempre rememoradas, inconformistas, revolucionárias e que estejam permeadas por processos coletivos, éticos, estéticos e poéticos, envolvendo a formação continuada dos professores, os currículos, as experiências narradas e vividas, as conversações e os afetos que circulam nas escolas.