Expansão da Rede Federal da Educação Profissional no Brasil: da homogeneidade para baixo à heterogeneidade para cima
Resumo
Neste trabalho analisa-se a metamorfose da rede federal de educação profissional que ocorre no bojo do seu movimento de expansão. Com base na teórica marxiana, analisando o Instituto Federal do Espírito Santo (IFES), por meio de análise documental, discute-se as reconfigurações da identidade institucional (função social) evidenciadas pelas mudanças de público-alvo, de tipos de cursos e de níveis de ensino, estabelecidos no seu percurso histórico que vai da escola de aprendizes artífices ao IFES. O movimento de expansão e ifetização deslocaram a oferta escolar da homogeneidade para baixo para heterogeneidade para cima e fez extinguir o termo Escola e instituir os termos Centro e Instituto como identidade. A expansão e sua distribuição geográfica indicam a democratização do acesso a uma escola pública de qualidade. Mas, a velocidade e a flexibilidade da expansão denotam assimetrias de funcionamento dos campi. Instalou-se nesse processo um hibridismo que dificulta o processo de gestão cada vez mais complexo, que vocaciona os IFs para oferta de um mix formativo cada vez mais flexível, o que torna progressivamente heterogênea a matrícula e mais próxima do ensino superior. Isso com vistas ao atendimento dos objetivos transitórios de formação para mercado, para o neo-assistencialismo e mercado da formação.