Prevalência e fatores associados à violência contra a mulher cometida pelo parceiro íntimo
DOI:
https://doi.org/10.47456/rbps.v22i2.27817Palavras-chave:
Violência, Violência contra a Mulher, Violência por parceiro íntimo, Estudos transversais, Epidemiologia, Fatores de riscoResumo
Introdução: A violência contra a mulher é um problema de saúde pública, que pode afetar negativamente a saúde física, mental, sexual e reprodutiva, sendo aquela perpetrada pelo parceiro íntimo a mais comum. Objetivo: Estimar a prevalência e os fatores socioeconômicos, reprodutivos e de comportamento sexual associados à violência contra a mulher cometida pelo parceiro íntimo. Métodos: Estudo transversal com mulheres de 20 a 59 anos atendidas no período de agosto/2017 a junho/2018 em um Hospital Universitário de Vitória -ES. Para identificar as variáveis e os desfechos, foi utilizado o instrumento da Organização Mundial da Saúde e um formulário contendo as variáveis socioeconômicas, reprodutivas e comportamentais da mulher. Utilizou-se o teste Qui-quadrado de Pearson e o modelo de Regressão de Poisson, através do software Stata 13.0. Resultados: A maior prevalência de violência psicológica (39,2%), seguida da violência física (24,6%) e da sexual (13,8%). A variável idade esteve associada à violência psicológica, assim como a escolaridade à violência física. O número de filhos e a idade da menarca foram associados à violência sexual. Maiores prevalências de violência física e sexual se apresentaram associadas ao histórico de primeira relação sexual forçada, infecção sexualmente transmissível e a experiência de violência na primeira relação sexual. Conclusão: A violência contra a mulher perpetrada pelo parceiro íntimo é um fenômeno de elevada magnitude, sendo que fatores socioeconômicos, reprodutivos e de comportamento sexual podem influenciar nas frequências de ocorrência desse agravo.
Downloads
Referências
2. Organização das Nações Unidas (ONU). Declaration on the elimination of violence against women [internet]. 48a. Sessão Ordinária da Assembleia Geral das Nações Unidas; 21 de setembro de 1993 a 19 de setembro de 1994; Nova York, EUA. Nova York: ONU; 1993. (resolução A/RES/48/104) [acesso em 28 out 2018] Disponível em inglês em: http://www.un.org/en/ga/search/view_doc.asp?symbol=A/RES/48/104
3. Organização Mundial da Saúde (OMS). Prevenção da violência sexual e da violência pelo parceiro íntimo contra a mulher: ação e produção de evidência. Brasília (DF); 2012.
4. Heise LL. What works to prevent partner violence? An evidence overview. London School of Hygiene and Tropical Medicine; 2011.
5. Tonsing JC. Domestic violence: intersection of culture, gender and context. J Immigr Health 2016; 18(2):442-6.
6. World Health Organization (WHO). WHO multi-country study on women’s health and domestic violence against women: initial results on prevalence, health outcomes and women’s responses. Genebra; 2005.
7. Schraiber LB, D’Oliveira AFPL, França-Junior I, Diniz S, Portella AP, Ludermir AB, et al. Prevalência da violência contra a mulher por parceiro íntimo em regiões do Brasil. Rev. Saúde Pública 2007; 41(5):797-807.
8. Leite FMC, Amorim MHC, Wehrmeister FC, Gigante DP. Violência contra a mulher em Vitória, Espírito Santo, Brasil. Rev. Saúde Pública 2016; 51(33):1-12.
9. Sen S, Bolsoy N. Violence against women: prevalence and risk factors in Turkish sample. BMC Womens Health 2017; 17(1):100.
10. Semahegn A, Mengistie B. Domestic violence against women and associated factors in Ethiopia: systematic review. Reprod Health 2015; 12:78.
11. Gomes NP, Diniz NMF, Araújo AJS, Coelho TMF. Compreendendo a violência doméstica a partir das categorias gênero e geração. Acta Paul Enferm 2007; 20(4):504-8.
12. D’Oliveira AFPL, Schraiber LB, França-Junior I, Ludermir AB, Portella AP, Diniz CS, et al. Fatores associados à violência por parceiro íntimo em mulheres brasileiras. Rev. Saúde Pública 2009; 43(2):299-310.
13. Gregory A. et al. Primary Care Identification and Referral to Improve Safety of women experiencing domestic violence (IRIS): protocol for a pragmatic cluster randomized controlled trial. BMC Public Health 2010; 10(54).
14. Borburema TLR, Pacheco AP, Nunes AA, Moré CLOO, Krenkel S. Violência contra mulher em contexto de vulnerabilidade social na Atenção Primária: registro de violência em prontuários. Rev. Bras. Med. Comunidade 2017; 12(39):1-13.
15. Associação Brasileira de Empresas de Pesquisa – ABEP. Critério de Classificação Econômica Brasil / 2016. [acesso em 11 nov 2017] Disponível em: file:///C:/Users/USER/Downloads/01_cceb_2016_11_04_16_final.pdf
16. Schraiber LB, Latorre MRDO, França-Junior I, Segri NJ, D’Oliveira AFPL. Validade do instrumento WHO VAW STUDY para estimar violência de gênero contra a mulher. Rev.Saúde Pública 2010; 44(4):658-66.
17. Rosa DOA, Ramos RCS, Gomes TMV, Melo EM, Melo VH. Violência provocada pelo parceiro íntimo entre usuárias da Atenção Primária à Saúde: prevalência e fatores associados. Saúde Debate 2018; 42(4):67-80.
18. Siqueira VB, Leal IS, Fernandes FECV, Melo RA, Campos MEAL. Violência psicológica contra mulheres usuárias da atenção primária à saúde. Rev. APS 2018; 21(3):437-49.
19. Silva IS. Violência contra mulheres: a experiência de usuárias de um serviço de urgência e emergência de Salvador, Bahia, Brasil. Cad Saúde Pública 2003; 19(Supl. 2):S263-S272.
20. Acosta FB, Gomes VLO, Fonseca AD, Gomes GC. Violência contra a mulher por parceiro íntimo: (in)visibilidade do problema. Texto & Contexto Enferm 2015; 24(1):121-7.
21. Vale SLL, Medeiros CMR, Cavalcanti CO, Junqueira CCS, Souza LC. Repercussões psicoemocionais da violência doméstica: perfil de mulheres na atenção básica. Rev. RENE 2013; 14(4):683-93.
22. Chen FR, Rothman EF, Jaffee SR. Early puberty, friendship group characteristics and dating abuse in US girls. Pediatrics 2017; 139(6):e20162847.
23. Cavanagh SE. The sexual debut of girls in early adolescence: The intersection of race, pubertal timing, and friendship group characteristics. J Res Adolesc 2004; 14(3):285-312.
24. Vieira EM, Perdona GSC, Santos MA. Fatores associados à violência física por parceiro íntimo em usuárias de serviços de saúde. Rev. Saúde Pública 2011; 45(4):730-7.
25. ¬Kronbauer JFD, MeneghelSN. Perfil da violência de gênero perpetrada por companheiro. Rev. Saúde Pública 2005; 39(5):695-701.
26. Bergmann MHS, Stockman JK. How does intimate partner violence affect condom and oral contraceptive use in the United States? A systematic review of the literature. Contraception 2015; 91(6):438-55.
27. Araújo MAL, Andrade RFV, Cavalcante CS, Pereira KMC. Violência de gênero em mulheres com diagnóstico de doenças sexualmente transmissíveis no Nordeste do Brasil. Revista Baiana de Saúde Pública 2012; 36(3):713-26.
Downloads
Publicado
Como Citar
Edição
Seção
Licença
Copyright (c) 2020 Revista Brasileira de Pesquisa em Saúde/Brazilian Journal of Health Research

Este trabalho está licenciado sob uma licença Creative Commons Attribution-NonCommercial-NoDerivatives 4.0 International License.
A Revista Brasileira de Pesquisa em Saúde (RBPS) adota a licença CC-BY-NC 4.0, o que significa que os autores mantêm os direitos autorais de seus trabalhos submetidos à revista. Os autores são responsáveis por declarar que sua contribuição é um manuscrito original, que não foi publicado anteriormente e que não está em processo de submissão em outra revista científica simultaneamente. Ao submeter o manuscrito, os autores concedem à RBPS o direito exclusivo de primeira publicação, que passará por revisão por pares.
Os autores têm autorização para firmar contratos adicionais para distribuição não exclusiva da versão publicada pela RBPS (por exemplo, em repositórios institucionais ou como capítulo de livro), desde que seja feito o devido reconhecimento de autoria e de publicação inicial pela RBPS. Além disso, os autores são incentivados a disponibilizar seu trabalho online (por exemplo, em repositórios institucionais ou em suas páginas pessoais) após a publicação inicial na revista, com a devida citação de autoria e da publicação original pela RBPS.
Assim, de acordo com a licença CC-BY-NC 4.0, os leitores têm o direito de:
- Compartilhar — copiar e redistribuir o material em qualquer suporte ou formato;
- Adaptar — remixar, transformar, e criar a partir do material.
O licenciante não pode revogar estes direitos desde que você respeite os termos da licença. De acordo com os termos seguintes:
- Atribuição — Você deve dar o crédito apropriado, prover um link para a licença e indicar se mudanças foram feitas. Você deve fazê-lo em qualquer circunstância razoável, mas de maneira alguma que sugira ao licenciante a apoiar você ou o seu uso.
- Não Comercial — Você não pode usar o material para fins comerciais.
- Sem restrições adicionais — Você não pode aplicar termos jurídicos ou medidas de caráter tecnológico que restrinjam legalmente outros de fazerem algo que a licença permita.