Associação entre qualidade da Atenção Primária à Saúde e uso de Telessaúde: estudo transversal com médicos do Programa Mais Médicos

Thiago Dias Sarti; Leonardo Ferreira Fontenelle; Rodrigo Varejão Andreão; Karina Tonini dos Santos

doi:10.47456/rbps.v23i2.33806

Autores

Thiago Dias Sarti UFES
Leonardo Ferreira Fontenelle Universidade Vila Velha
Rodrigo Varejão Andreão Instituto Federal do Espírito Santo
Karina Tonini dos Santos Universidade Federal do Espírito Santo

DOI:

https://doi.org/10.47456/rbps.v23i2.33806

Palavras-chave:

Atenção Primária à Saúde, Telemedicina, Qualidade da Assistência à Saúde, Estudos Transversais

Resumo

Introdução: O Brasil enfrenta o desafio de aumentar o acesso à Atenção Primária à Saúde de qualidade. O Programa Mais Médicos pelo Brasil visa aumentar o acesso aos cuidados primários e o Programa Telessaúde visa qualificar o cuidado, sendo escassa a análise da associação entre a presença das tecnologias de Telessaúde no trabalho do médico e a qualidade da atenção primária. Objetivos: Analisar a associação entre escores globais de qualidade da Atenção Primária à Saúde e a utilização de Telessaúde por médicos do Programa Mais Médicos pelo Brasil do Espírito Santo. Métodos: Estudo transversal no qual se aplicou questionário estruturado online aos médicos em agosto de 2017. O questionário continha variáveis sociodemográficas, de formação profissional, de tempo de participação no Mais Médicos, de uso das ferramentas do Programa Telessaúde, e de qualidade da atenção primária via PCATool. A análise estatística compreendeu descrição simples e medidas de correlação não paramétrico de Kendall. Resultados: 67 médicos (13,5% do total) participaram. Todos já haviam utilizado o serviço de Telessaúde, predominando o de teleducação. A qualidade da APS foi satisfatória (Escore Geral de 7,3 e Essencial de 7,0). Os Escores específicos variaram de 4,4 para acesso de primeiro contato a 8,9 para orientação familiar. Não houve associação entre a qualidade da APS aferida pelo PCATool e a utilização do Telessaúde. Conclusão: Não houve correlação entre qualidade da APS e o uso das ferramentas de Telessaúde.

Downloads

Não há dados estatísticos.

Referências

Starfield B, Shi L, Macinko J. The Contribution of Pri¬mary Care to Health Systems and Health. The Milbank¬Quarterly. 2005;83(3):457-502. https://doi.org/10.1111/j. 1468-0009.2005.00409.x

Mendonça MHM, Matta GC, Gondim R, Giovanella L, organizadores. Atenção Primária à Saúde no Brasil: conceitos, práticas e pesquisa. Rio de Janeiro: Editora Fiocruz; 2018.

Bastos ML, Menzies D, Hone T, Dehghani K, Trajman A. The impact of the Brazilian family health strategy on selected primary care sensitive conditions: a systematic review. PLoS One. 2017;12(8):e0182336. https://doi. org/10.1371/journal.pone.0182336.

WHO. The World Health Report 2008: Primary Health Care now more than ever. Genebra: World Health Organization; 2008.

Neves RG, Flores TR, Duro SMS, Nunes BP, Tomasi E. Tendência temporal da cobertura da Estratégia Saúde da Família no Brasil, regiões e Unidades da Federação, 2006-2016. Epidemiol. Serv. Saúde. 2018;27(3):e2017170. http://doi.org/10.5123/s1679-49742018000300008.

Almeida PF, Santos AM, Souza MKB, organizadores. Atenção primária à saúde na coordenação do cuidado em regiões de saúde. Salvador: EDUFBA; 2015.

Pinto HA, Oliveira FP, Santana JSS, Santos FOS, Araujo SQ, Figueiredo AM, et al. Programa Mais Médicos: avaliando a implantação do Eixo Provimento de 2013 a 2015. Interface (Botucatu). 2017;21(Suppl 1):1087-1101. http://doi.org/10.1590/1807-57622016.0520.

Haddad AE. Experiência Brasileira do Programa Nacional Telessaúde Brasil. In: Mathias I, Monteiro A, organizadores. Gold Book: inovação tecnológica em educação e saúde. Rio de Janeiro: UERJ; 2012. p. 12-44.

Oliveira FP, Vanni T, Pinto HA, Santos JTR, Figuei¬redo AM, Araujo SQ, et al. Mais Médicos: um Programa brasileiro em perspectiva internacional. Interface (Botu¬catu). 2015;19(54):623-34. https://doi.org/10.1590/1807- 57622014.1142.

Ministério da Saúde (BR). Programa Mais Médicos: orientações sobre a organização da Atenção Básica do Brasil. Brasília: Ministério da Saúde; 2013.

Alkmin MBM. Fatores associados à utilização de sistema de teleconsultoria na atenção primária de municípios remotos de Minas Gerais [dissertação]. Belo Horizonte: Universidade Federal de Minas Gerais; 2010.

Damasceno RF, Caldeira AP. Fatores associados à não utilização da teleconsultoria por médicos da Estratégia Saúde da Família. Ciênc. saúde coletiva. 2019;24(8):3089-3098. https://doi.org/10.1590/1413-81232018248.28752017.

Castro Filho ED. Telessaúde no apoio a médicos de atenção primária [tese]. Porto Alegre: Universidade Federal do Rio Grande do Sul; 2011.

Santos AF, Mata-Machado ATG, Melo MCB, Sobrinho DF, Araújo LL, Silva EA, et al. Implementation of telehealth resources in primary care in Brazil and its association with quality of care. Telemed J E Health. 2019;25(10):996-1004. http://doi.org/10.1089/tmj.2018.0166.

Mourão Netto JJ, Rodrigues ARM, Aragão OC, Goyanna NF, Cavalcante AES, Vasconcelos MAS, et al. Programa Mais Médicos e suas contribuições para a saúde no Brasil: revisão integrativa. Rev Panam Salud Publica. 2018;42:e2. https://doi.org/10.26633/RPSP.2018.2

Brasil. Ministério da Saúde. E-Gestor Atenção Básica: informação e gestão da atenção básica, 2020 [acesso em 05 mai 2021]. Disponível em: https://egestorab. saude.g ov.br/paginas/acessoPublico/relatorios/ relHistoricoCoberturaAB.xhtml.

Brasil. Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística. Ci¬dades: Espírito Santo, 2020 [acesso em 05 mai 2021]. Dispo¬nível em:https://cidades.ibge.gov.br/brasil/es/panorama.

Ministério da Saúde (BR). Manual do instrumento de avaliação da atenção primária à saúde: PrimaryCareAssessment Tool Pcatool – Brasil. Brasília: Ministério da Saúde; 2010.

Ministério da Saúde (BR). Manual do instrumento de avaliação da Atenção Primária à Saúde: PCATool-Brasil – 2020. Brasília: Ministério da Saúde; 2020.

Organização Pan-Americana da Saúde. Qualidade da atenção primária no Programa Mais Médicos. A experiência dos médicos e usuários. Brasília: OPAS; 2018.

Oliviera DG, Frias PG, Vanderlei LCM, Vidal SA, Novaes MA, Souza WV. Análise da implantação do Programa Telessaúde Brasil em Pernambuco, Brasil: estudo de casos. Cad Saúde Pública. 2015;31(11):2379-89. https:// doi.org/10.1590/0102-311X00125914

Alkmim MB, Marcolino MS, Figueira RM, Sousa L, Nunes MS, Cardoso CS, et al. Factors associated with the use of a teleconsultation system in Brazilian primary care. Telemed J E Health. 2015;21(6):473-83. https://doi. org/10.1089/tmj.2014.0112.

Pessoa CG, Sousa L, Ribeiro AL, Oliveira TB, Silva JLP, Alkmin MBM, et al. Description of factors related to the use of the teleconsultation system of a large telehealth service in brazil – the telehealth network of Minas Gerais. J IntSocTelemed eHealth 2016;4:e4.

Sarti TD, Andreão RV, Souza CB, Schimidt MQ, Celestrini JR. O serviço de teleconsultoria assíncrona na APS: avaliação de uso e fatores associados do Programa Telessaúde Espírito Santo entre 2012 e 2015. RevBrasMedFam Comunidade. 2019;14(41):2068. https:// doi.org/10.5712/rbmfc14(41)2068.

Schmitz CAA, Harzheim E. Oferta e utilização de teleconsultorias para Atenção Primária à Saúde no Programa Telessaúde Brasil Redes. RevBrasMedFam Comunidade. 2017;12(39):1-11. http://doi.org/10.5712/ rbmfc12(39)1453.

Dalfior ET, Lima RCD, Andrade MAC. Reflexões sobre análise de implementação de políticas de saúde. Saúde debate. 2015;39(104):210-225. https://doi. org/10.1590/0103-110420151040201.

Ruschi GEC. Metodologia de gestão do trabalho em saúde e a qualidade da assistência pré-natal e seus desfechos perinatais no município de Vitória, Espírito Santo [tese]. Vitória: Universidade Federal do Espírito Santo; 2018.

D’Avila OP, Pinto LFS, Hauser L, Gonçalves MR, Harzheim E. O uso do PrimaryCareAssessment Tool (PCAT): uma revisão integrativa e proposta de atualização. Ciênc. saúde coletiva. 2017;22(3):855-865. https://doi. org/10.1590/1413-81232017223.03312016.

Vidal TB, Tesser CD, Harzheim E, Fontanive PVN. Avaliação do desempenho da Atenção Primária à Saúde em Florianópolis, Santa Catarina, 2012: estudo transversal de base populacional. Epidemiol. Serv. Saúde. 2018;27(4): e2017504. http://doi.org/10.5123/s1679- 49742018000400006

Prates ML, Machado JC, Silva LS, Avelar PS, Prates LL, Mendonça ET et al. Desempenho da Atenção Primária à Saúde segundo o instrumento PCATool: uma revisão sistemática. Ciênc. saúde coletiva. 2017;22(6):1881-1893. https://doi.org/10.1590/1413-81232017226.14282016.

Norman AH, Tesser CD. Acesso ao cuidado na Estratégia Saúde da Família: equilíbrio entre demanda espontânea e prevenção/promoção da saúde. Saúde e Sociedade. 2015;24(1):165-179. https://doi.org/10.1590/ S0104-12902015000100013.

Ray Dorsey E, Topol EJ. State of Telehealth. N Engl J Med. 2016;375(14):1400. https://doi.org/10.1056/ NEJMc1610233.